jueves, 30 de septiembre de 2010

Desinformantossauro ataca!


Os múmios do jornal O GLOBO, hoje em editorial, no auge do desespero perderam de vez a cabeça, já que vergonha na cara nunca tiveram. Dado o teor das dinossáuricas palavras, por telefone pedimos ao Carlito Dulcemano para dar uma espiada para os lados do Guaíba ver se os marines estavam chegando, ou, ainda, os milicos de 1964. Nada, horizonte limpo.
Sentimos informar aos répteis de que vão perder. Não importa se para a Mad Madam Mim, a Mari Ecocapitalista ou o Plínio, mas vão perder. Fiquem felizes se for para uma das mulheres, porque, se for o Plínio, aí mesmo que vocês vão à matroca. 
Desde a palafita, ouçam meu riso, pois rio, rio, rio... 


"É preocupante que na esteira da campanha eleitoral, em que Lula se joga por inteiro, sem maiores cuidados com limites institucionais e leis, surja a ideia inaceitável de que o apoio popular dá sinal verde ao poderoso de turno.

De visível contaminação chavista, esta percepção do poder do homem público de alta popularidade é perigoso e crasso equívoco.

Sem respeito à Carta e instituições, resvala-se para a barbárie, o regime da lei do mais forte nas ruas. Se assim fosse, teríamos de nos curvar a Hitler e Mussolini apenas porque chegaram ao poder nos braços do povo.

Há no Brasil de hoje, além de instituições que dão mostras de solidez — Poder Judiciário, Ministério Público, por exemplo —, uma classe média em fase de expansão que serve de suporte para estas mesmas instituições.

Arroubos como o do presidente ao se declarar dono da “opinião pública” rendem dividendos negativos.

A opinião pública não tem donos, ela se forma à medida que se informa, e das mais diversas maneiras, inclusive pela imprensa profissional, cujo coração é a credibilidade construída, em alguns casos, em mais de um século de atuação.

É por isso que o discurso ameaçador da estabilidade, capaz de projetar nuvens negras no futuro, é logo rejeitado pelas faixas mais instruídas e de renda mais elevada da população.
Alvejar a imprensa independente, defender o “radicalismo” da época de resistência à ditadura não é discurso de fácil trânsito junto às classes médias. Elas sabem que Dilma não é “a mulher de Lula”, querem tranquilidade e crescimento econômico para continuar a ascender na escala social. Portanto, não importa se vença Dilma, Serra ou Marina, a sociedade está madura para rejeitar salvadores da pátria, hipnotizadores de rebanhos sem opinião própria.
O clima de bem-estar econômico se revela cabo eleitoral poderoso. Mas daí a se projetar um Brasil dominado pelo cesarismo, vai grande distância."



A Morte e o Avarento

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É tempo de começarmos a falar de arte. Sendo o Brasil um país de tradição cristã, e como volta e meia neste blog se fala de banqueiros, empresários de corações empedernidos, políticos ladrões (perdão pela redundância, bastaria dizer políticos), aspones, marqueteiros da mentira com pagamento em contas do exterior, músicos vampiros, "pastores" ricaços, petroleiros americanos com assento de brasileiros comprados no governo, exploradores de seres humanos em geral, vem a calhar a lembrança da Morte.

Os banqueiros, em especial, devem admirar muito a obra de hoje. Afinal, são assassinos, que têm sociedade, quando não o controle acionário, das fábricas de armas, de gás venenoso, na Suécia e onde mais estejam.

É claro que não acreditam nisso, mas cedo ou tarde terão de refletir mais a respeito.

A Morte, perversos senhores. Que pode pegar seus descendentes na quadra de tênis. Tomara que os pegue logo, seus bichos, o mundo precisa disso, antes que o explodam.


O pintor flamengo Hieronymus Bosch (1450-1516), entre pinturas de pecado e tentação, também retratou a Morte.

 
Em 1490 apresentou A Morte e o Avarento, em óleo na madeira (93 x 31 cm), hoje na National Gallery of Art, Washington.

 
"Apesar de pertencer a outro tempo, Bosch olha para trás e retrata temas medievais, embora com perspectiva distinta. Na cena, um anjo suplicante intercede junto à luz de Cristo pela alma do avaro que, mesmo em seu leito de morte, recebe de um monstro o lucro sujo de sua usura. Repare na face macilenta da morte, vestida de branco e portando uma fina seta, e nos estranhos seis seres que espreitam a cena, desde o anjo maléfico de negro acima da capa, até o homem-rato que recebe a moeda do contador do usurário no cofre. Observe que mesmo com todo o ambiente sinistro da pintura, ainda há esperança para o avaro, coisa impensável trezentos anos antes". (Ricardo Costa - grifos do autor)

 
Com tantas figuras macabras cercando a bela alma, será que o anjo que suplica vai levar? Será que agora, no século 21, o anjo vai suplicar pela alma caliginosa do malvado, com tantas crianças morrendo de fome, quando não pisam em minas terrestres? Vai?

Vai nessa, o anjo quererá é jogá-los no último círculo do inferno.



Detalhes:







O dinheiro, por baixo dos panos. O banqueiro, morrendo, ainda quer, apaixonado, o dinheiro.










miércoles, 29 de septiembre de 2010

Desinformantossauro brasiliensis





A uma semana das eleições foi descoberto no Brasil o maior dinossauro carnívoro do mundo. O paleontólogo Adolfo Dias explica que  o Desinformantossauro Brasiliensis é uma fera de oito metros de altura e tem traços típicos de outros gigantes carnívoros. Os dentes com esmalte enrugado, que facilitam a abertura do couro das presas, são iguais aos do Gigantossauro galalau clarinete argentino. Já o formato das vértebras é similar ao do Carnotaurus paulistanus.

O predador brutamontes foi desenterrado vivo do subsolo da sala da presidência das Organizações Globo e é uma das feras mais temidas de todos os tempos.

Adolfo Dias diz ainda que não é o único exemplar em território brasileiro, há outros sob os prédios do Estadão, da Folha, da RBS, da Veja e da Época, podendo haver ainda seu parente Carcarantossauro em outras áreas. Os lagartões estão à solta, recomenda-se extremo cuidado com o que transmitem, pois além de carnívoros são fingidos e trapaceiros.

