lunes, 25 de marzo de 2019

ÁLBUM DE INFÂNCIA

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Para o álbum do primeiro ano de escola do meu netinho Fran, 6 anos recém completados, me pediram que escrevesse à mão uma mensagem para ele, para os anais da filha ou da escola, não entendi bem. Obedeci.

Ao netinho Francisco, com carinho

O Vô andou viajando, se enroscando com umas donas, aí já viu, né, uma mais gostosa que a outra, ui, quase destruíram o vozinho, por isso andei sumido. Sinto muita saudade do netinho amado, corajoso e brincalhão. Inteligente e meio tantã já és, graças a Deus não sossega o pito, assim é que é bom.

Aproveite bem as aulas, depois estude as matérias em casa, leia livros, leia, leia, leia, para crescer um cara sabido e não ter que dar o braço a torcer aos fascistas brochas que só pensam em dinheiro, somos humanistas, neguinho. Só não exagere na bondade, para não ficar como o Vô, com uma mão na frente e outra atrás.

Pode se apaixonar pela professora, aquela, saberás quando acontecer. Com o passar do tempo, se ela for novinha, talvez um dia role, o Vô não teve essa sorte.

Não brigue, mas se em último caso brigar que seja pra valer. Só respeite quem te respeita. Se algum adulto quiser se prevalecer avise o Vô aqui, que cuidará do bandido.

Espere as gurias completarem 18 anos para fazer umas coisas boas, antes não convém. Bons estudos. Te amo.

Vô Antônio Salito.

(Foto by Natividad, quando o Vô ensinava uns palavrões cabeludos para o menino)
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domingo, 24 de marzo de 2019

MOMENTOS FELIZES

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BOA NOITE, amigos e amigas

Chegando cansado de um confronto com uma milícia boza de uma cidade próxima, lá pelas redondezas do Parcão. Uma das flechas que me atiraram passou zunindo ao lado da orelha, quase me leva o lóbulo, mas sobrevivi e trouxe a morenaça que era mulher do chefe deles. Era. A empregada boazuda veio no pacote.

Vou tomar um merengue pra me acalmar. Bom fim de noite a todos, com paz e carinho familiar.

BOM DIA, camarados e camaradas deste mundo

Acordei tarde, depois da aventura de resgatar a morenaça que era mulher do chefe da milícia boza lá nas cercanias do Parcão. Por pouco não me mataram a flechadas, mas saí ileso e de quebra trouxe junto a empregada boazuda, não iria deixar a tadinha lá à mercê dos selvagens.

De modo que o samba rolou até alta madrugada, as duas não me pouparam, felizes por terem fugido me tiravam para dançar a toda hora, enquanto o resto do harém dormia. Agora ainda um tantinho cansado, mas feliz.

É domingo, gente, aqui em Viamão um lindo dia. Com sorrisos tentemos a esquivosa dona Felicidade.

Carpe diem.

AO ENCONTRO DO GATOLINO

Hoje terei que bater em retirada. Levarei a morenaça e a empregada boazuda, as demais não dá, exercem suas atividades aqui no município, atividades de... como dizer... a profissão mais antiga do mundo. Não é por causa das milícias bozas que vou desta vez, pois envergonhadas pelos fiascos do MInTO nem tentaram me expulsar, até porque estou protegido por muitos arcos e flechas.

Deu-se que as minhas damas de Porto Alegre vão viajar para Brasília, tomar o dinheiro de bozos evangélicos, aecistas e outros filhos da puta. Esses esbanjam, pagam dez mil por uma frescurinha de nada, um "instante", são abobados demais, mal sabem bater punheta, nunca chuparam um grelinho e tudo, com beijos em todos os lábios. Gastam a rodo sem satisfazer as onças é porque o dinheiro deles é roubado mesmo, então é fácil. Elas riem, felizes, e me trazem a grana quentinha, montes de notas de cem, o grosso depositam de lá.

