jueves, 8 de abril de 2021

Aos mestres, com carinho

Do primário só lembro das brigas no pátio, não de todas as escaramuças, sim das graves que resultaram em ferimentos; alguns filhinhos de papai e outros brutamontes eram maus e eu bobinho tomava as dores dos mais fracos, mas era intolerável mesmo, para quem vinha de mãe boa. Do ginasial quase nada, salvo que eu era apaixonado por uma professora alemoa gostosinha de 18 anos, ela que era ou virou fascista; ah, e pela morena profa de música, gentil, amada. O seu marido também um gentleman. Tinha um advogado professor de português que não sabia o que ia fazer lá, de repente em péssimo momento na vida, o doutor; não me prejudicou, nunca estudei português de orações assindéticas e outras normas dos palhaços da ABL, se me expresso mais ou menos é por instinto, los libros viejos, noções de latim.

Depois tive uns três ou quatro professores que me ajudaram a abrir a cuca, doendo. Um numa pós em matemática, matéria elevada de rachar a compreensão do perdido na vida. Outro na Filosofia, lógica e outros bichos, começando lá por baixo, que duas asserções negativas nunca resultam em conclusão positiva e tal. Outro no Direito, circunspecto, rigoroso ao falar, se expunha, não tinha travas na língua do seu pensamento, este profe faleceu do coração nas sociais do Grêmio durante um jogo, lamentei muito, muito.

Em qualquer circunstância, TODOS, mesmo os que não gostei, valiam mil vezes mais que esses filhos da puta que o povo da Globo elege.

(O quadrinho peguei no Facebook, postagem dos “Professores Sonhadores” de 20 de março de 2019.)


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