martes, 29 de septiembre de 2020

RICOS DE QUÊ?


"Você visita alguém rico, não te oferece nem um copo de água. Visita um pobre e este te oferece café, bolo e ainda te dá um filhote de cachorro e uma mudinha de planta".

Vi por aí, grande verdade. Se o desgraçado rico miau te der alguma coisa é porque está pensando em te tomar algo muito mais valioso, além do suor do teu rosto. Como o teu voto, para que ele possa roubar muito mais. Nem falo de certa classe média ralé que gostaria de ser tão ladra quanto eles. mas o povinho bovino adora votar em rico miau e/ou violento, por um favorzinho qualquer, para não falar da lavagem cerebral da globo e pesquisas falcatruas a bom preço. Com tão óbvia constatação sempre lembro de uma colega, grande advogada, eu consultor de "Operações Especiais". Em poucas horas, umas 36. salvei 20 milhões pros seus amigos donos de uma empresa, sem contrato amarrando, no verbo, ali eu tiraria o pé do barro, mas cobrei valor simbólico, de favor pra ela pois um dia seu sócio me deu abrigo por uns dias, e eles eram seus clientes, e ela deveria cobrar bem. Eles com 200 milhões aplicados em Bolsa de Valores, preferenciais,, jogatina volúvel, conversível,, CDB de 30 dias, grana viva disponível, para não falar no imenso patrimônio imobiliário. Na hora de me pagarem os honorários, a dinheiro de hoje uns 20 mil, merreca,, o certo seria no mínimo 10% da economia, 2 milhões, eles pediram prazo de dois meses pra pagar... Subi num porco. Aí depois ela me disse, conhecia os caras desde a infância: "Por serem canalhas assim é que são podres de ricos, não respeitam nada". Nunca mais comigo, nem eles nem ela. Violaram o básico. Acabaram sifu anos depois, pois comentei vagamente com um camarada federal (honesto) sobre outras coisas que vi não sendo pago para ver.

(Na imagem Procópio Ferreira como mendigo na porta da igreja na peça "Deus lhe Pague")



 


domingo, 27 de septiembre de 2020

MANUELA

 .(escrevo no escuro)


Vivo de brincadeira, chamando a Manuela de "Namorida". Moça lutadora, quem me conhece sabe o respeito que lhe dedico sem conhecê-la pessoalmente, salvo por um sorriso e um aperto de mão, críticas construtivas à parte. Para as eleições de 2020 para a Prefeitura de Porto Alegre já abri o voto para o Júlio Flores (PSTU) na primeira vuelta, o Júlio que nesse mundo perverso pelo jeito nunca sairá de 1% nas pesquisas dos canalhas que induzem esse povinho bovino. Se eles dizem que a Manuela está na frente botem pelo menos mais dez pontos percentuais na maracutaia dos vagabundos, está muito à frente.

Pois hoje soube que um indivíduo chamado Jardim, da Globo, jardim de crocodilos e caninanas, disse que o patrimônio da moça aumentou 380%, tipo mil reais aumentar três mil e oitocentos. Assim, de graça, o elemento fingindo que não vê os bilhões desviados pelo Guedes e seus comparsas. Bem... em certo momento eu morava na Praça Garibaldi sem nenhum, depois num cabaré de favor, não escondo nem reclamo, vivo dizendo, a ditadura matou meninos, a mim só prejudicou muito. Um dia arranjei um emprego. Economizei alguns trocados por mês. Em um ano eu tinha mil, em cinco anos tinha cinquenta mil, consegui comprar até moradia para as crianças, modesta, com o suor do rosto, ajuda da mulher e financiamento da CEF. Meu patrimônio em poucos anos cresceu 100.000%.. Hoje estou sem nenhum por mão-aberta, mas as meninas estão lindas, lépidas e graciosas.

