miércoles, 30 de noviembre de 2011

O aspone

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Se alguém souber que tipo de "consultoria" presta o argentino Felipe Belisario Wermus, vulgo Luis Favre, em seu périplo pela América Latina, por favor, cartas para este blog.

O forasteiro foi aspone do Lula, ao tempo em que se juntava com a dona Marta Suplicy, tendo Lula e a primeira-dama como padrinhos, se bem recordamos. Era o Partido dos Trabolas que lhe pagava seus altos honorários aqui? Também não sabemos, eta gente mal informada neste blog.

Bueno, uma vez eleito, Lula o nomeou assessor da Secretaria para Assuntos Federativos da Presidência, seja lá o que isso signifique além de um polpudo contracheque. Mas parece que foi tudo ilusão: de repente desfez o casório e sumiu do Brasil. Teria tido sua broxura descoberta, ou a dona Marta seria uma jararaca deslumbrada? Não sabemos. Apostamos nas duas. 

Pois não é que o casadoiro moço, lustroso profissional (reiteramos: não sabemos em quê), agora aparece tapado de encrencas no Peru, onde atualmente é aspone do presidente Ollanta Humala.

Os politicalhos e os jornais peruanos (clique em El Comercio) o dizem "assessor de imagem" do presidente Ollanta. Assessor de que mesmo? Mercenário da imagem? Ora, ora... não arranjaram um assunto federativo para o sujeito? Nem a vice-presidente Marisol Espinoza se conteve: quer saber quanto ganha o aspone, pois em todo o País ninguém sabe. O que se supõe é que a atividade exercida é muito importante, e, como tal, muito bem remunerada.

Claro que a palafita torce por Ollanta Humala, é o mocinho que pudemos conseguir nas circunstâncias. O presidente não tem de ser o mais preparado nem o mais bem-vestido, ternos estranjas, como fez certa pessoa. Precisa apenas ouvir o povo humilde que o elegeu. 

Ollanta é acusado de (tentar) entregar a exploração dos recursos naturais (mineração de ouro e cobre) à iniciativa privada (norte-americana), por suposta influência do "assessor de imagem". E o governo tentou mesmo, somente suspendeu o projeto devido aos violentos protestos nacionalistas ontem deflagrados em Cajamarca. Ao que saibamos (mal-informados, vá se saber...), o aspone não participou de confusão semelhante no Brasil.

Ollanta deu para trás, porém os protestos continuam, o povo teme que a suspensão do projeto da múlti Yanacocha-Newmont seja uma decisão provisória. Esse filme não é novo, como vemos pela mancha negra na bacia de Campos e na propriedade de terras por estrangeiros.


O periodico El Popular noticiou assim o desfecho:

Cajamarca.- Ante la ola de violencia desatada ayer, la empresa minera Yanacocha anunció a través de un comunicado la suspensión de las operaciones del Proyecto Conga a pedido del Gobierno, luego de seis días de paro en Cajamarca.

“Yanacocha comunica a la opinión pública que, a exigencia del Supremo Gobierno y en aras de que se restablezcan la tranquilidad y la paz social en Cajamarca, ha decidido suspender las actividades del Proyecto. Reiteramos que haremos nuestro mejor esfuerzo y acataremos todas las exigencias del gobierno del presidente Ollanta Humala por una minería responsable”, reza el comunicado.

La decisión se toma luego de que los enfrentamientos entre la Policía y los manifestantes que se oponían al proyecto Conga dejaran ayer 20 heridos, luego que unos mil pobladores intentaran tomar las instalaciones de Yanacocha y quemar maquinaria de la minera. Descontrolados, este grupo incendió las oficinas de Lumina Cooper y la minera Conga en Celendín, y destruyeron archivos, computadoras, sillas, colchones y otros objetos. También se registraron ataques a sedes de la minera en Celendín y en Huasmín.

Del total de heridos que son atendidos en diversos centros de salud de la región, 14 son comuneros, cinco de ellos con disparos de bala, y seis policías.