Não é pelas gatas da Cidade Baixa que volto, bem, até é, mas por uma razão maior: o Gatolino sozinho não pode ficar, e não quer ficar em casa alheia, me telefonou dizendo. Sim, ele sabe discar, e se entendo a língua gatês, ele não fica atrás: entende espanhol e português.

À noite estarei na capital, irei me desviando das barricadas bozas, para me deslocar meus bugres irão de batedores, faremos uma volta grande, de tocaia os bozos não me pegam como pegaram a Marielle. Aliás, penso em subir para o ataque na semana que vem, vamos ver se eles gostam do veneno que dão aos outros.

BOA NOITE, amizades queridas

Já estou na Cidade Baixa. Os bugres fizeram tudo certo e cheguei são e salvo. A comitiva de cinco carros deu muitas voltas, andamos por Canoas, Sapucaia, de volta a Canoas, saímos para Guaíba e entramos em Porto Alegre pela ponte sobre o rio que amamos, a tempo de beijar as mulheres que estavam saindo para o Aeroporto Salgado Filho. A morenaça e a empregada boazuda – vão trocar de nomes, ainda não decidi como se chamarão na luta depois do curso intensivo – ganharam das viajantes beijos de língua entre o “Prazer em conhecer” e o “Até a volta, dia 31 a gente se vê, é só uma semana.”. Ordenei às viajantes para depositarem a grana dos trouxas em quantias pequenas, para não chamar a atenção do COAF para a minha conta, como não sou miliciano eles não abafam.

Neste momento o avião está sobrevoando São Paulo. Estamos aqui bem felizes, nós três e o Gatolino.

Um lindo final de domingo a todos os amigos do Facebook.
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jueves, 21 de marzo de 2019

DAQUI ATÉ A EUROPA

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Resultado de imagem para Fusca cor de rosa

UM cara de brincadeira no Facebook disse algo assim: "Se você fosse colocar dentro de um automóvel todas as pessoas com quem transou, em que automóvel seria?". Também de brincadeira respondi: "Tem que ser automóvel? Não pode ser um trem?". A turma entrou na brincadeira: desde metrô, passando por fusca, até bicicleta e carrinho de lomba. Isso me trouxe lembranças.

Quando morei na Rua Formosa no Alto da Bronze - na verdade era no "Baixo da Bronze", dois quarteirões abaixo, quase na Rua Washington Luís - no Centro Histórico de Porto Alegre, tive uma vizinha cuja profissão era a que chamam a mais antiga do mundo. Ela morava no terceiro andar. Só se dava comigo, que morava no único apê do térreo e com uma viúva do quinto, o resto do pessoal a discriminava, sabe como é, esses doentes que julgam as pessoas sem saber de nada.

Ela mantinha a compostura, jamais se virou em casa, não levava homens nem ninguém, tinha uma filha pequena que ficava aos cuidados da avó quando saía para trabalhar lá para os lados do Parcão, mas os múmios descobrem tudo sobre as pessoas, não sei como, mas descobrem, amam saber da vida alheia. Um dia ela comprou um fusca novinho, zero, lindo, cor de rosa, não sei se veio assim da fábrica ou se ela mandou pintar.

Pra que, a discriminação aumentou, esboçaram até abaixo-assinado para retirar a "prostituta". Vieram-me com aquilo e mandei-os passear, ora vão pentear macaco, deixem a moça em paz, nada fez de mal.

Um dia ela perdeu a paciência e andou por todos os andares gritando: "Seus covardes! É inveja do meu fusca! Sofri pra comprar, se juntar os paus que chupei pra conseguir dinheiro dá quilômetros, dava para ir daqui até a Europa!".

Eu alarmado saí do apê, a viúva também, e a levamos para o seu no terceiro, naquela de se acalme, deixa pra lá essa gente besta, fascistas ignorantes são invejosos.

Pronto. A historinha é instrutiva, porque vejo nazis querendo atacar a UFRGS, dizem que lá tem loira que anda com negro. O Bozo e seus fascistas que a Globo despertou para o Golpe fazem História.