viernes, 30 de septiembre de 2011

Juiz ladrão, n'A Charge do Dias

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Os boêmios do Beco do Oitavo dão o maiorrr apoio à juíza Eliana Calmon. Unimo-nos na homenagem do Sponholz, hoje no Jornal da Manhã (PR).



Já o Botequim do Terguino vem de Thomate, de A Cidade de Ribeirão Preto (SP).



Adolfo Dias procura namorada. Assim, natural que tenha ficado maravilhado com o Duke, do Super Notícias (MG).


Tim Maia, por Manga

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O chargista Manga hoje lembrou. Aqui imaginamos o doido cantando "Eu só quero meia nove".

jueves, 29 de septiembre de 2011

A Charge do Dias

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O pessoal somente examinou as obras do dia há pouco, nos primeiros uísques do anoitecer. Ontem caíram numa gafieira nova da Cidade Velha e pela manhã estavam, digamos, um pouco prejudicados. Mas se entusiasmaram com a criação do grande ninho, para abrigar a nata dos ragatos. Sim, ragato é uma cruza.
O Beco do Oitavo escolheu Myrria, de A Crítica (AM).




O Botequim do Terguino optou pelo Pelicano, do Bom Dia (SP).





Já Adolfo Dias Savchenko (que reapareceu, mas não convém falar disso, o homem está bravo), resolveu se manter distante de vagabundos recorrentes, diz por ora preferir bater em cínicos, e veio de Zope.


Os que mandam no mundo

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Por Mauro Santayana, em 28/9/2011

As grandes crises econômicas mundiais trazem o desemprego e a miséria, e atingem também os investidores. Houve milionários que, vítimas de sua própria ambição e dos especuladores, chegaram ao suicídio, como na queda vertiginosa da Bolsa de Nova York em 1929. Mas as grandes crises são “o sonho feito realidade para aqueles que querem fazer dinheiro”, como revelou um corretor de valores de Londres, Alessio Rastani, em entrevista à BBC, que, reproduzida pela internet, está surpreendendo o mundo. Ele afirmou também que havia sonhado três anos com uma recessão como a atual. Rastani é auto-identificado pelo seu site na rede mundial como hábil operador, consultor no mercado de capitais e conferencista que percorre o mundo, a fim de orientar os investidores. Ele declarou à emissora britânica que quem manda no mundo, porque manda nos governos, é o grande banco de investimentos Goldman Sachs.

Rastani não citou diretamente o jornalista francês Marc Roche que, no ano passado, publicou um livro forte, e sobre o qual os grandes meios internacionais de comunicação quase nada dizem, com o título de La banque:Comment Goldman Sachs dirige le monde (Albin Michel, Paris, 2010). Roche é, há mais de vinte anos, correspondente de Le Monde, na City de Londres, o que lhe possibilita acompanhar os grandes movimentos das finanças internacionais.

O livro demonstra que o banco americano conseguiu atuar junto ao governo de grandes países, mediante a infiltração de seus ex-dirigentes, ao mesmo tempo em que cooptou ex-governantes para participar de suas grandes decisões, em operação que, de acordo com o livro de Marc Roche - em entrevista à televisão, o escritor os chamou de imorais - sugere corrupção e suborno em escala global.

Entre outros, Marc Roche cita o atual presidente do Banco Central da Itália, Mario Draghi. Draghi, como representante da Itália, participa do board do Banco Central Europeu e é cotado para suceder a Trichet, na presidência da instituição. Foi vice-presidente e diretor executivo do Goldman Sachs para a Europa (e também diretor do Banco Mundial). Outro italiano, Mario Monti, é conselheiro atual do Goldman, para assuntos internacionais, e foi comissário da União Europeia para o mercado interno e para os assuntos de concorrência. Nesses cargos, Monti defendeu ardorosamente a divisão de todos os serviços públicos em empresas médias e sua privatização.

Em sua tática de recrutamento, Goldman Sachs cooptou também Otmar Issing, ex-diretor do Bundesbank — o Banco Central da Alemanha — e ex-economista chefe do Banco Central Europeu, para o seu conselho diretor. Dirigentes do Goldman ocuparam posições destacadas no governo norte-americano, e ainda ocupam. Robert Rubin, de sua diretoria executiva, foi secretário do Tesouro de Bill Clinton, de 1995 a 1999; Henry Paulsen, ex-presidente do Goldman, foi nomeado secretário de Tesouro de George Bush, em 2006. Ainda nos Estados Unidos: o atual secretário do Tesouro, Tim Geithner, escolheu, como seu chefe de gabinete Mark Patterson que, durante dez anos, foi o chefe dos lobistas do Goldman Sachs junto ao Congresso dos Estados Unidos.

Até mesmo na África, o Goldman tem os seus tentáculos. Olusengun Aganga, que dirigia o serviço dos hedge funds, foi nomeado ministro de Economia do atual governo da Nigéria. Tito Mboweni, presidente do Banco Central da África do Sul, de 1999 a 2009, foi contratado pelo Goldman como seu conselheiro internacional, em maio do ano passado. Como registra o autor do livro, o Goldman conseguiu manipular os governos, de Mandela a Bush. Um só ato mostra a capacidade de cooptação do Goldman Sachs. Quando secretário do Tesouro de Bush, seu ex-presidente, Henry Paulsen, decidiu que o Tesouro socorresse com 60 bilhões de dólares a seguradora AIG, falida pelas operações da bolha imobiliária. A primeira dívida da AIG a ser saldada, de 29 bilhões de dólares, foi exatamente com o Goldman Sachs.

Todas essas revelações, não contestadas pelo Goldman Sachs, mostram como atuam as grandes instituições financeiras. Elas só podem assim agir, porque os estados nacionais - hoje chefiados, salvo poucas exceções, por servidores do neoliberalismo - renunciaram à sua responsabilidade essencial, de promover a justiça e impedir o saqueio dos bens comuns pelos criminosos, muitos deles de enganosa respeitabilidade acadêmica, como são os principais dirigentes do Goldman Sachs.