De acuerdo con uno de los comuneros heridos, la Policía utilizó bombas lacrimógenas y balas para repelerlos, aunque podrían tratarse de perdigones. La mayoría de heridos fueron trasladados al Hospital Regional de Cajamarca. La Policía contó que los manifestantes se alteraron y les lanzaron piedras para evitar que se acerquen. La región ya sentía el desabastecimiento de productos de primera necesidad por el bloqueo de accesos a la ciudad.

El proyecto minero de 4,800 millones de dólares podría retomarse de llegarse a un acuerdo con la población cajamarquina.



(A caricatura é do Carlín).


Os fantasmas, n'A charge do Dias

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O Botequim do Terguino vem de Pelicano, do Bom Dia (SP). De lá de trás do balcão, o velho Terguino Ferro lembrou que esse honesto patrunfo do Partido dos Trabolas, que por esses e outros méritos hoje é líder do governo Dilma na Câmara, entende mesmo da fantasmagórica gatunagem.

Aliás, o jornal Folha de S. Paulo também recorda:  De abril até novembro de 1996, quando ocupava o posto de secretário-geral do PT, o hoje líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, foi funcionário-fantasma da Câmara de São Paulo, lotado no gabinete do vereador malufista Brasil Vita, então no PPB. Vaccarezza deixou o cargo no PT após a Folha revelar o caso, em dezembro do mesmo ano. Médico da prefeitura, o hoje líder se negava a trabalhar no PAS (Plano de Atendimento à Saúde), criado por Paulo Maluf. Mas, num acordo inusitado, foi comissionado no gabinete de um malufista e só ia lá para assinar o ponto.




O Beco do Oitavo escolheu o Cazo, do Comércio de Jahu (SP).




Adolfo Dias Savchenko não se conforma com a cara-de-pau dessa gente. Quer saber qual é a experiência do Pançudo como gestor público. Ridículo marionete, já não ganhou dinheiro que chega, Ronaldão? Um insulto aos brasileiros. Adolfo acabou de desabafar, cansado de "tudo isso", e o que encontra? A obra do Mário, da Tribuna de Minas. Na pinha.


martes, 29 de noviembre de 2011

Walter D'Ávila

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Hoje o gaúcho Walter D'Ávila (Porto Alegre, 29/11/1911 - Rio de Janeiro, RJ, 19/4/1996) completaria um século. Ator, humorista e também intérprete de marchinhas de carnaval. Lá por 1952 mudou-se para o Rio, mas antes já havia participado de vários filmes, entre estes "O Ébrio", com Vicente Celestino.

Notabilizou-se como comediante em programas populares, principalmente na "Praça da Alegria", comandado por Manuel da Nóbrega a partir dos fins da década de 50 (programa atualmente a cargo do seu filho Carlos Alberto da Nóbrega). No programa, Walter encarnava um personagem, "O Sabichão", que lia os livros de trás para a frente, como no vídeo abaixo, quase trinta anos depois.

Um figuraço, o seu Walter, espetacular comediante. Ríamos muito na infância, ao vê-lo afirmar que a "inguinorância é que astravanca o porgressio".    


E neste como coadjuvante do José Soares, aqui para derrubar os cardíacos:

Brasília, 29 de novembro de 2011

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E agora, Mad?




Fotos: 1 e 2 Gustavo Miranda (Globo); 3, Eraldo Peres (AP).

Irã

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Se o Parlamento iraniano decidiu expulsar os diplomatas ingleses, porque ainda não foram expulsos? Aliás, o que fazem ainda lá os ingleses, que cogitam bombardear aquele país? Tramam a destruição lá de dentro?




Ombudsman da Folha é corajosa

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A grande imprensa foi passiva e demorou a perceber a gravidade do vazamento da Chevron

Por Suzana Singer (na Folha)

O óleo subiu… e a gente não viu

Na cobertura do acidente ecológico na bacia de Campos (RJ), a mídia tradicional tomou um olé da blogosfera. A chamada “grande imprensa” demorou a entender a gravidade do que estava acontecendo, reproduziu passivamente a versão oficial e não fez apuração própria.

