sábado, 31 de marzo de 2012

As obras de Deus, n'A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo ficou com a charge do Zope.



O Botequim do Terguino com a do Frank, de A Notícia (Joinville, SC).


Leila Ferro separou a do Lila, do Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB).


viernes, 30 de marzo de 2012

Hamilton de Holanda

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Hamilton de Holanda (Rio de Janeiro, 30/3/1976), o maior bandolinista do mundo da atualidade, hoje completa 36 anos.

Hamilton nasceu no Rio, mas reside em Brasília desde um aninho de idade.

Aqui em uma de suas apresentações no exterior (quando a Europa dá um folguinha, aparece pela América do Sul).

Tocando Piazzola.

Saúde, Hamilton!
Tintim.

A Charge do Dias - O bicho-de-pé do Brasil

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O Beco do Oitavo escolheu a obra do Amâncio, da Tribuna do Norte (Natal, RN).




O Botequim do Terguino ficou com o Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).




João da Noite, o Intrometido, conseguiu arrancar de Leila Ferro permissão para escolher "só uminha". Escolheu a obra do Renato, de A Cidade (Ribeirão Preto, SP).




E a bela coordenadora, Leila Ferro, ficou com o J. Robson, do Jornal da Manhã (Curitiba, PR). Essa menina, cada vez pior de melhor.



jueves, 29 de marzo de 2012

A Charge do Dias

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Assembléia conjunta, realizada no Botequim do Terguino. Os boêmios e miss Leila Ferro foram unânimes.

Waldez, do Amazônia Online (Belém, PA).




Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).



Lute, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG).



Amâncio, da Tribuna do Norte (Natal, RN).




Casso, do Diário do Pará (Belém, PA).




Newton Silva, do Jangadeiro Online (Fortaleza, CE).




Nani (e Jaguar)



Ontem, como todo mundo, estávamos pensando, aqui neste quarto de hotel: que tempos... muitas perdas, uma atrás da outra. O Jarbas, do Diário de Pernambuco (Recife, PE), externou o sentimento dos brasileiros.


Millôr Fernandes, por Millôr Fernandes

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CURRÍCULO

(Publicado na sua estréia no jornal O Dia)




"Millôr Fernandes nasceu. Todo o seu aprendizado, desde a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E também mais tarde, já homem formado. No jornalismo e nas artes gráficas, especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí. Contudo, no campo teatral, tanto então quanto agora. Sem a menor sombra de dúvida. Em todos seus livros publicados vê-se a mesma tendência. Nunca, porém diante de reprimidos. De 78 a 89, janeiro a fevereiro. De frente ou de perfil, como percebeu assim que terminou seu curso secundário. Quando o conheceu em Lisboa, o ditador Salazar, o que não significa absolutamente nada. Um dia, depois de um longo programa de televisão, foi exatamente o contrário. Amigos e mesmo pessoas remotamente interessadas - sem temor nenhum. Onde e como, mas talvez, talvez — Millôr, porém, nunca. Isso para não falar em termos públicos. Mas, ao ser premiado, disse logo bem alto - e realmente não falou em vão. Entre todos os tradutores brasileiros. Como ninguém ignora. De resto, sempre, até o Dia a Dia”.


BIOGRAFIA

 

(Autobiografia De Mim Mesmo À Maneira De Mim Próprio) Fragmentos, publicado na sua estréia na VEJA.


"E lá vou eu de novo, sem freio nem pára-quedas. Saiam da frente, ou debaixo que, se não estou radioativo, muito menos estou radiopassivo. Quando me sentei para escrever vinha tão cheio de idéias que só me saíam gêmeas, as palavras — reco-reco, tatibitate, ronronar, coré-coré, tom-tom, rema-rema, tintim-por-tintim. Fui obrigado a tomar uma pílula anticoncepcional. Agora estou bem, já não dói nada. Quem é que sou eu? Ah, que posso dizer? Como me espanta! Já não fazem Millôres como antigamente! Nasci pequeno e cresci aos poucos. Primeiro me fizeram os meios e, depois, as pontas. Só muito tarde cheguei aos extremos. Cabeça, tronco e membros, eis tudo. E não me revolto. Fiz três revoluções, todas perdidas. A primeira contra Deus, e ele me venceu com um sórdido milagre. A segunda com o destino, e ele me bateu, deixando-me só com seu pior enredo. A terceira contra mim mesmo, e a mim me consumi, e vim parar aqui.”

