sábado, 29 de mayo de 2021

FICCIONES

"Não tarda e tu vai ver o que é lidar com gente mundo afora, menino, o horror, tome cuidado." (De um velho me abraçando na saída ao final de uma partida de sinuca com bocas brabas, isso antes de eu fugir, singelo e marginalizado sem jamais ter andado à margem das leis, ali já tinha uns 17 ou 18 anos).

Lembrei de duas ficciones:

(1) Da "grama" do prédio onde se instalou o Facebook no Brasil, no bairro Itaim Bibi em São Paulo (sei que tem outros lugarzinhos, não vem ao caso). Com toda aquela grana botaram grama de plástico lá embaixo, um luxo cercando o edifício, e ficam lá em cima seguindo e conferindo de acordo com o algoritmo de plástico da matrix. Falei isso pro diretorzeco americano deles (dizem que nasceu no Brasil), que mora num condomínio fechado no Rio de Janeiro com meia-dúzia de seguranças que não dão nem para a saída; não respondeu.

(2) Certa vez livrei muitos milhões de impostos, e o fiz tecnicamente, li e li, reli, procurei, três ou quatro dias e noites quase sem dormir, e consegui, dentro das leis, para uns caras, pessoas amáveis que antes tentaram consultorias famosinhas e não arrumavam solução; aliás, arrumavam de um modo que eles todos acabariam presos, os próprios amáveis sentiram o drama, não eram tão burros. Na hora de me pagarem os honorários de 20 mil, merreca, nada, perto do pepino que livrei, iriam sifu se não fosse eu, começaram a regatear o preço, tirar o meu dinheiro já rebaixado, eu que andava precisando muito, para crianças e asilos. Insistiram. Emputeci, rosto em pedra, sem levantar a voz: "Não quero mais, fica de graça, seus filhos da puta!", enquanto levantava para sair, e saí sem olhar. Depois uma advogada sócia de um advogado amigo, ambos super competentes, de primeira categoria, estavam presentes na reunião, eles em silêncio em tudo salvo se eu pedisse a opinião na língua juridiquês - silêncio que mantenho quando são eles a conduzir reuniões, ela mesma de berço rico, me disse: "É por isso que são podres de ricos, hoje erraram de homem, gostei". No outro dia os adevas me ligaram: "Mandaram os teus vintinhos, sem dar um pio". Pelo que esqueci vingança, pois batido não iria passar.


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