sábado, 31 de diciembre de 2011

Brasil Pandeiro

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Roda o mundo uma produção estrangeira, Around the World, linda. Uma idéia maravilhosa.

Pois no Brasil continental há muito espaço para vôos semelhantes. O amigo Schumacher, o homem dos vinhedos e dos vinhos, hoje nos enviou um, destacando uma das muitas obras-primas de José de Assis Valente (Santo Amaro, BA, 19/3/1911 - Rio de Janeiro, RJ, 6/3/1958), o samba Brasil Pandeiro.

O amigo enviou e só, sem comentários a não ser a beleza. O que vai é por nós (falamos isto não por temer uma esquiva, acreditamos que o velho amigo subscreveria as nossas palavras, mas é que ali e depois lá adiante, en passant, diremos coisas de alguns lixos, que, mesmo sendo verdade, assumimos a solas, como é de direito).

Que Carmen Miranda banana, retornando dos EUA americanizada, recusou-se a gravar em 1940: "Assis, isso não presta". Cheia de "fama". Uma mancadinha da cantriz, digamos, do tamanho do Texas roubado do México. Na verdade, a lambe-ovo temeu desagradar o chefe Tio Sam Patinhas (como se o cara fosse ligar para formigas), esquecendo que o sucesso que a levou alhures se devia a outras obras de Assis Valente.

Ele vestiu a sua camisa listrada e saiu por aí, mas antes teria respondido: "Ora, volte pro inferno, Carmen!". Em seguida deu o samba para o Anjos do Inferno gravar, estes uns capetinhas nacionais, anjos, e deu no que se sabe.

Matou-se, o Assis, por dívidas, num tempo em que os homens do Brasil tinham vergonha na cara, espelhando-se nos seus governantes.

Passa da hora dos criminosos chamados globos da vida restituirem a história do nosso povo.

E a palafita sente pena da pobre moça riquinha, leviana naquele momento, a Xuxa de antanho. Bem melhor acabada, possivelmente, pois de gente como ela de lá para cá a deterioração, degradação, é gritantemente visível.

De Assis Valente falamos sério.

Vai para os boêmios do Beco do Oitavo e do Botequim do Terguino, que estão lá pelos campos de Vi-a-mão, por enquanto preparando o corpo à base de frutas e água mineral. Com esta, acreditamos que abrirão os trabalhos...

    

Há coisas que nunca mudam, n'A Charge do Dias

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O Botequim do Terguino escolheu a obra do Miguel, do Jornal do Commercio (Recife, PE).



O Beco do Oitavo, em apertada maioria, com 11 votos pró e 10 fechados com o Pater, elegeu a obra do Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).



Adolfo Dias Savchenko foi buscar uma do Nani em seus alfarrábios.


Miss Leila Ferro escolheu a obra do Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).


João da Noite pede já fora de hora. Pelos serviços prestados durante o ano, diz ele. Respeitamos seu voto vencido. Houve irregularidade na apuração, argumenta. Ah, pessoal, deixa pra lá, é Ano Novo, festejemos.
Pater, de A Tribuna (Vitória, ES).



E deu, reclamações a partir de agora é com o leiteiro, amanhã de manhã.

Os premiados, os chacais e Dalmo Dallari

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Neste último dia do ano pensamos em homenagear diversas personalidades do Mundo e do Brasil. Julian Assange, do WikiLeaks, por exemplo, seria o Homem do Ano. Na premiação de Julian, teria especial destaque o soldado norte-americano Bradley Manning, analista de inteligência dos invasores, lotado no batalhão de suporte da 2ª Brigada da 10ª Divisão da Estação de Operação de Contingência no Iraque, pelo inaudito gesto de mostrar ao mundo as práticas do Império, pelo que os Estados Unidos pretendem matá-lo, se ainda não o fizeram. O Melhor Lugar do Mundo ficaria com a Praça Tahrir. O prêmio de Fantástico Clube de Futebol seria do Peñarol (menos pelos troféus e mais pela proteção aos meninos, evitando que caiam nas mãos de "empresários" como o gorducho Ronaldão da grobo, um idiota a serviço da crueldade, só por dinheiro).

