lunes, 21 de septiembre de 2020

NO ESCURO, COM FRIO

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Madrugada em Porto Alegre. "Silencio en la noche / Ya todo está en calma / El musculo duerme / La ambición trabaja" - acabou de dizer Gardel. Eu aqui na escuridão do vão da escada, com frio, pernas encolhidas no minúsculo espaço, dolorido, preocupado e com medo dos vírus 17 e 19. Neste mundo sou um peixe fora d'água. Tento me salvar pensando em loucuras com mulheres que moram longe, bem felizes nos braços dos outros... meu Deus o que foi que eu fiz para merecer isto? Salvo-me em parte, com o nóti luminoso no cubículo, foninhos nos ouvidos, ouvindo a turma de Barcelona. Joan Chamorro - o regente, no baixo, a menina Andrea Motis e outros artistas. Neste momento interpretam "Insensatez", de Tom e Vinícius, os ianques chamam de How Insensitive. Preciso comprar um rifle de precisão e ir à Brasília, mas e grana pra isso? Vão ver o preço do russo SVLK-14S, que acerta na pinha desde 4 km, só em sonhos. Vou dormir encolhido aqui mesmo, esquecendo o mundo horrível lá fora. Tomara que chova, que venha um dilúvio, em lama não sou como eles, não sei nadar em lama, mas em água do céu sou bom, eles morrerão afogados, eu não. Quando a água do céu se misturar com a água salgada dos mares nascerão escamas e nadadeiras no meu corpo, serei quase um peixe.

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