Ouvimos o anúncio na rádio Cx 40 Fénix de Montevideo, o locutor Lucho Hernández, reconocido por la emotividad y elocuencia con que llega al corazón del oyente, interrompeu uma canção com Tita Merello para dar a informação, advertindo que no Brasil, possivelmente para evitar pânico nas ruas, a notícia foi escamoteada.

O que passa na cabeça do Desinformantossauro:

Se 16-36 = 25-45
Soma (81/4) nos dois lados, o que não altera a igualdade:
Se 16-36+(81/4) = 25-45+(81/4)
Isso pode ser escrito da seguinte forma: (trinômio quadrado perfeito)
(4-(9/2))2 = (5-(9/2))2
Tirando a raiz quadrada em ambos os lados tem:
4-(9/2) = 5-(9/2)
Somando (9/2) nos dois lados da igualdade tem:
4 = 5
Como 4=2+2 ele chega à seguinte conclusão:
2+2=5

martes, 28 de septiembre de 2010

7ª ronda

Hoje os principais jornais do mundo, nas seções de arte, ciência ou esporte, estamparam manchetes semelhantes a que vai (esta do New York Times):

Ivanchuk is fantastic!

September 28, 2010 г. Khanty-Mansiysk

The Ukrainian team seriously improved their chances of winning the Olympiad. In the 7th round Ukraine defeated Georgia and moved to the clear first place with 13 points. Vassily Ivanchuk secured the victory by beating Baadur Jobava. Three other games were drawn. Ivanchuk demonstrates phenomenal chess here – his score is 6 out of 6!




Quer dizer, exceto no Brasil. Prova inequívoca de que os nossos múmios da imprensa são mais múmios que os múmios do exterior.

Hoje Ivanchuk bateu a Baadur Jobava. É aquilo que falávamos outro dia: o Jobava é um espanto, mas por vezes exagera, parece que não bate bem. Conduzindo as negras numa Caro-Kann, nos primórdios da partida tentou tomar a iniciativa e jogou-se feito doido ao ataque, sacrificando um cavalo já no 6º lance, uma mortandade desenfreada. Esqueceu que sentado na sua frente estava Vassily Ivanchuk, o homem que só não foi campeão mundial por ironia do destino. Fosse outro o adversário, talvez Jobava conseguisse, seu avanço foi terrível. Nestas Olimpíadas, 6 partidas e 6 vitórias de Ivanchuk! Sintomaticamente, o pior resultado da Ucrânia foi na 3ª ronda, empate em 2 x 2 com a Croácia, quando ele não jogou.


A Polônia arrancou um empate diante dos Estados Unidos. No primeiro tabuleiro o jovem Radoslaw Wojtaszek, 30º do mundo, bateu ao famoso japonês Nakamura, 15º, compensando a derrota de Macieja no terceiro tabuleiro diante do russo Onischuck. Gostamos muito do nobre gesto de Radoslaw, merece foto.



O Brasil caiu diante da Hungria de Péter Léko e Judith Polgar. Como todos sabem, Judith (56º do mundo) é a mulher de todos os tempos, tal a sua qualidade não joga a Olimpíada feminina, e sim entre os homens.
Hoje ela ensinou algumas coisinhas ao brasileiro Fier, numa Siciliana Kan: um erro grave das brancas de Fier no 34º lance, e tudo desandou em mais 4 movimentos. Vale foto da excepcional artista.
O Uruguay foi vencido pela Colômbia.
O Burundi, viva!, bateu de 2,5 x 1,5 as Ilhas Virgens. Mais um pouco e alcança o Brasil.

Nas meninas, as deusas russas não tiveram piedade da Hungria: 4 x 0!
As garotinhas indianas mostraram a que vieram, batendo a poderosa Ucrânia.
As nossas bravas iranianas empataram com a França, com a amiga Atousa arrancando um empate no primeiro tabuleiro diante da fenomenal Marie Sebag.



Y así pasan los dias.

Pra ti, malandro

Então, parceria, como foi a sua terça-feira? O quê?, o bundão do gerente, ao tempo em que lambe as botas do filhinho do dono, anda atrás de um motivo para te colocar no olho da rua? Pense nisso amanhã.
Passou o dia com os ouvidos aguentando os uivos dos Xotãozinhos e Chirorós da vida? Deixemos para outro dia a idéia de dinamitar as distribuidoras de lixo.
Ao chegar em casa a patroa te deu um esporro? Esquenta não, malandro, TPM passa.
A maldita imprensa dos múmios liquidou com o Plínio, vamos perder a eleição, o Brasil seguirá sifu na mão dos mesmos? É, sei, fazer o quê.
Por um momento esqueçamos tudo isso. Feche-se aí no seu canto, tire os sapatos, sirva dois dedos daquele uísque, eleve a mil o volume, relaxe, você merece, tudo passa nesta vida, vivamos um bom momento.

lunes, 27 de septiembre de 2010

Pelo mundo


Fomos detectados pelas assessorias das equipes iraniana e ucraniana, e recebemos e-mails da jovem Atousa Pourkashyian e do grande Vassily Ivanchuk. Falam por si.


Gratíssimos, amigos, aqui todos somos seus fãs!
Abrazos!
Ainda Espantado

Atousa:


عزیز Salita
با تشکر از شما برای مرجع چاپلوس. من خیلی خوشحال هستم به نمایندگی از کشور من. امتیازدهی در سامپایو همان.
بزرگ آغوش.
با حضور قائم مقامی و پورکاشیان
Ivanchuk:


Salit и друзей




Я ценю сообщения, отправленные и память о винограда фестиваля, а также память о моем Алиса. Мы еще увидимся. Большие обнять, голосовать даже в Плиния.
Василий

sábado, 25 de septiembre de 2010

Olimpíadas, 4ª ronda

















Depois que falamos da estatística, do sangue quente de Jobava, a turma toda se ligou na partida, sem descuidar das suas. Afinal, era um homem-bomba, de rara técnica e surpreendente criatividade, de quem nunca se sabe o que esperar, contra o gênio da espécie. De se esperar foi a luta renhida que veio. Uma Ninzo-Índia Saemisch Acelerada (Saemisch em homenagem a Friedrich Saemisch, o alemão que bolou a variante). Apesar de conhecida a abertura, no sexto lance já não havia partida idêntica, desde o ano de 1.485 D.C., a partir de quando há registros, o que não é incomum no jogo-ciência.