No Brasil, o Apito de Ouro ficaria com a juíza Eliana Calmon. O Colunas de Lucidez iria disparado para Mauro Santayana. A Prostituta do Ano seria uma dama com uma venda (cheia de furinhos) nos olhos. O troféu Juiz Lalau seria do Daniel Mendes. O Gato Gorducho ninguém tiraria do Paloti, malgrado os esforços do Pimentão. Na parte da diversão, para Chiclé do Ano venceria o Juremir, mas reconhecemos que isto não seria muito justo: ele não é chato de um só ano nem está sozinho nessa empreitada. O Grande Lúcifer naturalmente caberia ao diabólico Mr. F. Febraban.

O que dizer do berlusconi e dos demais dirigentes europeus? Enfim, uma lista de troféus imensa. Achamos melhor esquecê-la. Dos que contribuem para que tenhamos um mundo mais igualitário sempre falaremos bem por aqui. O mesmo para os infelizes que, na sua ganância de insegurança e despreparo, seriam dignos de compaixão, pensam só em si, não fosse os danos que espalham: falaremos sempre mal.

O que nunca faríamos é fingir que não estamos vendo. E de há muito estamos vendo uma meia-dúzia de vagabundos empurrarem o povo brasileiro para o precipício, pelo mau exemplo que dão. Como dos filhos numa família onde os pais não têm caráter, o que se pode esperar do povo diante de políticos como os nossos? Essa pergunta leva a outra: como puderam os políticos chegar a esse ponto de desmoralização e desonra como regra geral? E chegamos nos banqueiros e grandes empresários.

O blog resolve enviar essa mensagem de advertência aos ladrões do dinheiro público. Parem enquanto é tempo, pois isto vai acabar muito mal.

Era isto.

Aproveitamos para homenagear o grande brasileiro Dalmo de Abreu Dallari (Serra Negra, SP, 31 de dezembro de 1931) pelos seus 80 anos. Os espantados desta palafita somos autodidatas (fraquinhos, reconhecemos), mas podemos dizer que foi nosso professor, afinal as bibliotecas não lecionam sozinhas, precisam de livros.

Aliás, outro dia Dalmo Dallari publicou um pequeno artigo sobre os reflexos da impunidade, cremos que todos irão gostar.

Feliz Aniversário, Prof. Dalmo!

A impunidade e seus reflexos negativos

A impunidade, por seus graves reflexos negativos sobre a ordem social, afetando a possibilidade de existência efetiva de uma ordem jurídica democrática, é uma espécie de degradação da convivência humana de extrema gravidade, pois compromete os fundamentos do Estado Democrático de Direito. A observação atenta dos efeitos da impunidade, a partir de sua origem e das condições dos que se beneficiam dela, deixa patente que existe uma conexão entre a impunidade no setor público e a que ocorre no setor privado, numa correlação que é inevitável e que compromete todo o universo da ordem jurídica. Um dos aspectos característicos da impunidade, que favorece sua manutenção e expansão, é que ela, além de ser silenciosa, não tem a aparência de uma violência, razão pela qual ela dificilmente desperta reações vigorosas e obtém com relativa facilidade o benefício da tolerância, pois em decorrência dessas características muitos não percebem sua gravidade e seu papel determinante na ocorrência de muitos vícios de comportamento, que são gravemente prejudiciais a toda a sociedade.

Tomando-se como ponto de partida a impunidade no setor público, a impunidade de agentes públicos de maior responsabilidade e cujo comportamento tem maior reflexo na ordem política e social pode-se afirmar que tal impunidade é essencialmente antidemocrática. Basta assinalar que nesses casos a impunidade gera uma casta de privilegiados, de pessoas que não são submetidas às imposições legais que, por pressuposto, deveriam ser aplicadas de modo igual a todas as pessoas. Aí está uma evidente agressão a um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Inevitavelmente, a impunidade de personagens altamente situados na hierarquia da ordem pública atua como exemplo e estímulo para que todos os setores da organização pública, aí compreendidos os âmbitos do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, sejam atingidos pela convicção de que todos os que atuam nesse campo serão igualmente beneficiados pelo privilégio da impunidade. Assim, pois, além da agressão ao princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei, em termos de direitos e responsabilidade, há também o efeito pernicioso do mau exemplo, pois a impunidade dos que, por suas atribuições, têm maior responsabilidade, será um forte estímulo para que outros procurem obter vantagens e benefícios por meios ilegais, tendo a convicção de que também serão beneficiados pela impunidade.

