lunes, 24 de septiembre de 2018

Trocando em quase miúdos

.

Anteriormente Lula, num discurso histórico na ONU, havia enquadrado George Bush, o criminoso de muito má lembrança, pelo menos para o cargo de presidente dos EUA um ser inexpressivo com dificuldade de caminhar e mascar chicletes ao mesmo tempo, mas com a estrutura do país mais poderoso do planeta, pelas armas e gente bélica por trás, ao clamar enfaticamente, com palavras duras, pelo livre comércio e autodeterminação dos povos. 

O Brasil iria negociar com todos, com os EUA mas também com quem bem entendesse na Ásia, na África e na Europa, para o bem da nossa e de outras nações, reciprocidade. Implícito estava a ampliação de negócios com a China, o gigante asiático que faz tremer o Império diante da iminência da desdolarização da economia mundial. O rosto do belicoso indivíduo, de ódio mal contido, declarou que iria cobrar caro a "ousadia", mas naquele episódio nada poderia fazer contra o Brasil, o momento político e o conceito do governo brasileiro no cenário internacional inviabilizavam qualquer retaliação. Os EUA é um país falido, vive de saques, rapina.

Precisavam esperar o momento "certo", o Departamento de Estado iniciou o planejamento de ataque ao Brasil. Veio Obama. No seu discurso de abertura da 68ª Assémbleia Geral da ONU, em sua frente Dilma disse coisas como: "Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos cidadãos de outro país. Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo”. O mundo sabia a que ela se referia, os EUA invadiam dados até dos próprios aliados europeus, algo que estarreceu o mundo.

Obama não era um Trump, não tentou retaliar violentamente. Os EUA podem não ter parado, nunca pararam, de espionar aliados - inimigos eles espionam e se necessário matam, mas havia diplomacia. Talvez Obama, junto com Carter, tenha sido o seu melhor presidente desde muitas décadas. Ou menos pior, como queiram.

Veio o Trump, o cachorro louco que muitos americanos conscientes pensam em destituir do cargo, e com ele a diplomacia dos mísseis e dos golpes, o terror sobre o Brasil e outras nações. No caso da América Latina minando por dentro, pois como disse, com calma, voz tranqüila, certa vez Tancredo diante de uma ameaça velada de invasão: "O Brasil não é o Vietnã, senhor embaixador", casualmente uma guerra que eles perderam, isto é: tentem, entrar é fácil, quero ver sair. Fidel diria de outro modo: "Invadir a Nicarágua é fácil, quero ver invadir o Brasil de Tancredo". Aliás, estão novamente ensaiando invasão da Nicarágua, por razões geopolíticas, além da Venezuela pelo petróleo.

Tancredo, aliás, que deve se mexer no túmulo ao ver o verme, vendilhão da Pátria, que um sobrinho seu se tornou, sabe-se lá se devido às drogas ou à índole, ou ambas. De fato, o estadista também calçou pé na ONU contra a invasão da Nicarágua e fechou base militar americana no Brasil, daí que tem gente que acha que aquela doença que trouxe dos EUA não foi por acaso. Bem... voltando ao Trump: o Golpe viria dos seus capachos nacionais, como haviam feito no Brasil no pré-64. E veio, todos lembramos da Globo martelando sem parar, e da FIESP e outros colocando desinformados nas ruas, os tristemente famosos patos amarelos.

O que virá agora depende destas eleições, que já fraudaram com a prisão de Lula, mas que ainda assim não tem certeza de que a fraude funcione. Por que a prisão do Lula e o amordaçamento automático? O sujeito fala em Lula e um bobo repetidor da Globo pensa no retirante que fala nóis, mal sonha que por trás de Lula sempre esteve a nata da intelectualidade brasileira, a parte boa, humanista, nacionalista que deseja um país livre, rico, jamais escravo de quem quer que seja. O Lula, escolhido a dedo em manifestações sindicais, foi moldado à imagem dos bons para conduzir as massas, para tirar da escuridão brasileiros semi-alfabetizados, algo impossível para os pensadores, a sua inteligência e humanidade ajudaram muito, claro, ele é quase um milagre. Os erros? Ah, os erros, são nada diante do conjunto. Absolutamente nada.