No lance 27 das negras de Carlsen, Sultan levantou-se bruscamente do sofá, na idade dele isso é um perigo, os mais próximos acorremos em auxílio. Equilibrou-se, rosto crispado, sem desgrudar os olhos do tabuleiro virtual, fazendo sinais com as mãos para que nos aquietássemos. Nos voltamos todos para a tela, examinando a posição. Para nós, que não enxergamos um palmo na frente do nariz, nada de excepcional. Jogo entablado até ali, nos dizemos com olhares. Mas ele sentiu algo. Algo obscuro, quase imperceptível até para as profundezas de computadores, como se viu depois.
Mais um lance de parte a parte e a oculta vantagem apareceu, já não tão minúscula. Após mais três lances ele sentou-se, relaxado, parecia contente.
Entendemos: Jobava também tinha sentido algo no momento em que Sultan viu o risco lá longe, no espaço sideral. 
Baadur Jobava estava vencendo o mozart do chess! Logo a dianteira se mostrou em sua plenitude. O primeiro do mundo lutando com todas as suas forças, se recusando a crer no que via em sua frente, teimosamente.

Os últimos movimentos da partida Magnus Carlsen cometeu já com indiferença, o brinquedo havia quebrado, a decisão de abandonar vinha de bem antes. Ironicamente abandonou no lance 64.Ke4, que, se ocorreu, foi um terrível equívoco de Jobava, que assim cederia o empate. Se aconteceu, foi displicência pelo arremate fácil, desinteressante, que Magnus jamais poderia esperar e por isso não viu. Fomos unânimes em crer que houve erro de transcrição ao final da transmissão instantânea da partida.

Um triunfo histórico de Baadur, estas Olímpiadas serão lembradas para sempre por esta partida.

(Isso foi ontem. Hoje Baadur acabou com a alegria dos comunas do Vietnam do Norte, uma rapaziada maravilhosa que vinha num crescendo em busca do título. Hoje sim apareceu o artista plástico, com sacrifício. Está mesmo encapetado.)

Mas nessa quarta ronda foram muitas as emoções, como diria aquele renguinho lalau-miranda.

Ivanchuk, Aronian e Grischuk venceram, outros empataram, Shirov perdeu.

Os norte-americanos cairam diante dos titulares da Rússia, para variar. E isso que Tio Sam levou uma equipe forte, composta pelo japonês Hikaru Nakamura, pelo russo (siberiano, jogando em casa) Gata Kamsky, pelo ucraniano Alexander Onischuk e pelo bielorusso Yuri Shulman. Todos citizens naturalizados. Coisa bem estranha, uma potência daquelas não produzir um ser pensante desde Bobby Fischer (pai alemão e mãe suiça, nascido em Chicago,1943 e morto em Reykjavik, 2008, que aliás foi corrido de lá e perseguido até a morte).

É no que dá treinar esportezinhos mais confortáveis, pura tecnologia, como aquele que é praticado desde o céu que nos protege e não exige confronto no mano a mano: o joga-bomba-na-cabeça-das-crianças-dos-outros.  Este cacoete de ir mudando de assunto... mas o que fazer, é mera associação de idéias: o mundo assistindo calado aos fogos do mal descendo na noite da milenar Bagdá, patrimônio da humanidade, a Mesopotâmia, Entre Rios. Los entrerrianos do Iraque passaram por Moçambique. No primeiro tabuleiro o primeiro revés moçambicano. As brancas de Donaldo Paiva iam bem. No lance 30 o patrício iniciou a manobra para ativar seu cavalo que estava alheio à batalha no flanco rei, no lance 31 inexplicavelmente mexeu seu Rei e veio tudo abaixo, Abdul Sattar Ahmed não perdoou. Curiosamente a equipe do Iraque é composta de homens maduros, algo deve ter acontecido com os jovens.

 
Os brasileiros passaram pela Jordânia, até aqui só perderam para os chineses. Os uruguayos pelo Tajiquistão graças a Bernardo Mailhe no terceiro tabuleiro. Terceiro tabuleiro que também deu a Cuba a vitória sobre a Bélgica, com Fidel Jiménez.
O Fidelito é de Pinar Del Río, terra dos melhores e mais caros charutos do mundo, de praias maravilhosas (já estivemos em Maria La Gorda) e da maior barreira de corais negros dos mares do Caribe, e vem a ser primo em segundo grau de Carlito Dulcemano, que nunca sei direito se é uruguayo ou cubano, como nosotros nasceu em trânsito.


E as moças. Ah, as moças.

As deusas russas seguem lindas. Tatiana Kosintseva, Nadezhda Kosintseva, Alexandra Kosteniuk, Alisa Galliamova-Ivanchuk e, hoje na sobra, Valentina Gunina. Venceram a forte Georgia no tabuleiro de Alisa, as demais empataram. Sim, Alisa é ex-esposa do grande Vassily Ivanchuk citado logo acima.
Ivanchuk, que foi uma das atrações da última Festa da Uva (deve ter saído caro traze-lo) e nenhuma grande publicação quis entrevista-lo, sequer noticiaram a sua presença. O blog entrevistou-o por e-mail, logo teremos a postagem.

O destaque do dia: a iraniana Atousa Pourkashyian. Sua equipe arrancou um empate diante da poderosa Rússia 2. Atousa, no primeiro tabuleiro, bateu a nada menos que Natalijda Pogonina. Não duvido que ao retornar a menina seja cumprimentada por Ahmadinejad. Vontade de mudar de assunto aqui, voltando ao esporte dos petroleiros, mas me controlo.

Por falar em americanos, o time das norte-americanas foi assim formado: as ucranianas Irina Krush e Anna Zatonskih, a armeniana Tatev Abrahamyan, a lituana Kamilé Baginskaité e a romena Sabina-Francesca Foisor. Uma na sobra. Empataram com as húngaras em 2 x 2.

As brasileirinhas, vindas de derrotas, finalmente venceram: 4 x 0 na Uganda. As uruguayas desapareceram.