A par disso, e também como consequência inevitável, a possibilidade de também serem beneficiados pela impunidade é um fator de estímulo para a prática de ilegalidades de muitas espécies, inclusive de violências e crimes de maior ou menor gravidade, pela convicção disseminada de que existe grande possibilidade de que os agentes das práticas ilegais poderão ficar impunes. Assim, no extremo, expande-se a convicção de que, inspirados na impunidade dos agentes públicos superiores, os corruptos de maior envergadura, os policiais e os agentes da fiscalização que têm contacto direto e imediato com a população não serão rigorosos no controle e na busca de punição dos infratores, sendo por isso facilmente corrompíveis. E isso acaba atuando como um fator a mais de estímulo a práticas ilegais, inclusive à criminalidade de muitas espécies, pela generalização da esperança, quase certeza, da impunidade.

Uma decorrência extremamente grave dessa influência da impunidade nas práticas sociais é a desmoralização das instituições e dos agentes públicos, sendo inevitável a generalização da convicção de que essa é uma característica do sistema realmente existente. E a partir daí será também inevitável a desmoralização das instituições e dos instrumentos jurídicos de definição da ordem social e de fixação de direitos e deveres da cidadania. A existência de uma Constituição proclamando que o Brasil é um Estado Democrático de Direito não terá a força de um compromisso superior, cujo respeito é necessário para o estabelecimento e desenvolvimento de uma sociedade democrática, regida pelo direito e direcionada para a efetivação de uma ordem social justa. Por tudo isso, a denúncia da impunidade e o esforço determinado para sua eliminação devem ser considerados tarefas prioritárias, para cuja consecução devem conjugar seus esforços os advogados, o Ministério Público, a magistratura e todos os que, em qualquer setor de atividade, exercendo ou não um múnus público, possam dar sua contribuição para que o povo brasileiro viva, efetivamente, numa ordem jurídica democrática.




viernes, 30 de diciembre de 2011

Zé da Velha, Silvério Pontes e Alexandre Romanazzi

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Ainda me Recordo (Benedito Lacerda - Pixinguinha).

A charge do Dias

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Esperamos que amanhã o Sr. Adolfo, o idealizador desta seção, lembre-se de que estamos evitando, neste final de ano, temas revoltantes. Depois do que vai abaixo, quem vai poder almoçar?

O Botequim do Terguino ficou com o Lucas Lima, do Araraquara.com (Araraquara, SP).



O Beco do Oitavo com o Zope.



Adolfo Dias Savchenko escolheu a obra do Paixão, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).



A Srta. Leila Ferro fechou com o Cazo, do Comércio do Jahu (SP).


jueves, 29 de diciembre de 2011

A charge do Dias

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Só de imaginarem o que 2012, o hijito do pápi e da mami, vai ser quando crescer, o Beco do Oitavo fechou de cara com o S. Salvador, de o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG).

Adolfo Dias Savchenko e os caras do Botequim do Terguino acompanharam o voto.


A Leiloquinha, enrubescida, ficou com o Waldez, do Amazônia Online (Belém, PA).



miércoles, 28 de diciembre de 2011

A charge do Dias

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O Beco ficou com o Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).



O Botequim com o Aroeira.



Adolfo ficou com o Pater, de A Tribuna.(Vitória, ES).



A Leiloca com o Iotti, de Zero Hora (Porto Alegre, RS).


Viene Carlito rumbeando

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Y, mira..., mira...

"Mira lo que se avecina a la vuelta de la esquina, viene Carlito rumbeando. Con la luna en las pupilas y en su traje agua marina van restos de contrabando...".

Como conhecemos bem demais o andante, a postura do chapéu já bastaria, vamos colocando outro clássico latino. Ju também adora.

Álvaro Carrillo Alarcón (México, San Juan Cacahuatepec, Oaxaca, 2 de diciembre de 1921 - 3 de abril de 1969).

Com eles, Los Panchos y Eydie, únicos, incomparáveis.


La Barca, com todos felizes

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A palafita iniciou o churrasco às 23 h, sem pressa. Aguardamos a chegada de Carlito Yanés lá pela uma da madrugada. Carlito que ficou uma hora no banho, exagero dos arriados, depois se vestiu de cor do mar e blanco, mas o mar mal se vê, é branco, e perfume, hummm, e saiu para rever... adivinhem?

Ela mesma, Ju Betsabé. Saiu às cinco da tarde. Armado, o doido, dizendo Salito é só por precaução. Sabe o que diz, confiamos nele.

Na saída teve que aguentar assovios e gritos de "Ui, ai que lindo el noviecito blanco, ya se va amor?, no te vayas, vuelve a mis brazos".