O vazamento ocorreu na segunda-feira, dia 7 de novembro, quando a pressão do óleo provocou uma ruptura do revestimento do poço. O líquido começou a subir pela coluna de perfuração e vazou também pelas fissuras do solo marinho.

A mancha de óleo foi vista no dia seguinte por petroleiros. Acionada, a norte-americana Chevron informou as autoridades, na quarta-feira, de que o vazamento acontecia em uma de suas plataformas.

No dia seguinte, agências de notícias divulgavam o incidente, com a porta-voz da Chevron falando em “fenômeno natural” e calculando um escape pequeno de óleo.

Só “O Globo” deu destaque ao assunto, mas em um texto tão editorializado que perdia o foco do acidente. O que acontecia no campo do Frade era só mais uma prova da “necessidade de Estados produtores de petróleo terem uma fatia maior dos royalties”. A Folha limitou-se a dar uma pequena nota.

Veio o fim de semana, quando a inércia toma conta das Redações. “Mercado” publicou no sábado, dia 12, uma capa sobre a queda do lucro da Petrobras e, no domingo, um imenso infográfico mostrando como funcionam as sondas de perfuração, sem fazer ligação com a Chevron. Sobre o acidente, só uma nota registrava que o vazamento aumentara.

Enquanto isso, uma luz amarela tinha acendido na blogosfera. O assunto circulava nas redes sociais. No dia 10, o geólogo norte-americano John Amos, 48, da SkyTruth, uma ONG ambientalista que trabalha com fotos aéreas, divulgou em seu site, no Twitter e no Facebook, as primeiras imagens da mancha.

O jornalista Fernando Brito, do blog “Tijolaço.com”, já dizia que a “história estava mal contadíssima”, porque “não é provável que falhas geológicas capazes de provocar um derramamento no mar deixem de ser percebidas nos estudos sísmicos que precedem a perfuração”.

No dia 15, a SkyTruth volta à ação e publica mais duas fotos mostrando que a mancha tinha crescido. “É dez vezes maior do que a estimativa da Chevron”, aposta Amos.

Instigados pelos blogs, leitores começam a cobrar: “A senhora acredita que a cobertura está correta?”, “E se fosse a Petrobras?”.

Só com a entrada da Polícia Federal no caso, a Folha e seus concorrentes começaram a se mexer de fato. O conselho jornalístico “follow the money” virou no Brasil, por preguiça, “follow the police”.

No dia 17, com o inquérito policial aberto, o assunto finalmente foi capa de “Mercado” e ganhou um tom cético -pela primeira vez se aponta possível negligência da empresa. De lá para cá, toda a imprensa subiu o tom e, numa tentativa de compensar o cochilo inicial, vem cobrando duramente a Chevron, que admitiu “erros de cálculo”.

Não é mesmo fácil saber o que acontece em alto-mar, mas, um ano e meio depois da grande tragédia ambiental do golfo do México, é indesculpável engolir releases divulgados por petrolíferas.

Além de recorrer a ONGs e especialistas, os repórteres poderiam ter procurado os petroleiros. O sindicato tinha divulgado uma nota no dia 10. “Os jornais brasileiros foram decepcionantes”, diz C.W., funcionário da Petrobras que sentiu o cheiro do vapor de óleo cru, mesmo estando a cerca de 15 km do local.

Para evitar que seu nome aparecesse, ele pediu à namorada que avisasse a mídia. Ela escreveu para a Folha e para o “Estado” no dia 11:

“Boa noite, Ainda está vazando óleo na bacia de Campos, o vazamento já percorreu quilômetros. É necessário averiguar, pois noticiaram o ocorrido, mas não deram a devida atenção.”

O caso Chevron mostra que faltam jornalistas especializados em cobrir petróleo, o que é grave num país que tem uma estatal do tamanho da Petrobras e que pretende ser uma potência da área com a exploração do pré-sal.

John Amos, da SkyTruth em West Virginia, deixa um alerta: “Se todos esquecerem rapidamente o acidente, porque o vazamento não foi tão grande quanto o do México, aí sim será uma tragédia. Essa é uma oportunidade de questionar a gestão da exploração em águas profundas, em territórios arriscados. Porque haverá um novo acidente. E vocês devem estar preparados para isso”.