Não consegui ler a matéria desse múmia Lauro Jardim (me processe, que te ensino com quantos paus se faz 13.313,13 canoas, moleque), tem que ser assinante para ler o lixo Globo, então quem tiver acesso me mande, por acaso ele acusa a moça de possuir algum dinheirinho sem origem, vindo dos Queiroz da vida? Ou de ter empresa de fachada em paraíso fiscal, como a Globo nas Ilhas Virgens?

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viernes, 25 de septiembre de 2020

Caminho dos resíduos sólidos de Porto Alegre RS


Natividad, uma filha biológica que me deu um susto ao nascer e por isso tem o nome que tem, doutora e pós-doutora em Biologias e Botânicas, me mandou este vídeo produzido por alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. A menina me sai bem, me representa, como os alunos da Universidade. Vale a pena ver, ó porto-alegrinos. Serve para todas as urbes do País e do mundo.

DESTINO: COPACABANA

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Em janeiro de 2020 estive em Torres num casarão de aluguel. Saí do chuveiro de tirar o sal do mar, vez que fui nadando com o punhal entre os dentes em furiosas braçadas até Garopaba para me vingar de um catarino fascista que me devia uma pedra; abri o elemento, meu punhal de selva é bom que dói. Por mar só uns 140 ou 150 km, na ida foi mole, mas na volta estava um tantinho cansado, andava meio fora de forma, não é todo dia que se nada 300 km, mesmo para quem já foi nadando de Tramandaí ao Rio de Janeiro. Na verdade saí do Imbé, ao lado de Tramandaí, e quando me dei conta estava na Baía de Guanabara, lá desci do mar e tomei uns chopes. Bons tempos. Bem... Voltei nadando de costas, boiei, demorei. No casarão elas se fazendo de sonsas, logo comigo. Naquele calorão as freiras andavam cheias de roupas pretas, pesadas, dos pés ao pescoço, em vez de peladas. Não queriam nada comigo. De vingança botei uma roupinha e peguei um trago, com ares de vou me mandar daqui. Eu magro que é um diabo, desgastado da viagem, nem comida me deram. Quem bateu a foto foi a Magda, a alemoa dona do bar da esquina que me trouxe cervejas, namorada de um figurão da cidade, essa já foi tirando a bermuda e o biquíni que tinha por baixo.
(...)
(O seguimento foi CENSURADO pelo Ministério da Censura da Bozália, presidente o Sr. Alexandre Frota, Secretário o Sr. Oscar Maroni Bahamas, com o Véio da Havan de Conselheiro-mor)


jueves, 24 de septiembre de 2020

AMADO URUGUAY

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Pobre de mim, indo pelo Chuy só conheci um pouco de Melo, Rocha e Lavalleja. Virei o auto para ir a Treinta y Tres, entrei e na divisa faltou combustível. Botei um galão de álcool que tinha no porta-malas, era o que tinha, lá não vendiam gasolina em postos, eu não sabia. O carro era de gasolina, virei o volante para a direita, consegui entrar de novo em Rocha e logo a fubica quebrou. Noite escura, azar: abaixo de chuva entrei a pé campo adentro, andei dez quilômetros até achar viventes, cheguei de madrugada batendo palmas na frente da casa, já de abraços e lambidas com os cães de guarda, eles gostam de mim. Um pinto de molhado, foi o que viram quando vieram com lampiões acesos. Uma família boa, numerosa, agricultores tipo MST, todos me ajudaram, tinham um velho trator e uma filha dos velhos e irmã dos rapazes madurinha.
Gente da minha raça, hospitaleiros, decentes, rebocaram o carro e tudo. Casei com a Ariana Comesaña, fiquei lá com eles por cinco anos. Ali, aos 33 anos, idade de Cristo como diziam, fechei 33 filhas com as cinco que ganhei de Ariana. Com eles "Aprendi filosofía, dados, timba, y la poesía cruel de no pensar más em mí". E de ovelhas, a tosquia e o bem querer. Pretendia chegar a um Cafetín de Buenos Aires, mas fui primeiro para Montevideo aos 38 anos, com um 38 e um punhal por dentro do paletó. "Con el pucho de la vida / Apretado entre los labios...". A Ariana entendeu quando eu disse "Não demorarei muito, meu amor, vou voltar, só preciso terminar um serviço". Em Montevideo e na Av. Cataluña tudo mudou. Como en las calles Durazno y Convención, muito amor mas precisei pegar em punhal. Anos depois eles fugiriam para Porto Alegre quando Mujica botou ordem na casa, com amor e argumentos irrefutáveis.
(...)