Como estamos no assunto, Wall Street continua cercada pelos “indignados” manifestantes de Nova York, que contam com o apoio de personalidades conhecidas, como Michael Moore, o incômodo cineasta de Farenheit 9/11 e o linguista Noam Chomsky. É um princípio ainda tênue, mas os movimentos sociais são como os rios: nascem em pequenas fontes e vão crescendo rumo ao mar. No Brasil, é ainda tímida a atuação dos intelectuais — e de todos os cidadãos - junto ao Congresso para uma necessária e rigorosa legislação reguladora do sistema financeiro, o principal beneficiário da política privatizadora do governo Fernando Henrique Cardoso.

E para continuar no assunto: a escultura, intitulada O dedo de Deus, de Maurizio Cattelan, irreverente artista italiano — um punho fechado, mostrando o dedo médio levantado, gesto obsceno em quase todos os países do mundo — havia sido retirada da frente da Bolsa de Valores de Milão pela prefeita Letizia Moratti. O novo prefeito da cidade, Giuliano Pisapia, de centro-esquerda, com o apoio dos “indignati” italianos, recolocou-a em seu lugar.





(Capa de 28/9/2011: João da Noite, direto: "Banqueiro é bom frito".

miércoles, 28 de septiembre de 2011

Tim Maia

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Hoje Sebastião Rodrigues Maia completaria 69 anos (28/9/1942, Rio de Janeiro, RJ - 15/3/1998 Niterói, RJ). Se vivo estivesse, certamente faria troça do 69.

Um dos cantores mais carismáticos e polêmicos das últimas décadas, transgressivo, irreverente, o síndico do Brasil dizia "Não fumo, não cheiro e não bebo, mas às vezes minto um pouquinho". Também fez regime: "Fiz uma dieta rigorosa, cortei álcool, gorduras e açúcar. Em duas semanas perdi 14 dias".

O que se meteu em trapalhadas... só lendo a biografia (o seu Nelson Motta escreveu). Mas o melhor mesmo que fez foi uma revolução com os sopros na sua banda, maluco de embalo em samba soul, botando a moçada pra dançar.

Tintim, Tim.





A Charge do Dias

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Pelo Beco do Oitavo: Amâncio, da Tribuna do Norte (RN).



Pelo Botequim do Terguino: Duke, de O Tempo (MG).

martes, 27 de septiembre de 2011

PIG x Faraós de QI

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O Estadão desafia os deuses


Por Luciano Martins Costa, em 22/09/2011, no Observatório da imprensa

Há um clima de profundo mal-estar entre o jornal O Estado de S.Paulo e setores do Judiciário, que se sentem atingidos pela série de reportagens que se segue à decisão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, de considerar nulas as provas originadas em gravações de conversações e incluídas no processo por crime financeiro que tem como um dos acusados o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.

Chama atenção o fato de que os outros jornais de circulação nacional e até mesmo sites especializados de notícias e análises sobre o mundo jurídico, como o Migalhas, que costuma trazer informações e comentários qualificados sobre o tema, pareciam, até quarta-feira, dia 21, pouco interessados em discutir a decisão do STJ.

O jornalão paulista demonstra disposição de sustentar essa briga, a julgar pela sequência de reportagens e análises em torno do funcionamento da Justiça, que tem abrangido desde o caso Fernando Sarney até as demandas de aumento salarial dos magistrados e servidores do setor.

Tanto no noticiário como em artigos e editoriais, não parece haver dúvida, para o Estadão, de que, como afirmou um de seus colunistas, o Judiciário está submetido ao poder político do presidente do Senado, José Sarney.

A decisão do STJ, sob essa ótica, contribui para piorar a imagem da Justiça, “que pune pobres mas livra os ricos, que cerceia a ação de seu órgão de controle, o Conselho Nacional de Justiça, e que só vê a própria barriga quando exige aumento de 56% aos servidores dos tribunais superiores” (ver João Bosco Rabello).

Não é pouco o que o Estadão coloca em jogo ao abrigar tais postulados.

Se, de fato, o Judiciário, em suas instâncias superiores, é refém de interesses políticos representados pelo presidente do Senado, estamos lidando com a maior crise institucional do período posterior ao processo de redemocratização. Se é verdade metade do que insinuam ou afirmam os textos do jornal paulista, é preciso completar o raciocínio e perguntar: onde está, então, a banda saudável da Justiça? E por onde anda a imprensa livre e independente, que não faz coro às denúncias do tradicional diário paulista?

Nesta quinta-feira, 22, a Folha de S.Paulo finalmente entrou na briga, ainda que indiretamente, numa reportagem em que delegados federais contestam a decisão judicial.

E a Associação Nacional de Jornais, tão alerta quando se fala em regulamentação da mídia, por que se cala?

Desafiar os baronatos do Judiciário, se eles de fato existem ou se realmente funcionam segundo interesses privados, exige um elevado grau de certezas. Uma delas, a de que não haveria justificativas para a presteza com que o relator, ministro Sebastião Reis Jr., apresentou seu parecer propondo a extinção das provas no chamado caso Faktor, poderia ser explicada, segundo o Migalhas, pelo fato de Reis ser novato no STJ, portanto, eventualmente ainda não sobrecarregado de tarefas.

O voto do ministro só foi publicado, na íntegra, depois que o Estadão iniciou sua série de reportagens sobre a decisão, o que estende as possibilidades do debate público nos próximos dias.

O relator é bastante claro ao afirmar que as provas não poderiam subsistir como tais, porque o Ministério Público Federal baseou-se exclusivamente nas informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre movimentações financeiras atípicas do empresário Fernando Sarney e sua mulher. E a quebra do sigilo de comunicações dos acusados foi autorizada com base exclusivamente nesse fato.