Já o jornalista e pensador Mauro Santayana, em matéria chamada O mau cheiro do petróleo, diz: 

Se no Ministério de Minas e Energia estivessem homens como Leonel Brizola ou Itamar Franco, o senhor Moshiri seria convidado a sair do gabinete, no mesmo momento de seu desaforo, antes que as autoridades de imigração o instassem a deixar o Brasil, como persona non grata. Aconselhamos os leitores a acompanharem os fatos pelo blog do deputado Brizola Neto, o Tijolaço.

Quando assistimos à insolência dos dirigentes da empresa petrolífera texana, constatamos como foi criminosa a política entreguista do governo dos tucanos de São Paulo. Já não basta às multinacionais do petróleo obter os lucros que obtêm em nosso país, nem causar os danos que causaram. Querem, além disso, tratar os brasileiros como um povo colonizado e de joelhos.








Vanessa da Mata

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Pois hoje a Vanessa cancelou todos os compromissos e se mandou para Brasília, protestar contra a aprovação, planejada para amanhã, do Novo Código Florestal. Num Brasil onde a imensa maioria dos artistas só pensa em ganhar dinheiro (não é, Chico?), é um bom exemplo.


Desaloja, Lupi, n'A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo vem de Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE).



O Botequim com o Newton Silva, do Jangadeiro Online (Fortaleza, CE).



Adolfo ficou com o Mário, da Tribuna de Minas (Belo Horizonte, MG).



Eu, João, peço permissão ao titular do blog para votar em separado, só desta vez. Paixão, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).

lunes, 28 de noviembre de 2011

Dá-lhe, Romário!

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Pois é, com menos de um ano de mandato, o Baixinho mostrou a que veio. Escancarou o óbvio: o sujeito não tem que ser "dotor" para exercer um mandato popular, basta ter rapidez de raciocínio, ser meio "marrento" e ter vergonha na cara, o que pelo menos no caso dele é uma realidade. Na hora certa soube firmar o pé e falar alto e bom som. Na audiência pública da Comissão Especial da Copa, sem dó nem piedade enquadrou o chefe do bando da CBF e seu camarada secretário-geral da FIFA, que saiu do Brasil com o rabo entre as pernas. De pronto, não permitiu a aproximação das más companhias, o que, sabemos, é o que mais tem no Congresso Nacional.

O caso da votação do processo de cassação da Jacqueline Roriz, esta que livrou a cara pela falta de vergonha na cara dos seus colegas, com o voto secreto, escondidos da opinião dos brasileiros, é sintomático. Romário não hesitou: foi lá e abriu o tarro, pegou o microfone e declarou para todo o mundo ouvir o voto pela cassação. Ainda precisa aprender a lidar com o regimento interno da casa, o que não vai demorar nadinha. E a tomar cuidado com as ciladas no uso de verbas públicas. 

Em reportagem no JB de hoje, o repórter Igor Mello diz o seguinte:

Pré-candidato do PSOL à prefeitura do Rio, o deputado estadual Marcelo Freixo pode ganhar um aliado de peso na corrida eleitoral: ninguém menos que o baixinho Romário, que vem surpreendendo o Brasil com sua postura atuante e independente como deputado federal.

Romário já afirmou publicamente que gostaria de tentar uma candidatura em sua cidade natal, mas sempre deixou a decisão para o partido, que atualmente é da base aliada do prefeito Eduardo Paes.

Embora não demonstre muito otimismo com a possibilidade da candidatura conjunta se concretizar, Freixo rasga elogios aos ex-jogador, que foi considerado um dos parlamentares mais atuantes do ano pelo Prêmio Congresso Em Foco, logo em sua primeira experiência na política.

"Estamos tentando marcar um encontro para tentarmos aproximar nossos mandatos, que tem diversos pontos em comum. Concordamos na fiscalização das obras da Copa e das Olimpíadas, questão em que o Romário tem atuado muito, e também na inclusão social de pessoas com necessidades especiais, por exemplo. Mas fatalmente vamos conversar sobre a situação do Rio de Janeiro", explica.

