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Como nem tudo são crisântemos nesta vida, recebi uma longa carta de um arcebispo ecuatoriano, o Arregui (centro da foto), me descendo a soiteira no lombo. Doeu-se, o indivíduo, pelo modesto texto de abertura deste blog (AQUI).
Como nem tudo são crisântemos nesta vida, recebi uma longa carta de um arcebispo ecuatoriano, o Arregui (centro da foto), me descendo a soiteira no lombo. Doeu-se, o indivíduo, pelo modesto texto de abertura deste blog (AQUI).
Ora, ora, reverendíssima excelência, trate de se acalmar, o que eu penso da sua turma já deixei bem claro há uns 20 anos, no meu conto Vestidos de Preto, embora as suas vestes lembrem mais a carnaval. Pensei em baixar o nível do verbo, mandando-o tomar naquele lugar, mas desde que mandei pro inferno (só de boca, claro, sou um homem de paz) um dono de banco não quero saber mais de encrenca com "otoridades" de organizações criminosas, aquele agiota mandava mais que o presidente, este palhaço que de cada pila para o povo dá um milhão aos banqueiros.
Ser abstêmio é um direito seu, compreendo sua infelicidade, mas admita que essa estória de abster-se de alguns prazeres foi escolha sua. Se, como dizia o meu amigo Faustin von Wolffenbüttel, sem uma garrafa ao alcance da mão é difícil resistir à tentação de dar um tiro na têmpora, bem imagino como deve ser sem a garrafa, solteirão e com essa indumentária.
Só o senhor não pegou o espírito da coisa, então explico: nada, rigososamente nada, do que aqui se escreve é verdade. Incluídas essas estórias de que padres são experts em punheta só para o consumo externo, nas internas gostam mesmo é de crianças, se é que já falei isto. Entendeu agora? Tudo mentira. Sacou mesmo, ou preciso explicar de novo? Quanto aos boêmios, o senhor vai gostar mesmo é de quando eu chegar no grande Lúcio Cardim.
Sugiro que por ora o reverendíssimo coloque a rodar Flores Negras aí no seu toca-discos, maravilhoso bolero do cubano Sergio de Karlo, que partiu em janeiro mas que antes disso teve tempo, entre outras coisas, de trabalhar com a nossa Carmen Miranda lá na Broadway, esta que se vestia de modo discreto se comparada a certas eminências. Aposto que quando chegar na parte em que diz "Aunque viva prisionero, en mi soledad mia alma..." o amigo já vai estar levitando, para cair de joelhos ao final, no "pero el dia vendrá, en que tu seas para mi nomás, nomás".
Um abraço e lembranças a Nossa Senhora da Boa Esperança do Lupanar, que certa vez muito me ajudou.
Salito
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Admira-me que você ainda dê papo prum sujeito desses, Salito. Abraço. Joaquim Balaio Neves
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