“Atípica”, segundo o magistrado, não é necessariamente “ilícita”. Portanto, na sua opinião, a conclusão de que teria havido crime associado ao porte de R$ 2 milhões em espécie seria “totalmente subjetiva”, e, nesse caso, “desacompanhada de qualquer elemento concreto de que as movimentações financeiras atípicas deveriam ser investigadas por terem ocorrido em período pré-eleitoral”.

No ambiente jurídico, o debate se dá em torno dos limites do direito à prova. “A regra é o sigilo; a quebra é a exceção”, pondera o ministro relator. Com ele concordaram todos os ministros reunidos na 6ª Turma do STJ.

Mas, para o resto da sociedade, movimentações financeiras de grandes somas em meio a uma campanha eleitoral são altamente suspeitas e autorizam no mínimo que se providenciem recursos para a investigação.

E, se movimentações atípicas são apenas isso – atípicas – para que serviria, afinal, o Coaf? Para monitorar milionários que gostam de levar seu dinheiro a passear, para tirar o mofo?

Cá no universo dos observadores leigos, o parecer do insigne ministro faz lembrar a anedota sobre o cidadão que, apanhado levando às costas o leitão do vizinho, saiu-se com esta: “Esse danado desse porco adora brincar de cavalinho”.


NE: A matéria "O Estadão desafia..." do Luciano Martins Costa, no Observatório,  não tem ilustrações. Nós é que acrescentamos as charges do PIG - Partido da Imprensa Golpista (do Bessinha) e do QI (do San Salvador).

A Charge do Dias

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Pelo Beco, deu Jarbas, do Diário de Pernambuco.



Pelo Botequim, Sponholz (de novo!), do Jornal da Manhã (PR).

lunes, 26 de septiembre de 2011

Carlos Zéfiro

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Hoje Carlos Zéfiro completaria 90 anos.

Carlos Zéfiro é o pseudônimo do funcionário público Alcides de Aguiar Caminha (Rio de Janeiro, 25/9/1921 - Sobradinho, DF, 5/7/1992), com o qual ilustrou e publicou, durante as décadas de 50 a 70, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "Catecismos", responsáveis pelas primeiras febres da meninada. Ui.










Carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco, com tamanho de 1/4 de folha ofício e de 24 a 32 páginas, que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, que ficaram conhecidos como "Catecismos" e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares. Em algumas cidades do interior do RS a revistinha levava o sugestivo título de Fincadinha, para ser lida escondido, numa excitação dos diabos.

Os "Catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Nos anos 70, Zéfiro caiu na mira dos censores da ditadura militar, queriam a sua cabeça a todo custo, mas ninguém sabia quem era o autor. Foi realizada em Brasília uma investigação, e chegaram a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas deu em nada, Hélio encarou três dias de cadeia mas não abriu o bico. A razão para o anonimato se devia ao fato do artista ser funcionário público, poderia ser demitido por "incontinência pública escandalosa", prevista em lei de 1952.

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do CD "Barulhinho Bom" da cantora Marisa Monte. Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.


Em agosto de 1999, em Anchieta, bairro em que morava, foi inaugurada a Lona Cultural Carlos Zéfiro, com show da Velha Guarda da Portela e Marisa Monte. A deusa-cantora e o jornalista Juca Kfouri, que revelou a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro nas páginas da Playboy, são os padrinhos da Lona Cultural, fundada e dirigida por um grupo de artistas locais, que tinha à frente Adailton Medeiros.

O que pouca gente sabe é que Alcides de Aguiar Caminha também era compositor. Duas de suas composições foram gravadas por muita gente boa: os sambas A Flor e o Espinho (de 1957, parceria com Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e Notícia (1958, parceria com Nelson Cavaquinho e Nourival Bahia).

Aqui A Flor e o Espinho, samba de todos os dias em butecos e escolas do Rio de Janeiro e do Brasil, noites de bar e boemia. A cantora pediu anonimato (?). Amanhã traremos o Nelson, cheio de pinga com aquela sua voz empastada, cantando. O fino.





Principal fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

A Charge do Dias

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Hoje os borrachos encasquetaram com futebol. Pelo Beco do Oitavo, o Duke, do Super Notícia (MG).



Pelo Botequim do Terguino, Mario Alberto, do Lance.


domingo, 25 de septiembre de 2011

Os Reis no Brasil - São Paulo e Bilbao

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Foi preciso que alguns dos melhores cérebros do planeta viessem a São Paulo, para que os jornais abrissem uma notinha sobre xadrez. Dos seis guerrreiros mentais, quatro estão entre os sete primeiros do mundo (1º, 2º, 3º e 7º, Carlsen, Vichy, Aronian e Ivanchuk).

A Folha de S. Paulo hoje fala do torneio (abaixo transcrevemos a matéria da repórter Carolina Araújo, por gratidão à Folha  pela lembrança), destacando que logo no primeiro dia haverá o confronto entre o campeão mundial Vichy Anand (na foto, brincando com o prefeito) e o primeiro do ranking Magnus Carlsen, que já se enfrentaram 50 vezes, com 15 vitórias de Anand e 9 de Carlsen, com 26 empates. Obviamente, no Brasil é a primeira vez que se vão se bater.

Voltaremos ao assunto. Por ora, dizemos que é o maior evento da história do Brasil em todos os tempos. As partidas poderão ser acompanhadas ao vivo, direto do Ibirapuera, AQUI, entre outros canais do mundo.

O sorteio da primeira ronda aconteceu hoje pela manhã (era para ser às 14 h, mas o prefeito, com o mundo assistindo, atravessou tudo), no Ibirapuera. O célebre jornalista espanhol Leontxo Garcia (que narrará o evento para a Espanha e o mundo espanhol, de olho na atuação do melhor jogador espanhol da atualidade e orgulho da raça, o menorquino Paco Vallejo) e o Mestre Internacional Herman Claudius van Riemsdijk conduziram a cerimônia. Além de Vichy x Carlsen, teremos Aronian x Vallejo e Nakamura x Ivanchuk.