”... Dou um boi pra não entrar numa briga. Dou uma boiada pra sair dela....Aos quinze (anos) já era famoso em várias partes do mundo, todas elas no Brasil. Venho, em linha reta, de espanhóis e italianos. Dos espanhóis herdei a natural tentação do bravado, que já me levou a procurar colorir a vida com outras cores: céu feito de conhas de metal roxo e abóbora, mar todo vermelho, e mulheres azuis, verdes ciclames. Dos italianos que, tradicionalmente, dão para engraxates ou artistas, eu consegui conciliar as duas qualidades, emprestando um brilho novo ao humor nativo. Posso dizer que todo o País já riu de mim, embora poucos tenham rido do que é meu.”

”Sou um crente, pois creio firmemente na descrença. ...Creio que a terra é chata. Procuro não sê-lo. ...Tudo o que não sei sempre ignorei sozinho. Nunca ninguém me ensinou a pensar, a escrever ou a desenhar, coisa que se percebe facilmente, examinando qualquer dos meus trabalhos.”

"A esta altura da vida, além de descendente e vivo, sou, também, antepassado. É bem verdade que, como Adão e Eva, depois de comerem a maçã, não registraram a idéia, daí em diante qualquer imbecil se achou no direito de fazer o mesmo. Só posso dizer, em abono meu, que ao repetir o Senhor, eu me empreguei a fundo. Em suma: um humorista nato. Muita gente, eu sei, preferiria que eu fosse um humorista morto, mas isso virá a seu tempo. Eles não perdem por esperar.”.















miércoles, 28 de marzo de 2012

Hermínio Bello de Carvalho

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O dia e a noite são dele, Hermínio Bello de Carvalho (Rio de Janeiro, 28/3/1935), uma lenda viva.

Aqui seu samba Timoneiro (parceria com Paulinho da Viola), na ginga e voz de Fabiana Cozza. 

Salve, Hermínio!
Tintim!





A Charge do Dias - A fogueira das vaidades

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O Beco do Oitavo escolheu a charge do Benett, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).




O Botequim do Terguino a do Aroeira.




Leila Ferro escolheu a obra do Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG).


martes, 27 de marzo de 2012

Carlos Zéfiro, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho

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Os autores dos dois sambas.
A Flor e o Espinho em co-autoria com Alcides de Aguiar Caminha, o Carlos Zéfiro.




Estelionatários, meganhas e sanguessugas, n'A Charge do Dias

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O Botequim do Terguino ficou a obra do Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG).



O Beco do Oitavo com o Amarildo, da Gazeta Online (Vitória, ES).




Leila Ferro separou a do Lute, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG). Que menina... já faz sombra.


lunes, 26 de marzo de 2012

Porque ya no me quieres

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Morro e não vejo nada. Nunca esperava ouvir gravação assim do grande clássico, finíssimo, bolero de Agustín Lara (Ángel Agustín María Carlos Fausto Mariano Alfonso Rojas Canela del Sagrado Corazón de Jesús Lara y Aguirre del Pino - Tlacotalpan, 30/10/1900 – Cidade do México, 6/11/ 1970).

A Charge do Dias - Herança maldita

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O Botequim ficou com o Marco Aurélio, de Zero Hora (Porto Alegre, RS).




O Beco do Oitavo com o Dum.




Leilinha com o Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG).



domingo, 25 de marzo de 2012

Lourdes Rodrigues

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Foi falar na Dama da Canção e me deu uma bruta saudade, dos tempos de menino - 21 anos é menino, creio -, noite alta com os olhos espichados assistindo a ela e a muitos outros cantarem pela noite de Porto Alegre. Ah, a boemia... A primeira vez foi no Adelaide's, na Marechal Floriano, depois no Chão de Estrelas, na José do Patrocínio, e nos anos seguintes onde estivesse. No começo eu morava em república; depois, já empregado como datilógrafo, em pensão, passei por umas 20 no Centro. No começo ficava num cantinho dos bares, fazendo uma cerveja durar a noite toda, tudo tão caro. Com o tempo homens e mulheres da noite acostumaram com a minha presença, se afeiçoaram, e aí começou a chover na minha horta.