João da Noite separa as carnes, já tocadinho pra lá de Bagdad, mas esse, como quase todos, não preocupa, vai longe depois de "firmar a mão", nunca ao ponto de se embebedar feio. 

Alguns desgarrados dos butecos estão conosco, dormirão por aqui, não pela tal de Lei Seca, essa lei para esta turma não precisava, ninguém é irresponsável. Tudo bicho curtido em lares sem luxo. Vão dormir aqui porque a festa emendou, ninguém dorme mais. Se quiser dormir, dorme, e acorda com guampa de pinga na mão, que os amigos entregam com jeito (tapas nas costas), e vamos em frente. 

Trocando recuerdos resolvem escutar o clássico La Barca de Roberto Cantoral García (México: Madero, 7 de junho de 1935 - Toluca, 7 de agosto de 2010).

Como cantante, escolhem a Luís Miguel Gallego Basteri (San Juan de Puerto Rico, 19 de abril de 1970).

Esperam Carlito, bebendo e falando a respeito de el. Sobreviviente.

Meia hora depois Carlito aponta lá adiante, chapéu afundado, mirando a terra em que pisa, o terno branco amassado, passando pelos guardas da palafita que o aplaudem, ele retribui com modestos, encabulados, acenos, aí levantando a cabeça em cumprimento de gracias.

Nuestros orientales soltam a música, que vai, sob o luzeiro do jardim de verão.

Carlito pára lá embaixo quando ouve. Pelo modo que se move sei que Betsabé não é para ele. Mas quem sou eu para saber do mundo.

Parou e começou a bater palmas aos locos, seus amigos, palmas de ironia, estão me judiando. E não estavam.









martes, 27 de diciembre de 2011

Maurício Tapajós

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Maurício Tapajós Gomes (Rio de Janeiro, 27/12/1943 - 21/4/1995). Compositor, instrumentista, cantor e produtor musical.

Entre suas músicas de maior sucesso destacam-se "Tô voltando" (parceria com Paulo César Pinheiro), adotada em 1979 como o Hino da Anistia aos presos políticos exilados pela ditadura militar, "Pesadelo" (c/ Paulo César Pinheiro), "Agora é Portela 74" (c/ Paulo César Pinheiro) e "Querelas do Brasil" (c/ Aldir Blanc), entre muitas outras.

O Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, AQUI, diz muito mais sobre o grande artista.

Aqui Mudando de Conversa (com Hermínio Bello de Carvalho), na interpretação de Dóris Monteiro.



Em 23/out/2013, quando homenageamos Dóris Monteiro no Facebook, a pessoa (usuário) removeu o vídeo do Youtube. Não faz mal, tenho o elepê, dia destes aprendo a postar música no youtube e recoloco a música. Por enquanto vai outro: "Entre o torresmo e a moela", que compôs e canta em parceria com Aldir Blanc.

A charge do Dias - Sangria Espanhola no Botequim

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Os boêmios resolveram mandar às favas o regulamento da coluna. Fim de ano é fim de ano, é só o que diziam, o russo que não tente vir de nhém-nhém-nhém, ele que vá se catar. O russo, naturalmente, é Adolfo, que exige disciplina.

A doce estenógrafa Jezebel deu vazão aos seus dotes culinários, bem..., tragonários, e fez um enorme tacho de Sangria Espanhola no Botequim do Terguino. Depois avisou por telefone aos valentes do Beco do Oitavo, que se mandaram para lá sem pestanejar, aos atropelos, uns pisando nos calcanhares dos outros.

E felizes se quedaram, bem belos, desde cedo para lá e para cá por entre as mesas do bar, pela frente do buteco, com copos de frutas nas mãos, super-animados. Frutas a 40 graus com a misturança de gim, vinho tinto, rum, mais as garrafas de vodka que a Jêze botou por conta, criando a Sangria Espanhola da Sibéria.

Com este último argumento, o acréscimo da vodka, Adolfo rendeu-se aos reclamos dos amigos. 

E deu no que deu. Os insurrectos desejavam, obviamente, era eleger muitas obras.

Na hora do pega, o Botequim do Terguino reuniu-se nas mesas lá fora.

Começaram com o César, do Jornal da Manhã (Floripa, SC).




Emendaram com o Aroeira.



Concluíram sua demonstração de simpatia ao personagem que pegaram pra courinho com o Amarildo, da Gazeta Online (Vitória, ES).