lunes, 21 de septiembre de 2020

NO ESCURO, COM FRIO

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Madrugada em Porto Alegre. "Silencio en la noche / Ya todo está en calma / El musculo duerme / La ambición trabaja" - acabou de dizer Gardel. Eu aqui na escuridão do vão da escada, com frio, pernas encolhidas no minúsculo espaço, dolorido, preocupado e com medo dos vírus 17 e 19. Neste mundo sou um peixe fora d'água. Tento me salvar pensando em loucuras com mulheres que moram longe, bem felizes nos braços dos outros... meu Deus o que foi que eu fiz para merecer isto? Salvo-me em parte, com o nóti luminoso no cubículo, foninhos nos ouvidos, ouvindo a turma de Barcelona. Joan Chamorro - o regente, no baixo, a menina Andrea Motis e outros artistas. Neste momento interpretam "Insensatez", de Tom e Vinícius, os ianques chamam de How Insensitive. Preciso comprar um rifle de precisão e ir à Brasília, mas e grana pra isso? Vão ver o preço do russo SVLK-14S, que acerta na pinha desde 4 km, só em sonhos. Vou dormir encolhido aqui mesmo, esquecendo o mundo horrível lá fora. Tomara que chova, que venha um dilúvio, em lama não sou como eles, não sei nadar em lama, mas em água do céu sou bom, eles morrerão afogados, eu não. Quando a água do céu se misturar com a água salgada dos mares nascerão escamas e nadadeiras no meu corpo, serei quase um peixe.

domingo, 20 de septiembre de 2020

QUERO SER COELHO

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Quando menino em certo momento coube a mim alimentar os coelhos, varrer e lavar, tirar seus cocozinhos, eles presos lá. Eram muitos num espaço de quinhentos metros quadrados. Coelho come tudo o que é vegetal que vê pela frente. Por ordens do patrão eu levava-lhes braçadas de funcho molhado que eu mesmo cortava à facão, um vegetal que não custava nada ao cretino. Eles amavam funcho, era o que tinha, comiam tudo rapidamente com os seus dentinhos ágeis, crã, crã, crã. Animaizinhos queridos, apeguei-me tanto que pedi demissão quando o cretino disse que iria matar alguns para comer, e vender outros tantos para os açougues da vida.
Já moço em Porto Alegre festejei quando entrei na casa do Nadir, dono do bar-sinuca da Rua Zé do Patrô que havia ao lado da Igreja Sagrada Família. Ele e a mulher moravam num apartamento na Av. João Pessoa, de frente para a Redenção, e tinham um coelho de estimação, como temos gatinhos e cãezinhos. Tinha a caixinha de areia dele, tudo certinho, o coelhinho amoroso como só, como o casal que o adotou e o alimentava com múltiplos vegetais, cenoura, vagem, alface e tudo.
Na correria da vida nunca mais vi coelho nem funcho. Ontem o querido gringo Pedrinho, da mercearia da Av. Venâncio Aires, me deu um litro de cachaça em conserva de funcho, já tomei metade. Os coelhinhos estavam certos, coisa mais boa, embora eu goste mais com losna, o absinto de pobre.