Estremecia ao ouvi-la cantar Dona Divergência (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), Zaíra (Edison Nequete e Marcelo Lehmann), Gente da noite (Túlio Piva), tantas...

Quando a dona Lourdes não aparecia, eu pegava um saco de cervejas e ia para o seu apartamento na Rua General Canabarro, onde morava com filhas e netos. Certa noite lá cheguei e ela estava no escuro, alguém havia esquecido de pagar a conta de luz. Cerveja à luz de velas é bom, quando a conversa é boa. Cada  história...  D. Lourdes só bebia campari, moderadamente. Eu batia as cervejas e atacava o campari. 


Em 1998 ela me presenteou com o CD "Porto Alegre canta tangos", gravado em Buenos Aires, no qual registrou El último café (Héctor Stamponi e Cátulo Castillo) e Sin palabras (Marianito Mores e Henrique Santos Discépolo). O CD é uma preciosidade, nele também encontramos o sensacional Rubens Santos incendiando o teatro com Uno (Mores - Discépolo), mais uma gama formidável de artistas locais. Fiquei tão feliz e encantado que insisti tanto até adquirir meia-dúzia, apesar da edição ser limitada, para presentear familiares e amigos do peito. Fiquei com dois, um de reserva, os sobreviventes do peito eram poucos.

A última vez que a abracei foi na casa de shows "Se acaso você chegasse", do Lupinho, na comemoração dos seus 50 anos de carreira.  Nessas alturas ela já havia se mudado para o litoral.

Voltarei a falar da nossa grande cantora aqui, ah, se voltarei.

Porto Alegre, 240 anos

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Amanhã o Porto dos Casais completa 240 anos.




Para quem não conhece, na área em verde da foto está o Chalé da Praça XV, onde costumamos enxugar muitos chopes gelados. À frente o Mercado Público, e ao fundo, no escuro, passa o rio (é rio sim, isso de lago atende a outros propósitos) Guaíba, o leito de água doce mais lindo do mundo. Que tal o pôr-do-sol visto da margem? Nuances de aquarela, no dizer do grande Noel Guarany.




Quanto orgulho, vejam a wikipédia: Porto Alegre ostenta mais de 80 prêmios e títulos que a distinguem como uma das melhores capitais brasileiras para morar, trabalhar, fazer negócios, estudar e se divertir. Foi destacada em anos recentes também pela ONU omo a Metrópole nº 1 em qualidade de vida do Brasil por três vezes; como possuindo um dos 40 melhores modelos de gestão pública democrática pelo seu Orçamento Participativo, e por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as metrópoles nacionais. Dados do IBGE a apontaram em 2009 como a capital brasileira com a menor taxa de desemprego, a empresa de consultoria britânica Jones Lang LaSalle a inclui em 2004 entre as 24 cidades com maior potencial para atrair investimentos no mundo e figura na lista da Pricewaterhouse Coopers entre as cem cidades mais ricas do mundo. Porto Alegre é uma cidade influente no cenário global, recebendo a classificação de cidade global "gama", por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).

E tem muito mais. Para não falar no Grêmio e no Internacional. Mas tudo isto vem de administrações anteriores, senhor alcaide, não fique assim tão alegre.

Alguns probleminhas: A cidade enfrenta muitos desafios, entre eles a grande população ainda vivendo em condições de pobreza e sub-habitação, um alto custo de vida, deficiências sérias no tratamento de esgotos, muita poluição e degradação de ecossistemas originais, índices de crime elevados (embora indicando uma tendência de queda) e crescentes problemas de trânsito.

Enfim, é a cidade que adotamos, onde passamos a maior parte do tempo.

