lunes, 30 de agosto de 2010

Risco de morte


Ainda no lado uruguayo, na Av. 33 Orientales, a tevê me premiou com o horário político do Rio Grande do Sul.

Assisti aos blocos dos três com maior tempo: os programas dos políticos profissionais Tarso Genro, Yeda Crusius e José Fogaça.

Nos dois primeiros, do Tarso e da Yeda, precisei de um penico, pois vomitei o tempo todo.

Na vez do Fogaça, aconteceu algo tão anormal quanto terrível. Parei de vomitar e do meu íntimo repentinamente brotou uma morbidez estranha, uma angustiante alteração de consciência, um desespero cego, e apagou tudo.

Dolores depois me disse que precisou de cinco pessoas para ajudar a me segurar, eu tinha dado de mão num laço e ia me enforcar. Quando dei por mim novamente, já medicado, o psiquiatra falou que tive muita sorte, seria pior se tivesse chegado no ponto das propagandas ao senado.

Como não tenho histórico familiar, nem ando abusando do álcool, o doutor está trabalhando com a hipótese de suprema exaltação da emotividade, depois de excluir reação ao fracasso. Vamos analisar outras possibilidades, claro, mas fiquei preocupado. Ele me proibiu terminantemente de voltar a ligar a tevê naquele horário, advertiu-me de que o perigo de me suicidar não é nada, pior é se saio matando a cachorrada.

Depois dessa, aviso aos amigos que levarei mais uns dias para atravessar a fronteira.

Salito.

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