A Folha:

A caixa de vidro instalada no parque Ibirapuera sediará nesta segunda-feira o duelo mais esperado do xadrez mundial. O norueguês Magnus Carlsen, 20, número um do ranking da Fide (Federação Internacional de Xadrez), e o indiano Viswanathan Anand, 42, atual campeão mundial, se enfrentarão na primeira rodada da final do Grand Slam em São Paulo.

O confronto está marcado para as 15h. Anand jogará com as peças brancas. O sorteio do emparceiramento do Grand Slam foi realizado na manhã deste domingo, com a presença de seis dos melhores jogadores de xadrez do mundo e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Além de Carlsen e Anand, participam do campeonato o armênio Levon Aronian, 28, o ucraniano Vassiky Ivanchuk, 42, o americano Hikaru Nakamura, 23, e o espanhol Francisco Vallejo Pons, 29, respectivamente, terceiro, 7º, 12º e 28º colocados do ranking mundial. Todos jogarão contra todos, e as partidas acontecerão segunda, terça, quarta, sexta e sábado, sempre às 15h.

A partida entre Carlsen e Anand é ainda mais aguardada porque o norueguês desistiu de jogar o Torneio de Candidatos, disputa que definiu, em maio, o adversário do indiano na disputa pelo título mundial, em 2012. Carlsen era o favorito para se tornar o desafiante de Anand, mas anunciou sua desistência por não concordar com as regras da disputa. O vencedor do Torneio de Candidatos foi o israelense Boris Gelfand, 15º colocado do ranking mundial.

A capital paulista sedia a primeira metade da final do Grand Slam de xadrez, um dos torneios mais importantes do mundo. Entre 5 e 11 de outubro, acontecerá a segunda etapa da disputa, em Bilbao, na Espanha, também em uma caixa de vidro. A entrada para o público é gratuita.


Una lagrima sul viso

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Por falar em Metallica, mandamos um som como recuerdo para a mana carioca (e italiana). Grato pelo acervo de músicas italianas que me enviou, querida irmã Maria!

Bobby Solo é o nome artístico de Roberto Satti (Roma, 18/3/1945). A canção foi sucesso mundial em 1964, tornando-se um clássico da música romântica.






A Charge do Dias

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Os empinadores do Botequim do Terguino começaram o dia pegando firme na cana com losna, às 10 h já estavam alegrinhos. Abriram os trabalhos escolhendo a charge do Dias, nisso não se demoraram. Depois ficaram meia hora falando mal do Adolfo, ausente, que acompanhou Joana Furacão ao Rio de Janeiro: ela teria um faniquito se perdesse o show do Metallica. Aqui não podemos transcrever os graves comentários dos boêmios. Agora discutem onde será o churrasco. É sempre assim, e sempre acabam fazendo na calçada, defronte ao bar, no tonel cortado do Terguino Ferro.
Como ontem, vieram de Sponholz, do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa (PR).





Os malucos do Beco do Oitavo bateram a garrafa de uísque que alguém deu de presente ao Açafrão (Parabéns, Feliz Aniversário, Açafra!) e deram o fora, levando junto o Antonio Portuga, dono do buteco. Vão para o Terguino, levando carne.
Antes taxaram simplesmente de espetacular a charge do Amarildo, da Gazeta do Povo (ES). E é. O Gustavo Moscão disse que acompanhava o voto, mais tarde entenderia.

Dinho Ouro para presidente da UNE

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Taí, para João da Noite deixar de ser ranzinza. Há brasileiros no Rock in Rio.

A pergunta segue martelando: "Onde estão os estudantes?". 

A matriz conta com "base aliada" de ladrões até os tubos, e conselheiros como o múmio José Dirceu, um elemento que enriqueceu não se sabe como (também dando "consultoria", cara-pálida? Mas consultoria de quê, se você, como aquele angorá gordo, não sabe fazer porra nenhuma?), mas ainda cheio de vaselina no rosto, brincando de aparelho em hotel de luxo e manipulando cordéis na calada da noite.

E os estudantes? Pois é, seus dirigentes chapas-brancas também estão atolados em "base aliada", conforme ensinamentos do Lula e sua catrefa. Veja-se o atual presidente da UNE: eleito pela turma do PCdoB, com apoio da Juventude do PMDB (cujo presidente é aspone na Secretaria da Presidência da República, em Brasília, eca), do PTB (qual deles? o aspone da Prefeitura de Cuiabá ou o comissionado do Collor?), mais um caminhão de siglas (oh!, estariam pendurados em tetas? Quem souber nos mande a composição toda), incluindo os carrapatos de Brasília e o pai-de-santo Malafaia.

Aí estão os estudantes, mergulhados no maior desastre da esquerda brasileira, do poder a qualquer preço, sem nenhum escrúpulo: a base - de opostos - aliada. A razão da imobilidade são os "compromissos partidários" dos dirigentes, e o futuro dos vampirinhos na politicalha. 

As praças vazias, juventude congelada, quem ousa dizer algo?

Ele, Dinho Ouro. Foi pouco, mas disse algo, e afinal o cara foi lá para cantar. Uma pena que não dá para ouvir muito bem a resposta da moçada. Mas é "Sarney vai tomar no cu" mesmo. Isso não basta, Sarney e demais múmias paralíticas estão nem aí, vão saindo à francesa: bem-humorados, com ar condescendente, superior, alegam compreender a mocidade...



sábado, 24 de septiembre de 2011

Cesária Évora

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O amigo Walter Schumacher nos deu a notícia. Ontem a lendária cantante Cesária Évora (Mindelo, Cabo Verde, 27/8/1941) decidiu encerrar a carreira. Era a carreira ou a vida, pelas precárias condições de saúde, depois de muitas intervenções cirúrgicas.

A Rainha da "morna" (gênero musical que mais identifica o povo cabo-verdiano, atinge corações e mentes de todos, de 8 a 80) em certo momento da vida andou bebendo demais, tendo que lutar muito para libertar-se do alcoolismo. E a cobrança vem, como bem sabemos nosotros que moramos dentro de um copo.