Os festejos começaram ontem, com o show da Maria Rita, "Viva Elis", no Anfiteatro Pôr do Sol. São muitos os espetáculos e atividades, uma relação imensa, em todos os pontos da capital. Hoje perdemos de assistir o fantástico Arthur Moreira Lima na Redenção, com seu espetáculo "Um piano pela estrada", mas não tem problema, volta e meia encontramos o Arthur por esse Brasil afora, o seu projeto de levar boa música a todos os recantos do país chega a ser comovente.

A programação completa pode ser encontrada no site POA 240 ANOS. Nós estaremos em San Pablo durante a semana, mas no sábado não perderemos por nada deste mundo o baile da cidade, no espelho d'água da Redenção, sob as estrelas, com a Banda da Cidade, Nei Lisboa, Cigano, Lourdes Rodrigues (saudades, dona Lourdes, falamos depois do show), Kleiton e Kledir e Isabela Fogaça. Por alguma razão não fomos no ano passado, neste lá estaremos todos. 

Rancho da Praça Onze - Chico Anysio

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Esta maravilha de marchinha é de 1965, de autoria de Chico Anysio e João Roberto Kelly.

Foi título e primeira faixa de um LP de Dalva de Oliveira, o último antes do fatídico acidente de automóvel que a tirou dos palcos por alguns anos e acelerou a sua partida.

Mas, hein! Nestas alturas Chico já tinha composição gravada por Dolores Duran (A fia de Chico Brito, só sua), no LP Estrada da Saudade. Só com isto já era um artista famoso, mas ele ainda estava longe de onde chegaria.




1. Rancho da Praça Onze (Chico Anysio/João Roberto Kelly)
2. Hino Ao amor (Hymme À L'Amour) (Edith Piaf/Monnot)
3. Voltarei de Joelhos (In Ginocchio da Te) (Ronnie Cord/ Zambrini/Migliacci)
4. Hoje (Tito Climent)
5. Sonho de pobre (Tito Climent)
6. Samba Samba (João Roberto Kelly)
7. Que Sabes Tu (Mirtha Silva)
8. Junto de Mim (Alberto Ribeiro/José Maria de Abreu)
9. A Bahia Te Espera (Chianca de Garcia/Herivelto Martins)
10. Fracasso (Fernando César/Nazareno de Brito)
11. Sempre Te Amarei (Sergio Malta)
12. Ser Carioca (Fernando César)

O homem estraçalhado

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A ninguém passou despercebido o absurdo da liberação do carrão do filho do ricaço, isto é: o dado crucial nesses casos, a cena do acidente, foi alterada rapidamente. Quem pediu a liberação? Quem teria a ganhar com isso? Também não entendemos a pressa em declarar que prestou socorro à vítima. Que socorro?

O que não sabíamos, e que o pensador Mauro Santayana agora nos revela, é que a polícia liberou o automóvel ainda com... pedaços da vítima. O coração, que foi parar na cabine do motorista, deve ter sido retirado, talvez esse o socorro prestado. Para dizer o menos: aqui ficamos todos como se tivéssemos levado um soco no estômago. O senhor advogado do atropelador - sem ficar vermelho - diz que possivelmente muitos dos pontos negativos do prontuário do motorista tenham sido cometidos pelos empregados e seguranças. Claro, os empregados pegam o carro do patrão e saem a duzentos por hora, faz sentido. Mais um pouco e ele dirá que o bólido saía sozinho, o fujão, no que será ouvido com complacência, quiçá concordância, por alguma autoridade. Ou, como disse o outro, a bicicleta é que estava em alta velocidade.

A face esmagada do morto pobre e a sina do menino rico

Por Mauro Santayana


O episódio trágico, do atropelamento e morte de Wanderson Pereira da Silva, pelo jovem Thor Batista, sugere algumas reflexões sobre a realidade brasileira de nossos tempos. Com altos e baixos, avanços e retrocessos, a história política é a da constante luta pela liberdade. Liberdade não é um conceito utópico e ideal, mas uma forma digna de viver. Ao enumerar as quatro liberdades, Roosevelt poderia tê-las resumido a uma só: a liberdade contra o medo. Somos, todos os seres vivos, sujeitos ao medo maior, que é o da morte. Mas se não podemos afastar do destino o fim inexorável da existência biológica, podemos afastar os outros medos, como os da fome, do desemprego, da doença, e até mesmo da humilhação, mediante o compromisso ético da solidariedade.