Os pinguços do Beco do Oitavo, lá dentro assustados com o volume das gargalhadas que vinham da rua, tiveram um súbito ataque de insegurança. Fizeram uma barreira humana para impedir que os butequeiros do Terguino espiassem as suas escolhas ao passarem em direção ao banheiro. Os bandidos passavam e, só para provocar, se punham na ponta dos pés de olhos espichados, mas logo eram expulsos. "Quanto egoísmo, gente!, parecem os caras da Folha de S. Paulo", ralhou Adolfo.

Duas horas e fecharam as contas. Também deu Aroeira. Este Aroeira não bate bem, que é como se diz dos caras que batem bem demais.



No Beco também sobrou para o amigão do Botequim. Com o Mário Alberto, do Lancenet!



Férias com o Pelicano, do Bom Dia São Paulo (capital).



E ele, Adolfo Dias Savchenko, andando pelos ambientes e fazendo observações para os dois bandos, facilmente elegeu as suas.

Com o Ivan:



O Enio, da Gazeta de Alagoas (Maceió, AL).



E o Clayton, de O Povo (Alagoas, CE). Não cremos que iremos esquecer no último dia do ano, mas pelo sim, pelo não (sabe-se lá o que pode acontecer), vamos aqui antecipando: a tribo da palafita, todos juntos, incluídos os butequeiros do bem, envia um justo, respeitoso e sentimental abraço à juíza Eliana Calmon. Não se entregue, Eliana!, estamos com você!



A Srta. Leiloca ficou com o Duke, do Super Notícia (Belo Horizonte, MG).



Com o Amorim, do Correio do Povo (Porto Alegre, RS).



E com o... Ei, o que é isso, menina?!
Mamma mia, o que faz a convivência com os boêmios. Com o Bennet, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).


lunes, 26 de diciembre de 2011

Anonymous


Começamos muito bem em nosso propósito de tratar somente de temas agradáveis. No texto A Rede Subterrânea imaginamos um hacker Robin Hood. Pois agora encontramos a notícia abaixo, sobre o grupo de hacktivistas Anonymous. Até agora, 14:00 h de 27/12/11, quando atualizamos este parágrafo, nenhum jornal brasileiro deu a notícia. Um tema muito grave. O diário português que a colocou no ar deve ter virado piada entre os múmios donos de tudo: "Coisa de português, divulgar uma coisa dessas...". Mr. F. Febraban está apavorado, teme que façamos amizade com os rapazes do Anonymous.

O grupo de hackers Anonymous atacou, nesta segunda-feira, a base de dados da agência de segurança norte-americana Stratfor e roubou os dados de, pelo menos, 4 mil cartões de crédito de grandes empresas mundiais e da Defesa dos EUA. Em seguida, numa fração de segundos, passaram a distribuir o saldo das contas milionárias a orfanatos, asilos e casas de saúde ao redor do mundo.

As doações a instituições de caridade foram acompanhadas da frase “Obrigado! Agência de Segurança Interna”.

Os mocinhos do cyberespaço alegaram que um dos motivos pelos quais conseguiram roubar dados da Stratfor deve-se ao fato da não encriptação (conversão ou transmissão de dados em código) da informação, o que será um grande embaraço para uma empresa que fornece análises políticas, econômicas e militares para clientes que precisam reduzir os riscos de segurança.

Entre os clientes da empresa, que fornece serviços de informação de defesa, lobby político e econômico, encontram-se algumas das 500 organizações mais lucrativas do mundo listadas na revista Fortune, como a BNP Paribas, Wester Union, American Express ou Visa, entre outras, e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Os Anonymous anunciaram o ataque através do Twitter e justificaram a ação como uma “doação de Natal”. O grupo divulgou também, no Twitter, a lista das empresas clientes da Stratfor juntamente com os respetivos dados dos cartões de crédito, como o Departamento da Defesa norte-americano, o Exército, a Força Aérea e empresas do ramo tecnológico como a Apple ou a Microsoft.

Segundo diário norte-americano New York Times, os hackers mostraram ainda imagens de recibos de transferências feitas a partir de alguns desses cartões de crédito para instituições de caridade, acompanhadas da frase de agradecimento: “Obrigado! Agência de Segurança Interna”.

Um dos recibos divulgados estava em nome da Cruz Vermelha Norte-americana e tinha o nome de um ex-responsável do Departamento Governamental Bancário do Texas, Allen Barr. Citado pelo mesmo jornal norte-americano, Barr afirmou que foram debitados US$ 700 do seu cartão a favor de várias instituições de solidariedade.

