O Lucho Gatico está de correria com as freiras lá na sala. Lembrei do Gatolino quando era novinho. Foi assim:
Socorro em ré menor
Resolvi testar os reflexos do Gatolino e o atirei aqui da
sacada, sétimo andar. Caiu como bailarino, se agarrando no galho mais alto da
arvore lá debaixo, ela se dobrou, envergou fundo, e voltou, ele junto. Cinco
minutos pra se recuperar do susto e soltou um miau comprido. Como falo gatês,
não perfeitamente, mas melhor do que falo esperanto, entendi, ele dizia: Agora
tou por ti, desce pelo elevador e vem aqui me buscar, aí desço da árvore pro chão
e tu me leva pra casa, não vou ficar aqui pendurado feito passarinho. Melhor
não, teimei depois de dois copões de pinga mineira. Resolvi testar os meus
reflexos, gritei tou indo aí meu neguinho e me atirei de lá de cima. Passei a
mil por ele, quebrando tudo, me ferindo, mas os enroscos amorteceram a queda,
não morri.
Quando vi tava no HPS, sem conseguir mover a cabeça. Soltei
um miau engasgado, em gatês pedindo socorro pro Gatolino, e a enfermeira disse
pro médico esse cara é louco. Lá de longe ouviu-se o Gatolino, todos ouviram,
enfermeira, médico, o Pronto Socorro inteiro, com miau em ré-menor, som que
entrou pela noite, dizendo já estou indo, Sala, aguente firme.
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