Há pouco recebemos e-mail do horizontinense Tigran Gdansk Ordakowski, que anda novamente pelos lados da Cracóvia, festejando o empate da sua Polônia diante da vigorosa Holanda. Abrazo, Tigran!
Gostaríamos de reportar diariamente, com comentários sobre o que de importante nos pareceu em cada rodada (aqui todos opinam, o que vai é resumo das discussões), uma vez que no site da Confederação Brasileira de Xadrez não tem uma linha sobre nada que interesse, sequer noticiam que existe participação brasileira nas Olimpíadas.
Mas não é possível, falta tempo, para além dos mercenários de Dan e Mr. Febraban, temos mais o que cuidar.

Com seu inconfundível sotaque lusófano, Miquirina Segundo me pergunta: Mas e os jornais brasileiros? As televisões?
Respondo, compenetrado, que não podem devido às páginas e telas cheias daquele esporte no qual o xeque-mate é uma joelhada na boca.

Y así pasan los dias.

GENS UNA SUMUS!

             
Fotos: Atousa Pourkashyian (http://www.achmaz.ir/)
            Baadur Jobava (http://www.chessbase.com/)

viernes, 24 de septiembre de 2010

Sultan Khan e a 4ª ronda


Sob a coordenação de Sultan Khan, pasamos las noches de Rivera analisando partidas de xadrez das Olimpíadas que se desenrolam na Sibéria.

Sultan é um matusalém indiano que foi escravo de um Khan na sua pátria, daí o sobrenome que ele renega, prefere ser chamado apenas pelo primeiro nome.

O marajá era metido até a raiz dos cabelos em negociatas com os ingleses da linha-dura, se é que tem algum de linha mole. Dava-se muito bem com eles, pois como todos sabem os ingleses, seus aparentados e descendentes, são fissurados em escravizar e espoliar o terceiro mundo.

De tanto escravizar seus patrícios e lamber as botas dos malvados colonizadores, o tal Khan chegou a Cavaleiro da Grande Cruz do Império Britânico, entre outras comendas que os encastelados usam para se lamber mutuamente, e que por alguma razão sempre ressalto: aquele me-engana-que-eu-acho-bacana para cima do povo, o faz-de-conta que não somos fedidos.

Fascinado pelo jogo-ciência-arte, Sultan logo chamou a atenção do seu dono pelas proezas no tabuleiro, de modo que era tratado como escravo de luxo.

Com boa escola, tempo para estudar, alimentação adequada (como sabe a nossa elite e empresários tipo eiko batisto, isso é um perigo, as crianças de vila poderiam ser melhores que eles) tornou-se um adversário temível, aguda inteligência, nervos de aço, em pouco tempo a Índia, berço do xadrez, já não tinha adversários a sua altura.

O Khan então o levou com sua comitiva para a Inglaterra numa das muitas viagens que fazia para se divertir e dividir com os estrangeiros o resultado da pilhagem ao seu povo, como fazem alguns atualmente, online, em relação aos Estados Unidos.

Esta mania de ir mudando de assunto ainda vai me causar problemas, qualquer dia os armínios, meirelles e toda a fiesp se unem ao Dan e a Mr.Febraban e me abotoam o paletó. Está bem, pessoal, refiro-me exclusivamente ao traidor joguete da Arábia Saudita.


Na capital inglesa a figura daquele enorme e esguio indiano com seu turbante branco causou uma grande comoção: ninguém entendia como era possível a um silencioso e obediente escravo enfrentar e vencer aos melhores enxadristas da Europa, suplantá-los em inteligência, ciência e arte.

Caiu o queixo da Rainha, que lhe acenava toda fresca, sempre que ninguém estivesse olhando. 

Algumas de suas partidas são célebres, temos especial admiração pela Caro-Kann Rubinstein com a qual bateu Flohryn no clube dos magnatas de Londres.

O marajá se encantou mais ainda com o objeto que lhe dava fama e ficou dois anos viajando pela Europa, com Sultan reduzindo a pó os maiores campeões dos grandes centros urbanos. 

Numa ocasião, em Liege, na Bélgica, o povo foi aclamá-lo em frente ao teatro da cidade, após a sua retumbante vitória sobre Akiba Rubinsulko, numa partida India variante Capablanca. 

De outra feita, em Hamburgo, o próprio Hitler estava na platéia, ali Sultan não se sentiu bem e demorou 74 lances para dobrar Karl Stein numa Indiana da Rainha. Por alguma razão o judeu Stein estava nervoso, diante da figura do humanista Hitler, era isso que incomodava a Sultan, que então propôs a suspensão da partida. Não queria ganhar de um homem naquele estado de nervosismo.

Os organizadores não permitiram, após consulta à Gestapo, presente na primeira fila: ou jogam ou morrem. Sultan, no lance 50, rebelado, estava resolvido a perder. Porém aí pensou bem: "Se eu perco, eles matam o Stein". Aí apertou o cerco e venceu. Essa partida, nas almas de Sultan e Stein, não valeu.

Nosso herói, obviamente, nunca viu a cor do dinheiro que ganhava nos torneios.

Eis que um belo dia o marajá decidiu retornar à pátria, a espoliação da terra natal capengava sem os seus cuidados.

Por essa época Sultan era amante de uma finória chamada Elisa Louise, noiva de um capitão do regimento da cavalaria armada da Abadia de Westminster. De joelhos ela implorou que não fosse embora.

Havia chegado, enfim, o momento de Sultan se livrar do seu feitor. Gestões foram feitas pela nobreza, parentalha da moça, dinheiros correram, e o Khan dizendo que não, nunca, jamais lhes venderia o seu serviçal mais valioso.

Então que os nobres de quem dependia começaram a tratá-lo com certa distância, logo com frieza, ao ponto do descaso, lentamente minando suas defesas, por fim disseram-lhe que o caso tinha incomodado os ouvidos da Rainha...

Bem, o indivíduo não era doido de arrumar encrenca com os chefões, e logo a Queen!, então concordou em deixar Sultan em Londres, mas somente por cinco anos.

Todos sabiam que jamais seria devolvido, os nobres mais tarde recompensariam o maracujá, digo, marajá; agora convinha mandá-lo embora sem parecer que o tinham chantageado.

Assim foi que Sultan escapou do seu senhor e tornou-se o brinquedo predileto da nobreza de merda e dos ricaços de merda ingleses.

Para encurtar o relato, de há muito Sultan estava cheio daquilo tudo, da vaca da amante, dela e de seus reais cães.