– Foram todas instituições de caridade, Cruz Vermelha, CARE, Save The Children. Por isso, quando a empresa do cartão de crédito contactou a minha mulher ela não tinha a certeza se tinha sido eu a fazer a doação – explicou.

Fred Burton,vice-presidente da Stratfor, cujo site se encontra em manutenção, disse à agência norte-americana de notícias Associated Press que a empresa apresentou queixa às autoridades e que trabalham em conjunto na investigação.

Os Anonymous cumpriram, desta forma, a ameaça divulgada há algumas semanas de realizar um ataque a sites de grandes instituições durante o fim-de-semana de Natal. Em um e-mail aos clientes, a que a AP teve acesso, a Stratfor afirma que suspendeu o correio eletrônico e os seus servidores.

Felicidade é bom, viva a Mareu!

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Firmes no propósito de apenas pensarmos no lado bom da vida, vejam só a coincidência: hoje festejamos o aniversário de Mareu - Maria Eugênia, neste lindo dia de 26 de dezembro.
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A estudiante Mareu, sociológica e antropológica, filha da grande amiga Verinha, é a consultora de lunfardo do blog. Entre tantas qualidades que admiramos, sabe muito sobre música de todas as partes do mundo.

Ainda criança, quando Salito era bobinho de amargar e andava com um chapéu cobrindo os olhos, meia árvore de arruda na orelha, a folhagem caindo nas costas, e cheio de objetos inúteis e pesados sob o paletó, certo dia puxou assunto conosco sobre Hermínio Bello de Carvalho, o brasileiro que é um dos maiores compositores do mundo em todos os tempos, prova inequívoca de que a guria escapou à lavagem cerebral dos ianques. Um gosto musical divino. 

Bem, não é a toa que é fácil reconhecê-la ao longe, subindo a Borges de Medeiros, com aquele enorme violoncelo às costas. Como o nosso assunto com ela invariavelmente é música, agora nos ocorre que nunca perguntamos se torce pelo Peñarol ou pelo Nacional. Pensando bem, nem vamos perguntar, ficaremos na ilusão de que seja pelo Peñarol.

Em setembro aqui damos conta de que a fantástica cantante cabo-verdiana Cesária Évora havia se aposentado. Ela partiu em 17/11/2011, em sua cidade natal, aos 70 anos.
Neste espaço ela será sempre viva, para festejarmos a vida que segue. E é com ela, acompanhada da também espetacular cantante moçambicana Mariza, que dedicamos música à Mareu.

Viva, Mareu! Feliz aniversário!



Os bandidos dos EUA tiraram, colocamos outra, em 20/set/2013.



Pausa na roubalheira, n'A charge do Dias

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Temos um pedido aos gatos do erário público (na ilustração ao lado, o grande consultor que caiu primeiro), isto é, aos políticos e apadrinhados, bem como à malta que destes se servem, como banqueiros, empreiteiros, gran-puteiros, etc. Achamos que não vai adiantar, mas pedir não custa.

É o seguinte:  de hoje até o dia 2 de janeiro de 2012 pretendemos somente falar de coisas boas e alegres aqui. O pedido é simples: tentem controlar essa maldita doença, seus cleptomaníacos de merda, só por uns diazinhos, tá?

Usem aquele neurônio uma vez na vida, reflitam: dinheiro não cura feiúra de alma.

Então nada de obras superfaturadas, nada de consultoriazinhas ao pé do ouvido, nada de malas pretas, nada de cuecas recheadas, nada de bola para juiz, nada de nada. Algemem-se e não saiam de casa, por favor. Se quiserem se enforcar, nada temos a opor.

Isto posto, vamos às obras do dia.

O Botequim do Terguino escolheu a do Marco Aurélio, de Zero Hora (Porto Alegre, RS).



O Beco do Oitavo também veio pilchado, com o Amorim, do Correio do Povo (Porto Alegre, RS).



Adolfo ficou com o Duke, do Super Notícia (Belô, MG).



E a Srta. Leila Ferro, que vai seguir por aqui sempre que possível, pelo menos até o reinício das aulas, fechou com o Pater, de A Tribuna (Vitória, ES).



Cielito Lindo

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Um lindo céu em Porto Alegre. Entre mortos e feridos, nos salvamos todos. E por falar em aztecas, corremos alegres para o ano que vem, taça de bebida cor de sangue nas mãos! Calientam os ritmos.

