
Fechou o tempo na Cidade
Baixa, dezenas de senhores e senhoras brigando a socos no meio da avenida
Venâncio Aires, que acaba repercutindo aqui na Octávio Corrêa, os vermes se
espalham naquela de bate e assopra, tapinha e corre, pedindo me segure se não
eu mato... acabam aqui na esquina. Mais gritos do que socos, em vez de se
matarem logo ficam de gritacéu. A negada não sabe beber, ou o tal bar vende
algo mais do que bebida.
"Na buceta da tua
vó", gritou agora uma elegante senhorita, o nenê da Maria Joana, a
Mexicana, começou a chorar lá no quarto. A oponente lá fora, também
elegantemente, revidou com "No cu do teu pai, vadia". Agora foi o
nenê da Sybille do Haiti que começou a berrar. Meus filhos, se elas não me mentiram.
O velho do andar de cima,
que está desenganado, nas últimas, saiu do hospital para morrer em casa, se
sentiu mal, a Judite de Canoas e a Jacira de Uruguaiana, mais umas que não vi,
subiram lá dar uma mão pra família, gritei me chamem se precisar. Eu aqui na
salinha do covil ouvindo, anoto os impropérios, palavrões, alguns eu nem
conheço.
Um educado jovem bota música
sertanoja goiana no carro, portas abertas, em volume setecentos, as paredes dos
prédios estremecem, os moradores dão um pulo de susto. A canção de notas
malfeitas tem sangue e chifres na letra. Um bom gosto à toda prova.
Amanhã ao sair andando pela
calçada muito cuidado para não pisar em latas, garrafas, dentes quebrados,
calcinhas sujas, poças de sangue. Cenas dignas de um quadro, uma beleza.
"Guernica tupiniquélis", como sugeriu o amigo Petracco e emendo aqui.
Dia destes para me divertir
jogo um molotov no cabaré que se diz bar de onde saem. Talvez dê cinco tiros no
dono do muquifo que os embebeda sem advertir pra irem embora ao fechar. Ou o
grudo na parede com a doze do Rubem Fonseca. Pessoas maldosas dizem que o
elemento distribui propina para policiais militares e para a fiscalização da
prefa. Explodindo o seu paraíso talvez compreendam o direito de bebês,
crianças, velhos, enfermos, trabalhadores, dormirem um pouco.
Parabéns ao Mr. Boate Kiss,
nobre Secretário de Segurança Pública. Parabéns ao prefeiteco pleibói. Com
saudades os habitantes lembram que o último PM que foi visto nas cercanias
remonta há uns dez anos, Alguém diz que viu uns num carro verde há quatro anos,
quando vieram escoltar o dono do muquifo até chegar em casa com a féria do dia,
denunciou à corregedoria e não deu nada, mas pararam de escoltar o sujeito em
carro oficial pago com o nosso, agora vão de carro roubado.
Que eu saiba a função dos
servidores públicos da segurança é proteger banqueiros e espancar professores e
outros bichos em manifestações pacíficas. Alguns prendem e espancam pobres
vendedores ambulantes, apreendem a mercadoria, para proteger o comércio graúdo.
Parabéns a todos os envolvidos, muito justos.
A dor que sinto é quando
penso que essas pessoas, divergentes e canalhas exploradores, votam, daí que
temos o que temos na condução dos nossos destinos. Vou propor aos ilustres edis
a alteração do nome do bairro, para Cidade Baixaria.
Pensei em Porto Triste para
a capital, óbvio demais, deixo em aberto, aceito sugestões.
Será que fecharemos, todos
da esquerda e centro-esquerda, mesmo de centro, em torno de um nome que nos
represente para botar ordem no cabaré?
Quem sabe tu encara novamente, nobre
companheiro Olívio? A cidade e o estado estão, literalmente, caindo aos pedaços
em roubo, buraqueira, destruição total, moral e econômica.
(Bonito é assim, como na imagem, como éramos antes, até o horário permitido, sem fascistas à solta)
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