"A Diva de pés descalços" tem passagens marcantes pelas maiores casas de espetáculos do mundo, como o Olympia, Carnegie Hall e Hollywood Bowl. No Brasil, apresentou-se no Canecão e no Memorial da América Latina. Em agosto esteve no Le Grand Rex, e agora interrompeu uma turnê por exigência médica. Ao ter que cancelar diversos concertos (veja ao fim), resolveu parar em definitivo, dando um fim a vida de nômade que levava pelos quatro cantos do mundo desde 1991, quando estreou no cenário internacional.

Vida longa, Cesária. Tintim.






Petit Pays

(Nando da Cruz)

La na cêu bô ê um estrela
Ki catá brilha
Li na mar bô ê um areia
Ki catá moiá

Espaiote nesse munde fora
Sô rotcha e mar
Terra pobre chei di amor
Tem morna tem coladera
Terra sabe chei di amor
Tem batuco tem funaná

Espaiote nesse munde fora
Sô rotcha e mar
Terra pobre chei di amor
Tem morna tem coladera
Terra pobre chei di amor
Tem batuco tem funaná

Oi tonte sodade
Sodade sodade
Oi tonte sodade
Sodade sem fim

Espaiote nesse munde fora
Sô rotcha e mar
Terra pobre chei di amor
Tem morna tem coladera
Terra pobre chei di amor
Tem batuco tem funaná

Petit pays je t'aime beaucoup
Petit petit je l'aime beaucoup

Shows cancelados:

29/09/11 Yerevan - Aram Khachaturian / Arménie
03/10/11 Timisoara / Sala Olimpia / Roumanie
04/10/11 Bucarest / Sala Palatului / Roumanie
07/10/11 Cluj / Sala Sporturilor / Roumanie
15/10/11 Marseille / Fiesta des Suds / France
27/10/11 Troyes / Nuits en Champagne / France
02/11/11 Lucerne / KKL / Suisse
18/11/11 Londres / Royal Festival Hall / Royaume-Uni

Sodade

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A música Sodade descreve com grande simplicidade o dilema de ter que partir e querer ficar, que sofriam os emigrantes cabo-verdianos em geral e, em particular, os contratados semi-escravos para as roças de cacau e café de São Tomé e Príncipe.

A canção é emblemática de Cabo Verde e da sua cultura, após a interpretação de Cesária Évora, mas também de muitos outros cantores cabo-verdianos e estrangeiros. Sodade tornou-se um verdadeiro hino não-oficial.

Muita gente reclamava a autoria. Somente em 2006, após várias disputas judiciais, os tribunais reconheceram como autor a Armando Zeferino Soares (São Nicolau, Cabo Verde, 1920 - 3/4/2007), que a compôs na década de 50 ao despedir-se de amigos que embarcavam para São Tomé e Príncipe. Pelo menos Armando teve justiça, pouco antes do embarque final.




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Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra'bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa Sã Tomé

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra d'Sã Nicolau

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra d'Sã Nicolau

(Fonte: Wikipedia e Vozes da África)

A Lista

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A propósito da charge do Amarildo, reproduzida na postagem anterior, o João da Noite às 11:30 h nos deu a honra da sua visita. Entrou batendo o portão, deu para ouvir aqui do fundo, gritando um Oi sem sequer olhar para os vigias, e parou na minha frente agoniado, com o rosto em fogo.

Pegou o povo da palafita abrindo os trabalhos, isto é, começando a entornar a caipirinha com branca mineira, com as carnes recém espetadas, de longe para não assustar a ovelha. Afinal, é sábado e ninguém é de ferro.

"Tem que publicar a lista dos biltres, Salito, tem que!".

Mais não precisou dizer. Entendi, quer os nomes  dos ilustres deputados federais eleitos pelo povo do Brasil, que bateram o ponto e fugiram do trabalho, quinta-feira pela manhã.

Corrigi: "Ora, biltres, João, isso lá é modo de se referir aos homens que decidem os destinos do nosso País?".  Eu disse isso e por alguma razão lembrei de Antonio Peixoto. Olhou-me como se fosse me engolir. Tentei ainda ironizar, dizendo: "Deixa assim, nesse passo ao menos o Tonho Crocco vai faturar mais algum". Que nada, João se manteve sério.

Pois então está bem. O que não se faz pelos amigos.

Melhor ainda: vai a lista de todos, os que bateram e os que não bateram o ponto. Se alguém se prestar a ler, cuidado para não cair da cadeira, pois, entre outros angorás, o gatuno Paulo Maluf acabou aí, sim, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Aí vai, João, embora ainda nos pareça desnecessário, nestas alturas todo o povo já deve saber, com amargo recuerdo do voto dado.

Patrunfos que bateram o ponto e fingiram que trabalharam: Cesar Colnago (PSDB-ES) e Luiz Couto (PT-PB).

Patrunfos titulares que bateram o ponto e caparam o gato: Anthony Garotinho (PR-RJ), Antonio Bulhões (PRB-SP), Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), Brizola Neto (PDT-RJ), Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Dimas Fabiano (PP-MG), Dr. Grilo (PSL-MG), Edson Silva (PSB-CE), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Efraim Filho (DEM-PB), Fábio Ramalho (PV-MG), Fabio Trad (PMDB-MS), Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), Jilmar Tatto (PT-SP), João Paulo Lima (PT-PE), Marçal Filho (PMDB-MS), Marcos Medrado (PDT-BA), Maurício Quintella Lessa (PR-AL), Mauro Benevides (PMDB-CE), Nelson Pellegrino (PT-BA), Odair Cunha (PT-MG), Roberto Freire (PPS-SP), Ronaldo Fonseca (PR-DF) e Valtenir Pereira (PSB-MT).

