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BOA NOITE, amigos e amigas
Chegando cansado de um confronto
com uma milícia boza de uma cidade próxima, lá pelas redondezas do Parcão. Uma
das flechas que me atiraram passou zunindo ao lado da orelha, quase me leva o
lóbulo, mas sobrevivi e trouxe a morenaça que era mulher do chefe deles. Era. A
empregada boazuda veio no pacote.
Vou tomar um merengue pra me acalmar.
Bom fim de noite a todos, com paz e carinho familiar.
BOM DIA, camarados e camaradas deste mundo
Acordei tarde, depois da aventura
de resgatar a morenaça que era mulher do chefe da milícia boza lá nas cercanias
do Parcão. Por pouco não me mataram a flechadas, mas saí ileso e de quebra
trouxe junto a empregada boazuda, não iria deixar a tadinha lá à mercê dos
selvagens.
De modo que o samba rolou até
alta madrugada, as duas não me pouparam, felizes por terem fugido me tiravam
para dançar a toda hora, enquanto o resto do harém dormia. Agora ainda um
tantinho cansado, mas feliz.
É domingo, gente, aqui em Viamão
um lindo dia. Com sorrisos tentemos a esquivosa dona Felicidade.
Carpe diem.
Hoje terei que bater em retirada.
Levarei a morenaça e a empregada boazuda, as demais não dá, exercem suas
atividades aqui no município, atividades de... como dizer... a profissão mais
antiga do mundo. Não é por causa das milícias bozas que vou desta vez, pois
envergonhadas pelos fiascos do MInTO nem tentaram me expulsar, até porque estou
protegido por muitos arcos e flechas.
Deu-se que as minhas damas de
Porto Alegre vão viajar para Brasília, tomar o dinheiro de bozos evangélicos, aecistas
e outros filhos da puta. Esses esbanjam, pagam dez mil por uma frescurinha de
nada, um "instante", são abobados demais, mal sabem bater punheta,
nunca chuparam um grelinho e tudo, com beijos em todos os lábios. Gastam a rodo
sem satisfazer as onças é porque o dinheiro deles é roubado mesmo, então é
fácil. Elas riem, felizes, e me trazem a grana quentinha, montes de notas de
cem, o grosso depositam de lá.
Não é pelas gatas da Cidade
Baixa que volto, bem, até é, mas por uma razão maior: o Gatolino sozinho não pode ficar,
e não quer ficar em casa alheia, me telefonou dizendo. Sim, ele sabe discar, e
se entendo a língua gatês, ele não fica atrás: entende espanhol e português.
À noite estarei na capital, irei
me desviando das barricadas bozas, para me deslocar meus bugres irão de
batedores, faremos uma volta grande, de tocaia os bozos não me pegam como
pegaram a Marielle. Aliás, penso em subir para o ataque na semana que vem,
vamos ver se eles gostam do veneno que dão aos outros.
BOA NOITE, amizades queridas
Já estou na Cidade Baixa. Os
bugres fizeram tudo certo e cheguei são e salvo. A comitiva de cinco carros deu
muitas voltas, andamos por Canoas, Sapucaia, de volta a Canoas, saímos para
Guaíba e entramos em Porto Alegre pela ponte sobre o rio que amamos, a tempo de
beijar as mulheres que estavam saindo para o Aeroporto Salgado Filho. A
morenaça e a empregada boazuda – vão trocar de nomes, ainda não decidi como se
chamarão na luta depois do curso intensivo – ganharam das viajantes beijos de
língua entre o “Prazer em conhecer” e o “Até a volta, dia 31 a gente se vê, é
só uma semana.”. Ordenei às viajantes para depositarem a grana dos trouxas em
quantias pequenas, para não chamar a atenção do COAF para a minha conta, como não sou miliciano eles não abafam.
Neste momento o avião está sobrevoando São Paulo. Estamos aqui bem felizes, nós três e o
Gatolino.
Um lindo final de domingo a todos
os amigos do Facebook.
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