Muito ruim de cama e com mau-hálito. E aquele modo vulgar de, estirada nua na cama, se arregaçar e chamá-lo para o leito: "Vem, meu Cavalão; vem, meu Peaozão, meu Bispão, me bate, me estupra, me chama de vadia...". Cheio também estava dos endinheirados fofoqueiros, do ar de... bem, já falei, o faz-de-conta.

A jararaca estava de casamento marcado. Julgando que o pensamento distante de Sultan era de tristeza pelo casório, a medonha prometeu que em compensação iria lhe conseguir a Medalha de Galanteria da Rainha, implorou que não ficasse chateado, gostava mesmo era dele, o casamento era para manter as aparências, o de praxe nesse meio.

Sim, Sultan andou pelo Palácio de Buckinghan se exibindo em simultâneas, a Rainha ficou embevecida, consta até que... deixa para lá.

Por um tempo Sultan dedicou-se, em suas partidas, a comer a rainha alheia. Na verdade por lá não se usa a expressão comer, e sim tomar, capturar. De certo mesmo é que a Rainha passou a colecionar turbantes indianos. Nada de estranho, cada um, cada um, afinal a princesa Isabel colecionava atabaques.


Numa das exibições públicas - públicas até ali, em teatro fechado, a cem reais ou libras por cabeça, quem colocava o preço era o Lord Fuckyou, da Câmara Alta, tipo o Renan Calheiros deles, quanto à posição na sociedade, era para frequentadores de ninhos como o Teatro São Pedro, onde lambem os lindinhos da Globo - um figurão norte-americano, petroleiro inescrupuloso, quis testar a sua memória, provocando-o a ouvir uma série de palavras e depois repeti-las na mesma ordem. Sultan humildemente aquiesceu.

O sujeito puxou uma papelama do bolso e no palco da apresentação leu, pausadamente, 400 palavras, sem aparente conexão entre umas e outras. Em português poderiam ser: feijão, inconstitucional, paródia, mico, paralelepípedo, cabeça, mensalão, fome, juiz, e quem quiser acrescente mais 391 ao seu gosto. Ao terminar, estendeu a mão em direção a Sultan, como quem diz "sua vez". 

Nosso enxadrista começou: feijão, inconstitucional, paródia, mico... e foi até a 400, na ordem exata. A platéia enlouqueceu em aplausos e vivas.

Sultan esperou até que o silêncio voltasse ao salão e recomeçou tudo, agora de trás para diante. Só repetiu as palavras, se a última fosse "exagerado", por ela começou, assim como se escreve, mas nos contou que, se quisesse, poderia ter colocado as letras também de trás para diante: "odaregaxe", até chegar em "oãjief".

Com essa, a Rainha pirou de tesão... bem, esqueçamos a Rainha da Inglaterra, para não alimentar as sempre indesejáveis más-línguas.


No dia do casamento da pinguancha Elisa com seu agora general - o promoveram para poder casar com a nobre -, Sultan, que havia se apaixonado perdidamente por uma morocha uruguaya que passava férias em Londres, a Claudia Lujan, deu no pé e veio parar aqui, como campeiro - hoje herdeiro, junto com Claudia - das fazendas do pai da sua amada. Obviamente que trouxe recursos, não é gigolô: a grana que tinha guardada, ouro, jóias e a coroa original da rainha, que ficou de bico fechado e mandou fazer outra, feita às pressas depois do seu sumiço.

Vive a repetir: fora do tabuleiro, rapaz, nunca se meta com reis, rainhas e bispos, são perigosos, peões desunidos morrem sempre. 

Escrevo isto e lembro dos partidos de esquerda, peonada que segue desunida e, pior, que agora entontece fácil com qualquer cargo público, de empregado do povo,  já ficam se achando o cara, querem Oscar para um abacaxi de encomenda, se julgam merecedores de prêmio Nobel, uma lástima.


Acabei me estendendo ao falar do nosso amigo. Os nossos bambas, além do imbatível Sultan, que agora só joga con su vieja Claudita, são Miquirina Segundo, Raúl Capanegra, Kafil M'Oba e Carlito Dulcemano, mas Carlito ausentou-se, está se demorando no Brasil, en San Pablo. Os demais são assim-assim. Dolores e eu nos defendemos.

Juanito Matabanquero só é bom em jogo de osso e em tiro al blanco.

Os matches na Sibéria iniciam as 7 da manhã, horário do Uruguay, então à noite Sultan seleciona as partidas que vale a pena analisar, por genialidade ou técnica. Hoje, festejando a primavera, mudamos: decidimos assistir ao vivo pela internet. Dez notibuquis frigindo de ligeiros, conectados a telas grandes.

Que bela manhã!

Grandes jogos. Ivanchuk, Aronian, Kramnik, Topalov, Grischuk, Shirov... Eu fui direto na partida do georgiano Baadur Jobava, de brancas enfrentando o número 1 do mundo, Magnus Carlsen, pela Noruega.

Outro dia falamos sobre o Baadur, é "apenas" o número 31 do planeta, porque se expõe muito. Aos 24 anos é o cara que, em toda a história do xadrez desde que há registro, mais partidas venceu com sacrifício de peças. Abriu um tantinho e não quer nem saber, vai com tudo, sangue de toureiro, joga a morrer. Gosto de gente assim. Sobre Magnus há uma boa entrevista aqui no bloguinho.

Miquirina Segundo ficou procurando a equipe de Angola, diz que na sua cidade, Cuando-Cubango, o pessoal joga muito bem. Descobriu, contristado, que Angola se inscreveu mas não compareceu. A Tanzânia de Kafil nem se inscreveu. Cuba de Raúl lá estava, nunca falha.

Baadur e Magnus ainda estavam na abertura da sua partida quando localizei o Burundi, num relâmpago já havia tomado 4 x 0, como nos três rounds anteriores. Sim, cada país é representado por 4 enxadristas, joga o país quando jogam os 4 tabuleiros. Assim que o Burundi tomou 4 x 0 nos quatro rounds.






NE: Pensamos que a comunidade do xadrez iria entender de cara a singela homenagem, que se pretendeu bem humorada, ao grande Mir Sultan Khan (1905-1966), declarando a admiração de todos na palafita por esse homem de quem se sabe muito pouco. Hoje, 23-dez-2012, recebemos um e-mail furioso. Então, aos membros da comunidade que nunca ouviram falar de Sultan, basta clicar no nome aqui atrás, para ter uma mínima ideia.