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viernes, 18 de septiembre de 2020

TORRENTE

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Chove em Porto Alegre, a potes, cântaros. Amo chuva, desde a tenra idade. Não perco chuva, seja inverno ou verão. Gosto do verão, mas encaro com amor em qualquer estação. Se der tempo boto um calção e vou andar pela rua, se não der me molho todo, azar se de terno e gravata, mas não perco a chuva nos cabelos, no rosto, na alma. No começo as pessoas estranhavam, esse cara é louco, e riam. Depois começaram a tirar o chapéu, era amor mesmo, ao me verem em pleno inverno tirando a gravata, olhando para cima, para o infinito, recebendo a chuva de braços abertos. Odeio guarda-chuva, nunca peguei num treco desses, o máximo que fiz foi abrir sombrinha verde para proteger mulheres que não queriam se molhar. Molhadas andavam comigo, chuva vinda de dentro. Água do céu. Mulher e chuva para mim de certo modo são sinônimos, embora uma não saiba da outra. Uma mais a outra é igual Vida. Chuva mais desgraça resulta em Silêncio. Quando enrosquei no colégio, violentinho em defesa contra bandidinhos, choveu. Fui expulso sob chuva, eles eram ricos. Quando temeroso peguei na mão de uma namoradinha, chovia. Quando fui para a briga contra cinco, choveu. Quando nasceram filhas, saí lá fora e... chovia. Em todas. Quando sério peguei em arma de fogo, choveu. Quando precisei mirar nos bagos para pegar nos peitos do canalha, choveu de um modo ruim, com ventania. Quando fiz um golaço num jogo de futebol de salão, na saída... chovia. Quando cheguei no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília, Buenos Aires, Belo Horizonte, Montevideo, Rio Branco, Belém, Chuí, em todo lugar, quando algo importante esperava, chovia.

Sempre assim, em todas as passagens marcantes da minha vida. Quando a mãe morreu no seu enterro chovia horrores, torrentes, meu chapéu parecia uma calha derramando água. Um dia recebi uns cacos, panelas, fotos e lembranças, uma cadeira, recordações de espólio. Desabou uma chuvarada na Cidade Baixa, que se confundia com as lágrimas. Amo chuva, um dia hei de compreendê-la, pois tem passagens que amei e não choveu. Bem... não lembro de nenhuma, mas acho que as tive, deve ter sido algum desengano. Agora se saio pela rua de madrugada, amargurado, uma nuvenzinha carregada chove em mim, para me acalmar, as pessoas se espantam, tudo seco aqui, só chove nele. E lá vamos juntos, a nuvem e eu.

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viernes, 4 de septiembre de 2020

VALÉRIO, CANTOR DE RUA, DE BAR, DE QUALQUER LUGAR

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Conheci o cantor e violonista VALÉRIO FUMAGALI, um boêmio que não bebia, cantor de rua e de qualquer lugar, num sábado na rua do Brique da Redenção, em Porto Alegre, Cantava La Barca sentado no chão da calçada, na base de quem quiser deixe uma moeda na latinha. Com uma menininha pela mão, acho que era a Natividad. Atravessei a rua e deixei uma cédula modesta, mas mais que moedinhas. Um grande artista, vozeirão, que o sistema esmagou nessa de quem indica ou sei lá. Na foto posterior está no meio da rua.

Depois alguém o levou ou foi por si e passamos noites entre amigos no bar O Porto no Beco do Oitavo. Artista e companheiro de incontáveis noites, com a sua simpatia conquistou a todos. Partiu em setembro de 2008. Saudades.
Eu estava viajando quando o querido Walter Schumacher registrou um fragmento em vídeo, o Valério cantando a solas, sem ensaio, sem acompanhamento, na mesa 1 dos amigos: "Noite cheia de estrelas" (Cândido das Neves, de 1931). O Maga portugalino de avental por ali, também vejo no vídeo o polaco Tigran Gdansk. 

https://youtu.be/CrZ2eBNXPkI