O grande medo que persegue os pobres, desde que surgiu a propriedade privada sobre os bens comuns, é o da injustiça. O pobre, filho de pobres, continuando pobre, sabe perfeitamente que a justiça será sempre contra ele, ainda que haja advogados e juízes honrados que possam defendê-lo. Acima da dignidade dos juízes, impõem-se o sistema econômico e as brutais normas do capitalismo.

As leis, conforme a constatação óbvia do abade Sieyès, que deveriam combater a desigualdade, são, elas mesmas, cúmplices dos privilégios. Mas há ocasiões em que, ainda que as normas e leis sejam claras e busquem a igualdade entre todos os cidadãos diante da justiça, os poderosos continuam a ter vantagens.

O jovem Thor, filho de um dos homens mais ricos do país — e que tem como meta tornar-se o mais rico do mundo — não é culpado de seus privilégios. Ao contrário: por mais poderoso seja hoje e ainda muito mais poderoso possa vir a ser amanhã, ele sempre será menor do que poderia vir a ser, se o seu berço fosse normal. Ele não terá a alegria de realizar-se integralmente — a menos que rompa com sua identidade, o que, mais do que impossível, é improvável.

Para isso, teria que fazer como tantos outros fizeram, a partir de Francisco Bernardone, renunciou à riqueza e se tornou, pela santidade, o mais rico de todos os seus contemporâneos, na alegria de servir aos mais pobres de Assis, entre eles os leprosos, aos quais estava vedado o acesso à cidade.

Não passaria na cabeça do filho de um rico empreendedor da atualidade, e de uma bela modelo, assumir votos de humildade e de pobreza. Mas para que viesse a sentir-se realmente rico, seria bom que apeasse de sua Mercedes de dois milhões, usasse veículo mais lento e mais modesto, e, como a maioria imensa dos jovens de sua idade, estudasse e trabalhasse como todos; que, como a imensa maioria das pessoas, aprendesse a viver e a ser um homem como os outros.

É natural e humano que o pai defenda o filho, ainda que ele possa ser culpado, se assim os fatos provarem. Não se acuse o empresário Eike Batista de ser condescendente com o filho. As vicissitudes do destino, de resto, conhecidas, condenaram-no a ser um pai diferente, e essa diferença pode explicar a prodigalidade que exerce no cuidado com os filhos.

Se não houvesse o atropelamento de um homem pobre, Thor continuaria, tranquilo, acumulando pontos negativos em seu prontuário de motorista e andando a velocidades espantosas em seu veículo, prateado e potente, semelhante a uma nave espacial nos vastos confins cósmicos. Mas houve o acidente, como tantos que ocorrem todos os dias no país.

Em todos os acidentes, há culpados e vítimas. Nesse, pelo comportamento de alguns meios de comunicação, e pelo argumento dos advogados, a vítima se transformou em réu. Alega-se, embora haja controvérsias, que o homem de bicicleta provocou a tragédia. Como bem anotou Cláudio Humberto, pelo estado do Mercedes Benz, um dos dois veículos estava em alta velocidade. Talvez a bicicleta.

A opinião pública tem o direito de saber exatamente o que ocorreu. Até agora, a versão divulgada é inaceitável. Ainda que o motorista estivesse sóbrio, isso não significa que houvesse sido prudente. Mesmo que uma investigação séria (porque, até agora, a ação policial não parece ter sido a mais correta) venha a provar que o ciclista tenha sido desavisado, o jovem Thor não é inocente. Os policiais agiram com leviandade, ao liberar o veículo, sem que um legista retirasse do automóvel partes do corpo da vítima. Como houve morte, o veículo teria que ser mantido como prova e minuciosamente examinado.

