
UM cara de brincadeira no Facebook disse algo assim: "Se você fosse colocar dentro de um automóvel todas as pessoas com quem transou, em que automóvel seria?". Também de brincadeira respondi: "Tem que ser automóvel? Não pode ser um trem?". A turma entrou na brincadeira: desde metrô, passando por fusca, até bicicleta e carrinho de lomba. Isso me trouxe lembranças.
Quando morei na Rua Formosa no
Alto da Bronze - na verdade era no "Baixo da Bronze", dois
quarteirões abaixo, quase na Rua Washington Luís - no Centro Histórico de Porto
Alegre, tive uma vizinha cuja profissão era a que chamam a mais antiga do mundo.
Ela morava no terceiro andar. Só se dava comigo, que morava no único apê do
térreo e com uma viúva do quinto, o resto do pessoal a discriminava, sabe como
é, esses doentes que julgam as pessoas sem saber de nada.
Ela mantinha a compostura, jamais
se virou em casa, não levava homens nem ninguém, tinha uma filha pequena que ficava aos cuidados da avó quando saía para trabalhar lá para os lados do Parcão, mas os múmios descobrem tudo
sobre as pessoas, não sei como, mas descobrem, amam saber da vida alheia. Um
dia ela comprou um fusca novinho, zero, lindo, cor de rosa, não sei se veio
assim da fábrica ou se ela mandou pintar.
Pra que, a discriminação
aumentou, esboçaram até abaixo-assinado para retirar a "prostituta".
Vieram-me com aquilo e mandei-os passear, ora vão pentear macaco, deixem a moça em paz, nada fez de
mal.
Um dia ela perdeu a paciência e
andou por todos os andares gritando: "Seus covardes! É inveja do meu
fusca! Sofri pra comprar, se juntar os paus que chupei pra conseguir dinheiro
dá quilômetros, dava para ir daqui até a Europa!".
Eu alarmado saí do apê,
a viúva também, e a levamos para o seu no terceiro, naquela de se acalme, deixa
pra lá essa gente besta, fascistas ignorantes são invejosos.
Pronto. A historinha é
instrutiva, porque vejo nazis querendo atacar a UFRGS, dizem que lá tem loira que
anda com negro. O Bozo e seus fascistas que a Globo despertou para o Golpe
fazem História.
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