martes, 15 de octubre de 2019

DIA DO PROFESSOR

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Porto Alegre, 15 de outubro de 2019.

Querida profinha

Neste dia lembro novamente do muito que a senhora me ensinou e da paciência que teve comigo, única a me defender, afirmando que de louco eu não tinha nada, pois viviam querendo me expulsar por fazer bagunça e brigar na hora do recreio. Uns malvados diziam que eu não batia bem só porque arranquei uns pedaços dos maus elementos e botei fogo na casa de outro. Os filhinhos de papai e outros bichos é que sempre começavam, se prevaleciam com os menores, eu só encarava porque os parentes diziam que é feio homem fugir. Fugia quando me esperavam de bando na hora da saída, aqui ó que iriam bater na carinha que a mamãe beijou, mas depois pegava um por um, ah, a vingança é doce.
A senhora ia pisando firme, levando o meu boletim, para me defender lá na sala da Direção. Professor macho só tive um bom, já no noturno do ginasial, que depois da aula ia jogar sinuca e tomar trago com a gente. A senhora, que agora sei era uma mocinha recém iniciando a carreira, foi o meu primeiro grande amor, platônico naqueles meus 11 anos, perdi a conta das vezes que lhe homenageei no banheiro, por isso mais tarde me embolei com umas cinco mil professoras, casei com umas vinte, me amasiei com umas cem, boa parte delas muito parecidas com a senhora, de pele alva, olhos azuis e outros detalhes maravilhosos que aqui não posso dizer, ui.


Grande abraço e parabéns pelo seu dia, serei eternamente grato e sempre a amarei.

Do seu, Bruno.

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