Como motorista de 21 anos, Thor teve a sua carteira provisória renovada, apesar das multas por excesso de velocidade, e 21 pontos negativos em seu prontuário, conforme as informações divulgadas. Os fatos, assim sendo, não aconselhavam que a ele fosse entregue um automóvel capaz de fazer mais de 300 quilômetros por hora. Dessa imprudência não está isento o pai, que lhe deu de presente o potente veículo.

E há uma constrangedora queixa da família da vítima, a que o empresário Eike Batista deve responder com o dever que lhe cabe: a de que ele teria achado exagerado o gasto de oito mil reais para a recomposição do rosto do morto e as despesas com o sepultamento. O empresário é conhecido pela prodigalidade de seus donativos a obras culturais e filantrópicas. Não parece provável que aja com tamanha insensibilidade nesse caso. Mas, sem prova em contrário, a acusação afetará profundamente a sua imagem de um dos mais arrojados e bem-sucedidos homens de negócios do Brasil.

Voltemos ao início: sem que haja justiça, sem que se busque a igualdade essencial entre todos os homens, e sem solidariedade, não somos livres, e a vida perde o seu sentido, seja ela uma doação de Deus ou milagre do acaso.






A Charge do Dias

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Junto com as obras, veio a informação de que João da Noite, de quem tivemos que apagar certos escritos de ontem (onde já se viu, seu João, dizer que Carlito acabou com um buteco dos thor da rua da fama a tiros?), está por lá, bem belo, de namorada nova, cantando A Volta do Boêmio. Esperemos que dure, nada de cigana má desta vez.

Hoje o churrasco é na frente do Beco do Oitavo, com a presença ilustre de Ju Betsabé.

Tornamos a salientar, como ontem fez João da Noite, que o espetacular site CHARGE ONLINE traz grande parte das charges diárias produzidas pelos artistas do Brasil. Dentre essas, os boêmios fazem as suas escolhas. O título da coluna é homenagem ao mestre Adolfo Dias Savchenko, atualmente morador de Córdoba (AR), que bolou o espaço e foi seu primeiro coordenador.

A turma do Beco do Oitavo ficou com o Zope. Pois é isso mesmo, o pessoal está achando que o desserviço já está com cheirinho  de crime lesa-pátria, seu Zope, conforme exclamou Lúcio Peregrino. A que ponto chegamos pelos tais cargos para meter a mão. Sei não, esperemos pelas urnas, nas capitais estamos certos de que vão se danar.




Os boêmios do Botequim do Terguino ficaram com o Brum, de O Jornal de Hoje (Natal, RN).



E a bela coordenadora, Leila Ferro, escolheu a obra do Humberto, do Jornal do Commercio (Recife, PE).


Domingo de xadrez entre amigos

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Um belo domingo em Porto Alegre, que tornou-se ainda mais lindo pela visita do nosso velho indiano Sultan Khan (já contamos parte de sua história AQUI). Como o terraço da palafita está um tantinho fora de ordem, para não dizer que está virado de ponta cabeça, até parece que alguém ontem tomou um bruto fogo e saiu deixando tudo num estado lastimável (não é, seu João  da Noite?), nos instalamos no quiosque do jardim, enquanto o pessoal dá uma arrumada. A havaiana que cuida da organização dessa parte da moradia faltou ao trabalho (me parece ter lido em algum lugar uma alusão a uma havaiana na janela, seu João, espero que não seja o que estou pensando).

Ainda na fase de chimarrão e sucos gelados, Sultan e a sua Claudita nos contam as novidades do Uruguay. Já sabemos que o Peñarol vai de mal a pior na Libertadores, mas Sultan nos traz detalhes que não saem em jornal, pobre carbonero, isso dói. Como não poderia deixar de ser, acompanhamos em telão conectado ao computador uma partida do Individual europeu, que acontece na cidade de Plovdiv, na Bulgária. Escolhemos a partida do georgiano Baadur Jobava contra o ucraniano Yuriy Kuzubov. Todos somos fãs do maluco do Baadur. A peleia é braba, Kuzubov tem 22 anos e rating de 2.615, para 29 anos e rating de 2.706 de Baadur. Sim, Baadur de há muito ultrapassou a terrível marca dos 2.700, mas rating nem sempre quer dizer pescoço.

