lunes, 18 de febrero de 2019

O DESTINO, DEPOIS DE DÉCADAS

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Reencontrei Maurita, antigo amor do século passado, no Dia Mundial dos Gatos, no bar Gato Molhado, o bar lindo, dezenas de mesas lá fora sob as árvores. Abraços, beijos, ela nem eu lembramos a causa da nossa separação. Ela disse que não viveu um dia sem lembrar de mim. Igual então: não vivi um dia sem lembrá-la, todas as horas, todos os minutos, em bonança ou tormenta. Meu Deus, quantas tormentas.

Quando vi saímos de mãos dadas. Anoitecia. Sem combinar peguei e ela segurou firme, trançando os dedos. Fomos conversando felicidades por uma avenida arborizada. Não lembro da última vez em que andei passeando de mãos dadas com alguém.

Como por milagre as autoridades de Viamão não me expulsaram neste anoitecer de domingo. Eu não sabia, mas ela me disse que é amicíssima do Galo Louco, do Coelho Branco e da Raposa Terezinha.

E Maurita sabe mais: vai-me apresentar a outros bichinhos amados que não conheço, falou da Ovelha Rosa, do Gato Roxo, do Pardal Azul e das aves da tribo de andorinhas - à frente a Faz Verão - que voam, volteiam no céu e pousam na sua moradia.
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