miércoles, 12 de septiembre de 2018

Heróis não matam, General, eles morrem

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Por Henrique Mann

Mais uma vez o truculento e ignorante General Mourão despeja estupidez e ódio sobre os brasileiros. Em defesa de torturadores disse que “heróis matam”. Não. Quem mata são pessoas em legítima defesa, no estrito cumprimento do dever ou assassinos e bandidos, heróis jamais. A menos que o General esteja a falar do Rambo e dos maníacos de Hollywood.

Eu poderia citar vários heróis benfeitores da humanidade que não mataram ninguém, claro que Gandhi ou Cristo seria demasiado para alguém tão mundano quanto o General e os torturadores a quem ele se refere. Então vou citar apenas um outro militar, um seu colega de farda, seu superior, um Marechal.

Chamava-se Cândido Rondon. Seu lema era “morrer se preciso for, matar nunca”. Ele não era um covarde, nem torturava gente algemada, mulheres e crianças. Era um Marechal. Deve ter uma vergonha imensa de ver sua farda manchada por bandidos assassinos.

Definitivamente, heróis não matam e também não golpeiam o próprio povo com desculpas esfarrapadas de combater o “comunismo”. Tem um outro colega seu de farda, General, outro Marechal, homem honrado e de grande valor. Chamava-se Marechal Lott. Também deve envergonhar-se do que fizeram os senhores usando o nome das Forças Armadas. 


E quando mais não fossem Marechais, não esqueça, General, que um simples Alferes chamado Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono das Polícias Militares e Patrono Cívico do Brasil, forças a que o senhor serve, disse que se “mil vidas tivesse, mil vidas daria”, e ao que se saiba, não torturou nem assassinou ninguém. 

Os seus heróis não morreram de overdose (talvez... é possível), mas assassinaram gente inocente como Zuzu Angel, Vladimir Herzog ou Rubens Paiva. E o General sabe a origem da palavra “assassino”? Uma das versões mais aceitas é de que derivaria de “haxixe” ("haxixin”, fumador de haxixe) e estaria ligada à seita ismaelita em que os assassinos consumiam esta droga para perpetrarem seus crimes. 

É uma história controvertida, é verdade, mas combina bem com os heróis do General. Assassinos e bandidos como os que botaram as bombas no Rio Centro em 1981, como os que mataram covardemente Herzog e Zuzu.

Então, General, não desonre a farda das Forças Armadas Brasileiras. Este manto que já esteve sobre os ombros de homens honrados, heróis de verdade como Rondon e Lott, não merece a vergonha de um farsante como o seu candidato ou de assassino covarde como o seu “herói”.
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