FOTO: Sultan, quando jovem.

jueves, 23 de septiembre de 2010

Notícias do meretrício (2)

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Na imprensa, como na política, nós, o povo, somente tomamos conhecimento de algo quando os tubarões brigam entre si. É raro isso acontecer, eles não são bobos, resolvem seus conflitos no vão da escada, ou no esgoto de luxo em que vivem, os ratos perfumados, mas volta e meia alguém pisa na bola e algo vaza, a plebe média fica sabendo.


Um momento, telefone.


(...)

Durou dez minutos (desde 20:00 h do Brasil) a ligação. Entre outros temas, Carlito Dulcemano, que anda lá por Viamão, disse que assiste pela tevê o Supremo juiz dos banqueiros há um tempão falando, com aquela cara de bandidão e a falsa erudição que o caracteriza, sobre a constitucionalidade da lei da Ficha Limpa. Enfastiado, debochei: "Ora, Carlito, desligue essa droga, até as piranhas do Paranoá sabem que ele vai julgar inconstitucional. Claro que o cara vai permitir que os ladrões se candidatem, é da essência do meritíssimo".

Quem falou em cara de bandidão foi o Carlito. Eu acho o sujeito pedante, malvado, nojento e mais umas coisinhas que aqui não cabe. Líder de quadrilheiros, segundo um seu colega, o eminente juiz Joaquim Barbosa. Possivelmente podre, de rico. Resta esperar pelos demais julgadores, agora está 2 x 1 para os mocinhos.


Bem, mudando de assunto... soubemos hoje que o Grupo Bandeirantes poderá falir, devido a roubalheira cometida pelo seu diretor presidente, João Sayad, o Moço, até pouco tempo um benfeitor do Brasil, segundo a velha troca de premiações entre os encastelados.

E quem o chama de golpista, estelionatário, chantagista, ladrão, falsário e por aí vai?

Seu colega das comunicações, o Jornal do Brasil (Tanure y otros).
Hoje o mix de socialeco e manda-chuva da Band é tratado como "um sujeito chamado João, vulgo Johnny, o fora-da-lei".

Eu creio.

Ficamos sabendo que a Rede Bandeirantes se origina em Ademar de Barros, o vulgar rouba-mas-faz que foi governador paulista, aquele de quem a resistência surrupiou um cofre de propinas da casa de sua amante em 1969. Um bicho grosso, ídolo do Maluf, sujamos o blogue se continuarmos.

João Sayad, o Velho, casou-se com a filha de Ademar e assumiu uma propriedade do sogrinho, a Rádio Bandeirantes. Claro, João, o Moço, é herdeiro do Velho. Alguns podem entender que a origem do império é dinheiro desviado dos cofres públicos. Imagine, foi trabalhando...

Não conhecemos fortuna limpa, nem aqui nem no Burundi. O sujeito pode ficar relativamente rico trabalhando, mas imensidão de tesouros requer mais. Fortunas são construídas pela violência ou pelo roubo, ou por ambos. A burguesia fede, exclamava o artista desencantado.

Estamos na torcida pelo revide de João Sayad, o Moço. Os operários merecem ouvir os dois lados. A Globo, obviamente, está no bolo.


Não queremos prejulgar, mas algo nos diz que, como no caso dos políticos, todos têm razão nas acusações que se fazem.

E amanhã estarão acertados. Até que um dia.


Y así pasan los dias.

Salito

No apagar da vela

A direita (centro-direita, direita, extrema-direita, seus escravos, os Estados Unidos, etc, coloquem todos no saco de "direita" neste caso) até que demorou. Acordou. Já vai tempo que José Serra fez agrados no Clube Militar (vomitamos naquele dia, toda a equipe do Ainda Espantado, no Brasil e no Uruguay).
Acordou ruim do fígado na reta final da campanha presidencial. Agora é o vale-tudo.

Verdade que o Lula exagerou um pouco, se jogando de corpo e alma numa campanha com aparência de já estar no papo, talvez por saber coisas que não sabemos, tipo o que estão guardando para a véspera do pleito, vá se saber.

Defendemos campanha política o ano todo, mas com briga, desacatos, verdades e processos de parte à parte, ampla cobertura da imprensa. Única maneira de se saber o quão desprezíveis são os grupelhos que comandam o circo. Uns mais que os outros. Saberíamos o que eles sabem uns dos outros, a campanha Ano-Todo nos diria quem mais desprezíveis que outros. A memória do povo não seria apagada pelos faustões e bials.

Nunca farão isso.

Na reta final surgem algumas coisinhas mais fortes. A filha do José. A turma do José. A anaconda da Casa Civil. Mas tem muito mais.

Agora, Lula, o Negociador, não passou do discurso inflamado em palanques, diz em comícios as verdades que lhe vêm à cabeça. São verdades. Fala mal da imprensa, Estadão, Globo e Folha na alça de mira, para os que não sabem que esses são e sempre foram inimigos da esquerda brasileira, quando não da democracia. Estes, alvejados no ar, tentam colocar até este bloguinho como vítima de mordaça. Uma grande piada essa de amordaçar a imprensa, rimos muito aqui na palafita.

(Ei, alguém aí conhece jornal ou televisão que não seja propriedade dos múmios?)

E promovem Manifesto em Defesa da Democracia, com a presença de juristas e acadêmicos. O que chamam de juristas e acadêmicos são uma meia-dúzia de gatos pingados, uns ferrenhos inimigos políticos, outros raivosos extremões, poucos adversários leais, grupo a que a tal imprensa trata logo de dar ares de maioria. (O que o senhor estava fazendo lá, seu Hélio Bicudo, pirou?). Até aquele ridículo Carlos Vereza a esbravejar, melhor faria se fosse trabalhar em novelinhas mais brandas.

Invadem o Youtube com propagandas hollywoodianas plenas de preconceitos e mentiras, clamando por democracia...

Só falta ameaçarem com os militares. Mas espera aí, pelas armas não, uma porque não vai colar e outra porque estamos desarmados, e foi o governo do Lula que tratou de desarmar os cidadãos.

Também temos muitas reservas em relação ao governo, como tínhamos seríssimas nos anteriores. Entendemos que este governo avançou muito pouco nos direitos sociais que os múmios querem tirar. Achamos que não mexeu no essencial: na farra dos banqueiros, na reforma agrária. Tanta coisa, mas tanta. Para chegar ao poder, e depois governar, realizar um mínimo pelos desassistidos, Lula fez acordos com alguns animais. E teve Dirceuzinho, tem o Boquinha, agora a Erenice, tantos... Faltou coragem ao Lula. Por isso desprezamos o seu grupelho.