O ar se enche com a voz do Noel Guarany, vai potro sem dono.

A partida Jobava vs Kuzubov neste momento, 11:35 h, está no 29º lance (veja tabuleiro ao lado). Até aqui, a luta se fere com perfeito equilíbrio. Devem ter dado uns calmantes ao Jobava, até agora não fez nenhuma loucura. Sultan diz que o empate "es irremediable". Miquirina concorda. Passam a espiar as demais partidas (todas Aqui). Ivan Sokolov, de negras, cometeu um grave erro no lance 26 de sua partida com Arkadij Naiditsch, poderia ter abandonado ali, mas insistiu até o 33, quando viu-se diante de um duplo. Uma surra. Já o italianinho Fabiano Caruana (19 anos, rating 2.767) parece melhor no 16º tabuleiro, conduzindo as brancas diante de Rauf Mamedov (Azerbaijão, 23 anos, rating 2.624), é o que diz Sultan, nós não enxergamos assim tão longe.

Resolvemos tomar uns aperitivos mais fortes. Antes tentaremos dividir a música que roda no toca-discos, se a encontrarmos no iutiúbe.

Aqui toca com o Elton Saldanha, mas na rede encontramos com Juliano Moreno.



Com esta, tomo um longo trago, estalando a língua.

Vamos ver as obras do dia, acabam de chegar. E de fato: Baadur e Kuzubov firmam tablas no lance 49.

sábado, 24 de marzo de 2012

CHICO ANYSIO, pelos artistas do traço e do pensamento

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O pessoal foi unânime, assembléia conjunta. E ainda tenho que ouvir dos mortos-vivos jabours e tal, das globos da vida, repetindo um velho artista recalcado, doente, como todos somos, que toda unamidade é burra. Ó, malandros, vão fazer um cursinho em puteiro, sem a grana do pápi ladrão, verão que 85% é unanimidade avassaladora. Mesmo na burrice, que só acontece no Brasil com políticos e com o Coberto Ralos. Com essa corro até o toca-discos, quase boto uma soprano, mas rodo mesmo é Santo Morales, daquela capa da mulher de vermelho com salto 15 entrando no coração. Aquele monte de maracas e a voz do Santo dizendo Yo sé que soy, una aventura más para ti...

Capturaram as obras, como há muito vêm fazendo, no inominável site CHARGE ONLINE, que pela bondade e loucura dos donos promove trabalho esplêndido para o Brasil e o mundo. Por falar nisso, seu Charge: Salito me disse, acho que já falou pra ti e tirurus, que até hoje não mandou grana para ajudar o site porque nossos nomezinhos constam em lista de morte da Federação Brasileira dos Bancos.

Desconfio que Mr. F. Febraban é parente dessa Federação, para a qual o Lula ao baixar as calças, pedindo dinheiro, ele e o JD, nem sentiu a lança entrando. Sábio como é...

Só queria que Salito, que saiu com os olhos vermelhos, visse o que vai agora...  Se esqueci de alguém é porque estou meio levantado. De Norte a Sul, os artistas do coração choram e vão com o nome em luto, perderam um parceiro. Vão em desordem.

Newton Silva



Da Costa




TIAGO RECCHIA



PELICANO



Pera, vou alie já volto. Agora eu que fico nervoso.

MÁRIO



MIGUEL




DUKE



LILA




FAUSTO



Mestre AROEIRA





ED CARLOS




SINFRÔNIO





ERASMO




J. BOSCO




TIAGO RECCHIA (devo estar mais tocado que imaginava, já foi antes...)




JORGE BRAGA



LIcença, uma havaiana me chama na janela, aiaiai minha mãe, os olhos... e de shortinho. Já volto. O Chico aplaude, sinto.

Salito reassumindo.
Pois então, Sr. João: se embebeda, escreve besteiras e ainda me deixa a postagem pela metade. Considere-se suspenso. Mas valeu, também choro.


EDER




PONCIANO





SAMUCA




VASQS




SPONHOLZ