Patrunfos suplentes que bateram o ponto e também se mandaram: Alexandre Leite (DEM-SP), Assis Carvalho (PT-PI), Cida Borghetti (PP-PR), Hugo Leal (PSC-RJ), João Lyra (PTB-AL), José Carlos Araújo (PDT-BA), Leandro Vilela (PMDB-GO), Pedro Uczai (PT-SC) e Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA).

Patrunfos que se mandaram mas pelo menos não bateram o ponto: Alessandro Molon (PT-RJ), Almeida Lima (PMDB-SE), André Dias (PSDB-PA), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), Carlos Bezerra (PMDB-MT), Danilo Forte (PMDB-CE), Eliseu Padilha (PMDB-RS), Esperidião Amin (PP-SC), Evandro Milhomen (PCdoB-AP), Felipe Maia ( DEM-RN), Henrique Oliveira (PR-AM), João Campos (PSDB-GO), João Paulo Cunha (PT-SP), Jorginho Mello (PSDB-SC), José Mentor (PT-SP), Jutahy Junior (PSDB-BA), Mendonça Filho (DEM-PE), Mendonça Prado (DEM-SE), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Paes Landim (PTB-PI), Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Paulo Maluf (PP-SP), Ricardo Berzoini (PT-SP), Roberto Teixeira (PP-PE), Rubens Otoni (PT-GO), Sandra Rosado (PSB-RN), Solange Almeida (PMDB-RJ), Vicente Arruda (PR-CE), Vicente Candido (PT-SP), Vieira da Cunha (PDT-RS), Vilson Covatti (PP-RS) e Wilson Filho (PMDB-PB).

Patrunfo que faltou ao trabalho, mas justificou a ausência: Luiz Carlos (PSDB-AP)


É um assalto, permaneçam como estão

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Acabou há pouco a escolha no Beco do Oitavo. Todos os boêmios presentes, felizes com a primavera, curtindo os 17º celsius e o chuvisco, sabemos como é, aquela vontade de molhar a garganta. Mas o entrevero foi forte, o nosso angolano Miquirina Segundo presenciou.

Chimarrão e canha rolando e um fuzuê danado, a rua toda ouvindo as barbaridades. Gritos de "Vagabundos", "Moleques!", "Sem-vergonhas!", "Cachorrada", "Safados!". O português Antonio Peixoto, dono do estabelecimento, deixou-se contagiar e de lá detrás do balcão largou um sonoro "Filhos-da-puta!" .

E foram unânimes em ficar com o Amarildo, de A Gazeta, de Vitória (ES).


(Na verdade, é mesmo difícil expressar a indignação com essa torpeza. Se alguém não viu, veja AQUI as imagens captadas pelo repórter Evandro Éboli).


A turma do Botequim do Terguino, mesmo tendo um pé atrás com o artista, escolheu Sponholz, do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa (PR).




Adolfo Dias Savchenko finalmente reapareceu. Encontrou Joana Furacão depois de revirar o Estado. Deixou-a em casa, amarrada longe dos cabides da casa. Participou do habitual encontro de confraternização entre as duas turmas, mas saiu por uma diferente.
Optou pelo Frank, de A Notícia, de Joinville (SC).


O neurônio do Sarney

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Acidentalmente, outro dia vimos os melhores momentos da final do UFC, um negócio que consiste em um ser humano tentar matar o outro numa arena octogonal. Ficamos extremamente impressionados: ali a prova irrefutável de que ainda não saímos das cavernas. Suportamos dois minutos, quando íamos desligar a tevê eis que um animal acerta um murro terrível, derrubando o outro. O primeiro jogou-se para cima do neandertal que jazia a sua mercê, incapaz de reagir, quase sem sentidos, tentando esmagar-lhe a cabeça com violentíssimas pancadas.

Ufa, que experiência desagradável. Desligamos a droga do aparelho sobressaltados. Se nos permitem, recomendamos aos pais muito cuidado com a tevê, pois os estelionatários apelam até para o futebol, inventando um clube para cada troglodita, para conseguir a atenção da moçadinha. 

Aliás, sobre a tevê, andamos pesquisando: o melhor mesmo é jamais ligar o objeto, nunquinhas, periga saltarem de lá outros trogloditas, dá de tudo, ratinhos, faustões, hebes, que enriquecem às custas dos néscios. Curiosamente, como os demais donos do Brasil, não se envergonham disso (de enriquecer às custas de néscios, num vulgar teatro bufão).

Bem que este assunto vem ao encontro de outro, sobre o qual estamos escrevendo, num texto chamado "O neurônio perdido", que tenta identificar a origem da falta de estômago (isso de não se envergonhar de ser "rico e bonito" às custas do sangue dos bugres), onde analisamos como funciona o cérebro dos patrunfos, o que vai nos levar, suspeitamos, até a idade da pedra.

E... bem..., íamos falar de que mesmo? Ah.

Acabou a guerra. A Copa do Mundo de Xadrez é do russo Peter Svidler, que bateu ao seu compatriota Alexander Grischuk em Khanty-Mansiysk  na finalíssima no dia... 

Fica para depois.

Y así pasan los dias.


(João da Noite sugeriu que colocássemos a foto de um faustão, ou ratão, para ilustrar as mal-traçadas. Mas não, nos arriscaríamos a perder os milhares de amigos do blog ao sujá-lo dessa maneira. Optamos pelo original, esse a gente compreende) 


viernes, 23 de septiembre de 2011

A ceguinha do Sarney

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Adolfo Dias Savchenko segue desaparecido. Enquanto isso, as turmas do Beco do Oitavo e do Botequim do Terguino, após breve trégua, tornaram a se dividir. Voltaram ao normal.

Porém em algo foram conformes: grudaram novamente no pé da múmia paralítica do Brasil, o inculto predador do Maranhão.

O Beco do Oitavo veio de Cazo, do Comércio do Jahu.




O Botequim do Terguino (Alô, caboclada de Cuiabá, o nome do dono é mesmo Terguino Ferro. Pois é, eu também morro e não vejo nada) optou pelo Nani.