Repelimos muitas coisas que fazem, mesmo sendo um nada diante do que os múmios fizeram e gostariam de fazer novamente. Daí a opção pelo PSOL, que foi esmagado pela tal imprensa democrática.

Olhando para baixo, para os estertores dos múmios na eleição perdida, estamos achando que nesse passo, se tentarem levar na marra, o Lula vai acabar ganhando os votos da Marina, do Plínio, do Ivan, do Zé Maria... em troca do voto do Eymael.

Se o cometerem, o desatino do golpe traiçoeiro na ante-véspera, será pela televisão. Na campina o youtube nem jornalão podem entrar.

Não permita que façam isso, José. Sei que você não é bailarino, tem cintura dura, mas na falta de cair dançando, repetimos, caia a passito, como homem.



Salito

lunes, 20 de septiembre de 2010

Chess Olympiad 2010













Na cidade russa de Khanty-Mansiysk, na fria e distante Sibéria Ocidental, um dos centros petroleiros mas ricos da região e uma rara combinação de urbanismo e pureza ecológica, se inicia hoje a 39ª edição dos Jogos Olímpicos de Xadrez, com um recorde de 1.376 enxadristas de 158 países.


Khanty-Mansiysk destinou 110 milhões de dólares  ao torneio. A partir do dia 29 a cidade também sediará o 81° Congresso da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), quando Kirsan Ilyumzhinov, o milionário ex-presidente da República da Kalmukia, que renunciou ao cargo há poucos dias sob graves rumores de corrupção, deverá se reeleger presidente da FIDE, que lidera desde 1995.
Desta vez Mr. Kirsan enfrentará nas urnas nada menos que o lendário campeão mundial Anatoli Karpov. Dizemos que Kirsan deverá se reeleger tendo em vista os métodos pouco ortodoxos de que é acusado de utilizar para a obtenção dos votos dos países membros. A Rússia e a Argentina voltaram atrás e apoiam Karpov. Kirsan diz contar com o voto do Brasil, mas nada se sabe oficialmente, o site da CBX nada diz, como de costume. Se perder, Karpov perderá apesar de contar com o auxílio de seu histórico rival nos tabuleiros, o célebre ex-campeão Garry Kasparov, que há meses viaja pelo mundo em busca de apoios. Karpov tem também em Magnus Carlsen um entusiástico defensor. Uma pena se perder, Karpov seria bom para o xadrez, uma das suas propostas é acabar com o clientelismo.


Nos tabuleiros, diferentemente da politica, o Brasil estará representado pelo que tem de melhor no momento: Rafael Leitão, Gilberto Milos, Alexandr Fier, André Diamant e Krikor Mekhitarian. A nossa grande ausência é Giovani Vescovi, que não vem em boa fase. No feminino teremos Juliana Sayumi Terão, Amanda Pereira, Vanessa Gazola, Jaqueline Pamplona Correa e Ana Paula de Oliveira.


As grandes atrações obviamente serão os russos, que se dão ao luxo de levar três equipes masculinas e duas femininas fortíssimas, ucranianos, búlgaros, armênios, os nórdicos e talvez os espanhóis por contarem com o naturalizado Shirov, que acaba de se classificar em Shangay para a final do Grand Slam em Bilbao. Veselin Topalov é o primeiro tabuleiro da Bulgária e o número um do ranking do mundo, Magnus Carlsen, o primeiro da Noruega.
Além destes, pretendo dar uma espiada na performance de Baadur Jobava, da Geórgia, pois quando este "maluco" está inspirado incendeia o tabuleiro.
Informações e partidas online Aqui


Fotos: a rainha Alexandra Kosteniuk, campeã mundial de 2009, que estará representando a equipe feminina da Rússia, e o teatro da cidade.

viernes, 17 de septiembre de 2010

Cambalache en Brasil

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Por falar no Presidente do maior banco brasileiro (Banco do Brasil) comprando em dinheiro vivo imóvel por 150 mil (vale 300), pois certamente guarda o capim em casa por temer que o banco quebre durante a noite, e na Casa da Mãe Joana, também conhecida por Casa Civil, sonhei com JULIO SOSA, gran cantante uruguayo na minha meninice.

Acordei pensando que isso se devia ao fato de estar no Uruguay. Mas não, ao lavar o rosto me apercebi, não era não. Era lembrança de um tango gravado por ele.

Hoy a la noche yo, Salito, me voy al bar, a solas, beber un Discepolín bien amargo.



Julio María Sosa Venturini, o JULIO SOSA (Las Piedras, Uruguay, 2 de febrero de 1926 – Buenos Aires, 26 de noviembre de 1964), apodado El Varón del Tango, fue un cantante de tango que alcanzó la fama en America del Sur en las décadas de 1950 y 1960.

Sosa tenía una pasión por los autos, y había tenido varios accidentes de tránsito por conducir a desmedida velocidad. Como consecuencia, falleció a los 38 años, a las 9:30 horas del 26 de noviembre de 1964, en un accidente automovilístico ocurrido en la esquina de la Av. Figueroa Alcorta y Mariscal Castilla, del barrio de Palermo de Buenos Aires.

Sus restos fueron velados en el Salón Argentina pero la multitudinaria concurrencia obligó a trasladar los cortejos fúnebres al LUNA PARK. Hoy sus restos están en el cementerio de Las Piedras, Canelones, Uruguay.

El tango CAMBALACHE es de Enrique Santos Discépolo. Do bonairense Discepolín, que alguns dizem que se matou de tristeza, falaremos outro dia. Por enquanto, dizemos apenas, a quem não lembra, que o Raul - Maluco Beleza - Seixas gravou este tango de sua autoria. Era espantado aquele moço Raulito. Tanto queria que parassem o mundo para que ele descesse que logo conseguiu, pena.

jueves, 16 de septiembre de 2010

O antro de Onan

 
Senhor Aguirre:

Olhe só, nobre arcebispo, algo que nos interessa sobremaneira. Ao Brasil, ao Ecuador, ao Burundi, ao mundo todo.