Jesus

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Desculpe-me, camarada Jesus, por aqui vir em fim de festa, mas passei boa parte do dia procurando uma imagem tua, uma só, em toda a rede mundial.

Mr. Google tem dono, e não gosta de ti, gosta muito de dinheiro, e obedece aos donos das armas norte-americanas. Não encontrei foto tua.

Você já sabe bem demais, há séculos, o que fazem em teu nome. No Brasil e no mundo de hoje, ligue a televisão, concessão estatal, de madrugada para ver... Uma nojeira só, em... teu nome. Só por dinheiro, Jesus. Isso é que dói, ignorância eu toleraria. E são uns imbecis ignorantes, mas que andam de jatinho com o dinheiro roubado de cegos infelizes, gentes que vivem, se isso é viver, porque o coração palpita, na mais triste escuridão.

Eu odeio gente assim, Jesus, que explora os fracos, daí minha ojeriza fatal por banqueiros e outros bichos rastejantes. E eles mandam no mundo.

Hoje você teria mais trabalho, não se trata de quebrar um comércio malvado de um só templo. Caifás está em cada esquina.

Foto verdadeira não encontraria, claro, mas ao menos uma pintura verossímil. Nada, meu amigo. Encontro italianos com teu nome, alemães. Até palhaços. Mas nada que se aproxime no mínimo a um palestino da tua época. O mais risível é o teu retrato italiano, pele leitosa e olhos azuis. Eles que o mataram, por conveniência passaram a pintá-lo como um deles. Que nojo. 

Tentei um Jesus negro, pelo menos isso. Nadinha.

Parece que tua imolação não adiantou, os assassinos ainda vão lá para matar e roubar, mas adiantou, sim, Jesus. Eles estão com os dias contados, e vão pagar pelo que fazem e fizeram, espero, eu e meus amigos daremos uma mãozinha, dando sumiço no comércio do Febraban. Temos esperança de que o povo siga o nosso exemplo, e não façam o que fizeram contigo. Sim, tu e eu sabemos que quem te matou foi o povo, não o carniceiro Pôncio Pilatos. Ele era mesmo um carniceiro, mas no teu caso só manobrou. Fosse um povo firme, não teria te matado. O mesmo povo que hoje sustenta charlatões. O mesmo povo que amava o assassino Emílio Médici e agora ama o Lula, este ignorante que nos vendeu. Foi o povo, Jesus, a massa ignara. Ajude-me a lidar com ele. O seu Brizola não conseguiu. O único defeito do seu Leonel era o mesmo de todos os políticos com café no bule: gostar de ser elogiado. Daí que nunca soube se cercar, acabou rodeado por uma tropa de interesseiros, ladrões.

Mande-me um cara sem esse defeito, por favor, Jesus, se você puder, se me ouve, no que não creio, desculpe. Um como o indiano aquele, que tecia as próprias roupas e salvou seu país dos assassinos ingleses sem pegar nem em facão. Esse era melhor do que eu, pois eu teria pego em punhal e revólver. Mande-me um amigo assim.

Ah, sei lá, não sei mais para onde correr, o que me resta é escrever cartas a alguém imaginário. Por hipócrita e covarde, finjo que você me ouve.

Então, luz do meu fingimento, como louvor ao teu aniversário antecipado por outro matador de gentes, mando algumas fotos do teu povo, gente igual a ti, por quem te sacrificaste no imediato, eles moravam ao lado, mas sabendo que se sacrificava pelo mundo. Na minha cabeça bem imagino as tuas feições, meu amigo, no fundo não preciso de foto.

Abração. Penso em ti, minhas meninas também, meus amigos... todos os que povoam a minha vida pensam em ti todos os dias, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos.









PS: Esta moça da última foto não é a cara da Maria de Betânia? Igualzinha.


domingo, 25 de diciembre de 2011

Natal na palafita, n'A Charge do Dias

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Hoje bem cedo os jardins da palafita foram tomados pelos boêmios e respectivas famílias. Dobramos a segurança, estendendo a zona de proteção para 10 Km, pois Mr. F. Febraban ainda está inconforme pelas 20 casas de agiotagem que Carlito Dulcemano Yanés incendiou ontem em São Paulo. Somando a isso as cinco toneladas de pó-de-mico que o Papai Noel cubano-uruguaio deixou cair sobre a sua fortaleza em Angra dos Reis, no justo momento em que seus convidados - juízes, artistas da globo, políticos, traficantes, empreiteiros, putas, ministros, bicheiros, âncoras de noticiário e outros bichos da mesma laia, à luz da lua levantavam as taças de cristal marroquino para o primeiro gole de champanhe, dá para se ter uma idéia da irritação do veado.