O idiota, absolutamente incapaz, Bolsonaro interessa aos americanos, afinal sabemos de onde veio o dinheiro para milhares de computadores, estratégias e mão de obra para fakes 24 horas por dia, campanha caríssima de um partidinho ridículo feito de trogloditas e rufiões, pois o monstrengo até já declarou o desejo de lhes entregar a Amazônia, sob a alegação de que não temos condições de mantê-la, algo inimaginável, mas fez, dirá tomem, é de vocês.

Aí teríamos outro país dentro do nosso, se quis dizer entregar toda então perderíamos 65% do nosso território, a Amazônia dos EUA seria maior que o Brasil. Casualmente é onde se situam as nossas maiores riquezas, que aliás vem sendo assaltadas desde o Golpe. Ora, uma loucura dessas não passa no Congresso, diria alguém de bom senso. Que Congresso, o mesmo que rasgou a Constituição? Com campanha maciça da Globo passa qualquer coisa.

Alguém sabe o que disse Temer na abertura da Assembleia deste ano?

(segue)
.

miércoles, 12 de septiembre de 2018

Heróis não matam, General, eles morrem

.

Por Henrique Mann

Mais uma vez o truculento e ignorante General Mourão despeja estupidez e ódio sobre os brasileiros. Em defesa de torturadores disse que “heróis matam”. Não. Quem mata são pessoas em legítima defesa, no estrito cumprimento do dever ou assassinos e bandidos, heróis jamais. A menos que o General esteja a falar do Rambo e dos maníacos de Hollywood.

Eu poderia citar vários heróis benfeitores da humanidade que não mataram ninguém, claro que Gandhi ou Cristo seria demasiado para alguém tão mundano quanto o General e os torturadores a quem ele se refere. Então vou citar apenas um outro militar, um seu colega de farda, seu superior, um Marechal.

Chamava-se Cândido Rondon. Seu lema era “morrer se preciso for, matar nunca”. Ele não era um covarde, nem torturava gente algemada, mulheres e crianças. Era um Marechal. Deve ter uma vergonha imensa de ver sua farda manchada por bandidos assassinos.

Definitivamente, heróis não matam e também não golpeiam o próprio povo com desculpas esfarrapadas de combater o “comunismo”. Tem um outro colega seu de farda, General, outro Marechal, homem honrado e de grande valor. Chamava-se Marechal Lott. Também deve envergonhar-se do que fizeram os senhores usando o nome das Forças Armadas. 


E quando mais não fossem Marechais, não esqueça, General, que um simples Alferes chamado Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono das Polícias Militares e Patrono Cívico do Brasil, forças a que o senhor serve, disse que se “mil vidas tivesse, mil vidas daria”, e ao que se saiba, não torturou nem assassinou ninguém. 

Os seus heróis não morreram de overdose (talvez... é possível), mas assassinaram gente inocente como Zuzu Angel, Vladimir Herzog ou Rubens Paiva. E o General sabe a origem da palavra “assassino”? Uma das versões mais aceitas é de que derivaria de “haxixe” ("haxixin”, fumador de haxixe) e estaria ligada à seita ismaelita em que os assassinos consumiam esta droga para perpetrarem seus crimes. 

É uma história controvertida, é verdade, mas combina bem com os heróis do General. Assassinos e bandidos como os que botaram as bombas no Rio Centro em 1981, como os que mataram covardemente Herzog e Zuzu.

Então, General, não desonre a farda das Forças Armadas Brasileiras. Este manto que já esteve sobre os ombros de homens honrados, heróis de verdade como Rondon e Lott, não merece a vergonha de um farsante como o seu candidato ou de assassino covarde como o seu “herói”.
.