Primavera austral, com Vivaldi

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Enfim, o equinócio de setembro, momento em que o dia e a noite duram exatamente o mesmo tempo: entramos na Primavera austral. Que nos sorria.

A Primavera é parte de As Quatro Estações, um conjunto de 4 concertos para violino, de 1723, a obra mais conhecida de Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4/3/1678 - Viena, 28/7/1741).

Vivaldi, o padre ruivo, é outro que morreu na pobreza, vale a pena ler a sua biografia.

Saudamos o primeiro verão com Itzhak Perlman e a Filarmônica de Israel.


jueves, 22 de septiembre de 2011

Gonzaguinha

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Hoje Gonzaguinha (Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, 22/9/1945, Rio de Janeiro, RJ - 29/4/1991, Renascença/Francisco Beltrão, PR) estaria completando 66 anos.

Na sua passagem nos deixou motivos para reflexão. Tinha firme na cabeça coisas assim:

"É somente através do trabalho da comunidade que  vamos conseguir realizar alguma coisa, somente o trabalho conjunto e o respeito ao trabalho é que vai nos levar àquilo que nós queremos. Uma melhor qualidade de vida. E nós queremos o melhor. É ou não é?" (Show em Exu em 1989).

O seu samba que segue fala em crença na rapaziada. Não podemos deixar de novamente exclamar: onde estão os estudantes!?

Saravá, Gonzaga.

A Charge do Dias

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É do Amâncio, do jornal Tribuna do Norte (RN).

miércoles, 21 de septiembre de 2011

O Oriente Médio nunca mais será o mesmo

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Por Robert Fisk, no The Independent

Tradução: João da Noite


Os palestinos não conseguirão o seu estado nesta semana. Mas eles provarão – se obtiverem votos suficientes na Assembleia Geral e se Mahmoud Abbas não sucumbir à sua característica subserviência ante o poder dos EUA-Israel – que já são dignos de ter seu estado. E estabelecerão para os árabes o que Israel gosta de chamar – enquanto amplia suas colônias em terra roubada – “fatos em campo”: nunca mais os Estados Unidos e Israel estalarão os dedos e verão árabes bater continência perfilados. Os EUA perderam a aposta que fizeram para o Oriente Médio. Acabou: fim do “processo de paz”, do “mapa do caminho”, do “acordo de Oslo”. Esse fandango já é história.

Pessoalmente, acho que “Palestina” é um estado-fantasia, já impossível, agora que Israel, em seus projetos colonialistas, já roubou quase todas as terras dos árabes. Quem duvidar, que dê uma olhada na Cisjordânia: colônias em massa, exclusivas para judeus, as daninhas restrições que impedem palestinos de construírem casas de mais de um piso, e a destruição, como castigo, do sistema de esgotos urbanos, os “cordões sanitários” ao lado da fronteira com a Jordânia, as estradas exclusivas para colonos israelenses, tudo isso converteu o mapa da Cisjordânia num pára-brisa esfacelado de um carro detonado. Às vezes, suspeito que a única força que impede que haja ali a “Grande Israel” é a obstinação daqueles incansáveis palestinos.

Mas, agora, se fala afinal de temas maiores. Essa votação na ONU – na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança; em certo sentido, não há diferença – dividirá o ocidente: os Estados Unidos de um lado; os árabes, de outro. Acentuará as divisões que existem dentro da União Europeia, entre europeus do leste e europeus do oeste; entre Alemanha e França (Alemanha apoiando Israel pelas razões históricas de sempre; a França atormentada pelo sofrimento dos palestinos). E, claro, entre Israel e a União Europeia.

Depois de décadas de poder, brutalidade e colonização, pelos militares israelenses, milhões de europeus, agora conscientes da responsabilidade histórica que pesa sobre eles pelo holocausto de judeus e conhecedores da violência das nações muçulmanas, já não se deixam acovardar na crítica, por medo de serem ofendidos com a acusação de antissemitismo. Há racismo no ocidente – e temo que sempre haverá – contra muçulmanos, africanos e judeus. Mas as colônias israelenses na Cisjordânia nas quais não podem viver árabes palestinos muçulmanos são o quê, além de expressão de racismo?

Israel é parte dessa tragédia, claro. O insano governo israelense levou os israelenses por esse caminho de perdição, que se viu adequadamente sintetizado no medo que lhes causou a democracia na Tunísia e no Egito - o principal aliado de Israel hoje é a Arábia Saudita, um caso exemplar de toda essa insensatez - e a cruel recusa, por Israel, a desculpar-se pela matança de nove turcos, ano passado, em ataque contra a Flotilha da Paz em Gaza, e de cinco policiais egípcios durante incursão de palestinos em Israel.

Por tudo isso, adeus aos únicos aliados que Israel ainda tinha na região, Turquia e Egito, no curto espaço de 12 meses. No governo de Israel há hoje gente inteligente, potencialmente equilibrados, como Ehud Barak, e loucos, como o ministro dos Negócios Exteriores Avigdor Lieberman, o Ahmadinejad da política israelense. Sarcasmos à parte, os israelenses merecem coisa melhor.

O estado de Israel talvez tenha sido criado por um ato injusto – a Diáspora Palestina é prova disso – mas foi criado por um ato legal. Os fundadores foram perfeitamente capazes de entrar em acordo com o rei Abdullah da Jordânia, depois da guerra 1948-49, para dividir a Palestina entre judeus e árabes. Mas foi a ONU, que se reuniu para decidir o destino da Palestina no dia 29/11/1947, quem deu a Israel sua legitimidade, com os EUA como primeira nação a votar a favor da criação do estado de Israel. E agora – por uma suprema ironia da história –, Israel quer impedir que a ONU garanta legitimidade aos árabes palestinos e os EUA serão a primeira nação a votar contra essa legitimidade.

