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Neste dia lembro novamente do muito que a senhora me ensinou
e da paciência que teve comigo, única a me defender, afirmando que de louco eu
não tinha nada, pois viviam querendo me expulsar por fazer bagunça e brigar na
hora do recreio. Uns malvados diziam que eu não batia bem só porque arranquei
uns pedaços dos maus elementos e botei fogo na casa de outro. Os filhinhos de
papai e outros bichos é que sempre começavam, se prevaleciam com os menores, eu
só encarava porque os parentes diziam que é feio homem fugir. Fugia quando me
esperavam de bando na hora da saída, aqui ó que iriam bater na carinha que a
mamãe beijou, mas depois pegava um por um, ah, a vingança é doce.
A senhora ia pisando firme, levando o meu boletim, para me
defender lá na sala da Direção. Professor macho só tive um bom, já no noturno
do ginasial, que depois da aula ia jogar sinuca e tomar trago com a gente. A
senhora, que agora sei era uma mocinha recém iniciando a carreira, foi o meu
primeiro grande amor, platônico naqueles meus 11 anos, perdi a conta das vezes que lhe homenageei no banheiro, por isso mais tarde me
embolei com umas cinco mil professoras, casei com umas vinte, me amasiei com
umas cem, boa parte delas muito parecidas com a senhora, de pele alva, olhos
azuis e outros detalhes maravilhosos que aqui não posso dizer, ui.
Grande abraço e parabéns pelo seu dia, serei eternamente grato e
sempre a amarei.
Do seu, Bruno.
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