Carlito já está entre nós, ainda hoje o Febraba terá outra surpresinha. Bem, no jardim temos quiosques e muitas flores, um riozinho que passa por entre as plantas, até uma piscina que se estende por 300 metros, indo e voltando, feito uma cobra dançante, construída pelos amigos africanos, que muito dinamitaram pontes em tempo de guerra e se realizaram ao construir algo tão belo, então o pessoal está muito à vontade. Música da boa, nada de tristeza, aniversário é aniversário, ninguém pode se dar ao luxo de ficar borocoxô, há tempo para isso. A palafita tem mais de um motivo para comemorar: hoje também é aniversário do nosso angolano Miquirina Segundo, que está liberado do trabalho da nossa segurança pessoal. Está lá no meio da festa, bonito de ver um ex-guerrilheiro todo de branco, chapéu de malandro da Lapa que Juanito lhe trouxe, sorrindo para todo mundo, de braços dados com a menina do Terguino.

Ontem contamos aqui um pouco da verdadeira história do Natal e do Papai Noel (muito resumida, quase nada), hoje deixaremos que os artistas - pensadores - do traço a contem, focados nos dias atuais. Clóvis Baixo, assessorado pela Leiloca, que ao lado de Miquirina está deslumbrante num vestido azul celeste, centro das atenções no bufê de merengues lá fora, guardaram algumas charges mais antigas.

Para a escolha das obras do dia todos contribuiram, inclusive a tribo da palafita. Para todas as escolhidas Adolfo Dias Savchenko teve uma palavra de elogio. Hoje aqui não tem ruim.

João da Noite bate na vidraça, olho e noto o seu olhar aflito. Com um aceno o mando entrar. Entra devagar, olhando para o chão. Fala logo, João, digo. Todo sem jeito explica que tem um assunto palpitante, que sabe que é Natal, mas que se desse para colocar uma chargezinha... acha que as pessoas vão entender e desculpá-lo. Puxa, quase me assustou, eu aqui com a cabeça na surpresinha noturna que Carlito preparou para o Febraban. Ora, João, manda ver - digo levantando, o blog é nosso!  Vou lá fora novamente abraçar os amigos e o deixo em frente ao nóti.

Ao voltar topo com o Aroeira. Ploft, deu na cara deles com as costas da mão, "como se bate em china", no dizer do Branco, o albino Itiberê dos Santos lá de Palmeira das Missões.



Nunca conseguiremos agradecer aos artistas a bondade em nos permitir a reprodução das obras, muitas vezes adornadas por comentários impertinentes de João da Noite e deste que agora come milho no notibuqui. O menos que podemos fazer é desejar-lhes um aniversário de Jesus com muita felicidade junto às suas famílias e afetos.

As obras vão sem ordem alguma, do jeito que ficaram após passarem por muitas mãos sobre a mesa lá no meio do gramado.

Erasmo, do Jornal de Piracicaba.




   Cazo, do Comércio do Jahu.




Amarildo, da Gazeta Online.



Paixão, da Gazeta do Povo.



Santiago.




Pelicano, do Bom Dia São Paulo.



Sponholz, do Jornal da Manhã (bis).



Clayton, de O Povo.



De novo Clayton.



Amorim.



J. Bosco, de O Liberal.



Newton Silva, do Jangadeiro Online (bis). Vixe!



Newton Silva, de novo. Égua!



Passofundo, de O Informativo.



Dálcio, do Correio Popular. Puxa, Dálcio, parabéns. Isso é que é presente de amor.



Ivan.



Luscar.



S. Salvador, do Estado de Minas.



Miguel, do Jornal do Commercio.



Sinfrônio, do Diário do Nordeste.



Sponholz, de novo.



Jorge Braga (bis).




E encerramos. Muitas passaram batidas, nem sempre Clóvis Baixo consegue captar tudo. Mas neste momento entra a Leiloquinha, linda, com os olhinhos brilhando, secundada por uma tropilha de rapazes e moças da sua idade: Tio Salito, não esquece de botar aquela do Santo.

Não esqueço.