Israel não tem direito de existir? É a velha armadilha, estupidamente repetida pelos assim ditos “apoiadores de Israel”, também para mim, pessoalmente, muitas vezes repetida, embora ultimamente cada vez com menos frequência. Cabe aos estados – que não são seres humanos – assegurar a outros estados o direito de existir. Para que indivíduos façam a mesma coisa, é indispensável que considerem um mapa. Porque, afinal, onde, exatamente, geograficamente, fica Israel? Israel é a única nação do planeta que não sabe e não diz onde está sua fronteira leste. Acompanha a velha linha do armistício da ONU, a fronteira de 1967, que Abbas tanto ama e Netanyahu tanto odeia? Exclui toda a Cisjordânia palestina menos as colônias exclusivas para israelenses… Ou exclui toda a Cisjordânia?

Mostrem-me o mapa do Reino Unido que inclua Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, e o Reino Unido tem direito de existir. Mas mostrem-me mapa do Reino Unido que pretenda incluir os 26 condados da Irlanda independente e que mostre que Dublin seria cidade britânica, não cidade irlandesa, e direi não: essa nação não tem direito de existir nessas fronteiras inchadas. No caso de Israel, aí está a razão pela qual quase todas as embaixadas ocidentais, inclusive as embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha, estão instaladas em Tel Aviv, não em Jerusalém.

No novo Oriente Médio, com o Despertar Árabe e a revolta de povos livres que exigem dignidade e liberdade, esse voto da ONU – aprovado pela Assembleia Geral, vetado pelos EUA se for para o Conselho de Segurança – constitui uma espécie de pino que faz girar tudo que a ele esteja ligado: vira-se aí uma página, e marca-se também o fracasso do império.

A política externa dos EUA tornou-se de tal modo presa a Israel, que quase todos seus congressistas se tornaram tão temerosos, tão assustadiços ante Israel – a ponto de amarem mais Israel que os EUA –, que os EUA, essa semana, deixarão de ser a nação que gerou Woodrow Wilson e seus 14 princípios de autodeterminação, não o país que combateu o nazismo e o fascismo e o militarismo japonês, não o farol da liberdade que, como nos dizem, os seus Pais Fundadores representaram –, e se revelarão ao mundo como estado autista, intratável, acovardado, cujo presidente, depois de prometer novo afeto ao mundo muçulmano, é forçado a apoiar uma força de ocupação contra um povo que nada pede além do reconhecimento do estado independente ao qual tem direito.

Será o caso de dizer “pobre velho Obama”, como eu disse em outros tempos? Acho que não. Bom de retórica, vão, superficial, distribuindo fingido respeito em Istambul e no Cairo poucos meses depois de eleito, essa semana o mesmo Obama comprovará que a reeleição parece-lhe mais importante que o futuro do Oriente Médio; que sua ambição pessoal de continuar no poder supera, em importância, os sofrimentos de um povo que sobrevive sob ocupação. Nesse específico contexto, chega a ser bizarro que alguém que se apresenta como homem de tão altos princípios aja tão covardemente. Para o novo Oriente Médio, onde árabes exigem para eles os mesmos direitos e liberdades dos quais Israel e EUA dizem-se campeões, isso é uma profunda tragédia.

Na fonte de tudo estão os fracassos dos EUA, que não se ergueram para enfrentar Israel e que não insistiram em obter acordo de paz justo na “Palestina”, atrelados ao herói da guerra do Iraque, Blair. Os árabes também são responsáveis, por terem permitido que as ditaduras durassem tanto tempo, tentando conter dunas de areia com falsas fronteiras, velhos dogmas e petróleo (e que ninguém acredite que alguma “nova” “Palestina” seria um paraíso para seu próprio povo).

E Israel também é responsável, porque é dever de Israel acolher respeitosamente o pedido dos palestinos que requerem à ONU que reconheça o estado palestino, cumprindo as suas obrigações de garantir, com o reconhecimento, como de tantos outros estados-membros, segurança e paz também aos palestinos.

Mas nada disso acontecerá. O jogo está perdido. O poder político dos EUA no Oriente Médio essa semana será sacrificado aos pés de Israel. Quanto "sacrifício", esse dos EUA, em nome da liberdade…














Os assassinos, n'A Charge do Dias

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É do Nani.

martes, 20 de septiembre de 2011

O 20 de Setembro

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A exemplo do que ocorreu em todos os rincões deste imenso país que é o Rio Grande do Sul, as coisas esquentaram lá no Botequim do Terguino na madrugada que passou. Belicosos, os gaúchos lá reunidos, baseando-se nas palavras de outros gritos de guerra que ecoaram campo afora, redigiram um ultimato à Presidência, ao Ministro da Defesa e a todos os demais ministérios em Brasília.

- Cambada de frouxos: chega de ladroagem, estamos declarando guerra, desta vez não se escapam! Temos 200 mil homens de a cavalo e 500 mil  farroupilhas na valente infantaria, mais uns 100 gaudérios candidatos a passar a "gravata colorada" nos generais de vocês. O primeiro que pisar em nossas terras (que agora inclui Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul) leva chumbo.

Mamados, atrapalharam-se no envio e o documento se perdeu, caindo nas mãos de um ex-ministro da Defesa, famoso por ser um gaúcho bunda-mole.

O sujeito resolveu fazer graça, em vez de capitular antes que os borrachos tomassem mais algumas, e respondeu cedinho:

- Aceitamos a guerra. O Exército brasileiro tem 6.380 tanques, 2.160 aviões, 298 navios e 20 milhões de homens aptos para o combate.

Hoje pela manhã, ainda sem saber direito como haviam chegado inteiros em casa na alta madrugada, reuniram-se novamente. Depois de muita discussão, entre um chimarrão e outro (pinga repugnaram), redigiram e enviaram novo documento ao espertinho:

- Retiramos a declaração de guerra... Não temos como alojar tantos prisioneiros.



Mas que dá vontade, a cada vez que vemos a cara do Sarney (et caterva), ah, dá.