Consta que o nosso chefão Bento XVI, hoje em sua visita ao Reino Unido, admitiu que a Santa Madre Igreja Católica Infalível Perfeita Suprema falhou na reação aos casos de abuso sexual cometidos por padres. A bordo da luxuosa aeronave que o levou a Edimburgo, na Escócia, o meigo pontífice afirmou que a prioridade agora é ajudar as vítimas a recuperar a confiança na Igreja.

Estava muito triste e chocado, disse não entender como essa perversão foi possível. Tadinho.
Ainda bem que será consolado pela anfitriã Elizabeth II, chefe de Estado britânica e governadora suprema da Igreja Anglicana, no palácio de Hollyroodhouse, a residência oficial da monarca na capital escocesa.

Compreendo o que lhe vai pela alma. Entristeço-me em comunhão, meus olhos estão rasos d'água. Como poderia saber, o santinho, se eu também, callejero como só, fui tomado de grande surpresa e espanto. Isso é um defeito, confesso: me espanto com tudo, desde menino.
Ainda ontem falei a respeito com a Mad: os reis e rainhas são muito mal informados, não sabem, não viram..., só pode ser culpa das assessorias que eles mesmos escolhem a dedo. Pois acabei de falar e desabou uma piratona do governo brasileiro, cobra muito grande, os mexericos de ontem eram somente a pontinha do iceberg. E lá vou eu desviando do assunto...

Viu como existem homens virtuosos? O pobrezinho, como todos os humanos estudiosos, até hoje não sabia aonde leva o celibato, imposto há somente 937 anos pelo Gregório VII.

Aliás, o Gregorião, como o chamavam os amigos de boemia, era um sujeito muito doido, briguento pacas, meio Napoleão de hospício. Proclamava-se o rei da cocada preta, se dizia infalível, dono de tudo que houvesse na face da terra. Desconfio que Mr. F. Febraban é seu descendente. Nas orgias, bebia demais e se punha a berrar: Eu sou o cara! E deu de exigir obediência cega dos príncipes e imperadores. Deve ter exagerado um pouquinho, um minúsculo erro de cálculo, pois acabou exilado pelos seus acólitos, e...

Opa, ia me desviando de novo. Dizia que o Gregorião alegava que o matrimônio tornava os sacerdotes distraídos dos seus deveres.
Certíssimo! Esse sabia o quanto dói a vida, esta dor tão doída... Bravo! E isso que ele não conheceu a Verinha Furacão, ex-esposa do Joãozinho Tripé.

Em reuniões posteriores, notoriamente na linda cidade de Trento, os chefões que o sucederam confirmaram tudinho. Quanto a Trento, há quem diga que é possível que a origem celta dos tridentinos tenha influenciado as decisões, o que bebem de vinho aqueles platenses!

Mas, como sempre digo, nem tudo são crisântemos nesta vida. Daí que surgem os caluniadores, sob o capuz de "historiadores", dezenas, centenas deles, a supor que a imposição do celibato foi um meio de evitar que os bens dos bispos e sacerdotes casados fossem herdados por seus filhos e viúvas, em vez de beneficiar a Igreja. Deveriam ser excomungados, esses maledicentes. Como todos os que usam capuz. Bem, todos não.

Contemporaneamente, li um conto de um sujeito que me causou profunda repugnância. O indivíduo se referia aos nossos párocos como lúbricos traidores de Onan, "messalinas reprimidas, loucos para colocar meias, ligas e calcinhas pretas", e outras expressões horríveis que aqui não posso declinar. Felizmente tal livro teve a edição de mil exemplares esgotada, já pensou se cai nas mãos de alguma criança inocente?
Se o nosso amado Popão Bento lesse o que ele fala dos papas... nem os símbolos respeita: "Ah, a tiara de três esferas, símbolo do absoluto domínio de um... sobre o céu, a terra e o que há debaixo dela".
Horrendo!
Ele matou um padrecito sexagenário!, Aguirre, depois de chamá-lo de vaca holandesa! Possivelmente um irmão da Ordem dos Holandecos.
Escritor de mentiras, também merece ser excomungado. Mas este dizia, me excomunguem!, é uma honra, seus filhos da... Vou tentar esquecê-lo.

Sobre internatos tive uma rápida mas proveitosa conversa com Michel Foucault no final de 1982. Quer dizer, eu não, eu apenas acompanhava a João da Noite, o nosso pensador, que desejava conhecer o famoso autor da História da Loucura. Foi difícil mas ele conseguiu alguns minutos. Lá pelas tantas o assunto se desviou de trivialidades, e charlaram sobre a palestra Os Anormais e sobre livros, lembro apenas de um, Vigiar e Punir, que foi quando captei algo sobre internatos. Mas deixemos para lá, sei que você não gosta de falar do finado Michel.

Juanito Matabanquero repete dez vezes por dia: como tem gente ruim neste mundo. Tem razão. Ele evita assuntos igrejísticos quando está e quando não está perto dos seus animais de estimação, gatitos, perritos, cabritos, todos com um nomezinho alegre.
O nome do seu cão é Torquemada, acho que mistura de Thor e aquela queimadurinha no garrão. A cã, mulher do cão, é a Torturachita, una perrita prá lá de faceira, e...

Quase desvio..., em temas agradáveis é assim.
Então, caro Aguirre, apesar das nossas diferenças, que não são poucas, precisamos ajudar o homem lá de Roma. Ah, lembrei porque comecei a falar em Juanito: ele comentou sobre um diz-que-diz-que sobre a fortuna no subsolo do Vaticano. Tem gente interessada em conhecer, a lenda, que só pode ser lenda, dá conta de que tem mais tesouros que em todo o resto da Europa. Que insensatez.

Como dizia, ah... Então, caro Aguirre, a união de todos é importante, temos que ajudar aquele pobre inocentinho.
Alguns milhões de casos de estupro de crianças ao longo da história, de detecção impossível, não podem abalar a nossa estrutura religiosa, calcada na pobreza, na sinceridade, na doação e no amor clerical.

Saravá.

Salito.

Foto: Julio César Grassi, o Julinho da Matilde, da Fundação Felices Los Niños, condenado injustamente na Argentina por abusar de crianças. Para sorte dele as crianças são desvalidas, não possuem parentes armados. Vai em solidariedade, um padre sério e confiável, como a foto dele e de todos os padres sempre demonstram.