Para o segundo deputado mais votado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a aliança não é provável, mas Freixo deixa a porta aberta para que o flerte vire casamento e uma aliança entre PSOL e PSB saia do papel:

"Eu gostaria muito de ter o apoio do Romário. Gostaria muito de contar com ele, que tem feito um grande mandato em Brasília. Hoje o PSB é da base aliada do Paes, eles é que tem que decidir sobre qualquer mudança".

A palafita torce por ti, Romário. Por favor, não se permita se transformar num deles.

Benito di Paula

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Benito (Uday Veloso - 28/11/1941, Nova Friburgo, RJ), quem diria, hoje completa setentinha. O fino do som. No vídeo, uma composição dos seus irmãos Nei e Jota Veloso. 

Parabéns, Benito! Muitos anos de vida.



O Irã e a III Guerra Mundial

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Por Mauro Santayana

O jornalista e escritor britânico Douglas Reed, que morreu em 1976, pode ter sido um dos homens mais alucinados do século 20, como dizem seus biógrafos. Combatente na Primeira Guerra Mundial, quando ficou gravemente ferido no rosto, ele se fez jornalista e correspondente do Times de Londres em vários países da Europa. Em seus despachos de Berlim, se destacou como corajoso e violento antinazista. Foi o primeiro não comunista a denunciar a farsa do incêndio do Reichstag, acusando pessoalmente Hitler de ter sido o responsável pelo ato de provocação.

Quando se deu conta de que viria o Anschluss (a anexação da Áustria à Alemanha), ele, então em Viena, escreveu, em poucas semanas, seu livro mais conhecido, Insanity fair publicado em Londres em 1938. Nele, advertiu contra a tolerância em favor de Hitler, e previu a imediata eclosão da 2ª. Guerra Mundial. Meses depois, com a capitulação das potências europeias em Munique, no caso dos sudetos, deixou de trabalhar para o Times, cuja posição era também apaziguadora.

A partir de 1940, Reed se tornou antissionista — não antissemita. Mas aceitou a tese conspirativa e fantasiosa de que os comunistas e os sionistas eram aliados para dominar o mundo. Para ele, os nazistas favoreciam os sionistas, ao transformar os judeus em vítimas. Em seus artigos, previu que o Estado de Israel, a ser criado na Palestina, como determinava o projeto sionista de Max Nordau e Theodor Herzl, viria a ser o germe da grande conspiração para o domínio sionista do planeta, mediante um governo mundial.

Enfim, aceitava a famosa manipulação do “Protocolo dos Sábios de Sião”. Logo depois do armistício de 1945, previu que esse governo mundial seria dotado de armas atômicas, como propusera o banqueiro e assessor de Roosevelt, Bernard Baruch, também filho de judeus de origem europeia. De acordo com o Plano Baruch, nenhum outro país, além dos Estados Unidos, deveria desenvolver armas atômicas. O congelamento sugerido foi rejeitado com vigor pelos soviéticos.

Mas a citação de Reed nesta coluna se deve a uma frase profética do posfácio que acrescentou à edição original de Insanity fair. Reed conta que, ao visitar a então Tchecoslováquia, pouco antes do Tratado de Munique, se deu conta de que os seus soldados estavam mobilizados na fronteira, contra a prevista invasão do território pelos alemães — e contavam com a Inglaterra, mais do que com a França, para resistir. Enquanto isso, diz Reed, os ingleses abandonavam os tchecos. Naquele momento, deduziu o escritor, o mais poderoso império da História — o britânico — entrava em sua inexorável fase de declínio. Reed registra, na frase inquietante, a sensação de que o desastre era desejado, ao dirigir-se a seus compatriotas: “E até onde eu posso entender vocês, parece desejarem que isso ocorra”.

Advertiu que, ao apoderar-se de países vulneráveis, mas senhores de matérias primas, de energia, de mão de obra e de soldados, a Alemanha se faria inexpugnável, invulnerável e invencível, e dominaria toda a Europa — o que viria a ocorrer fora das Ilhas, até a virada em Stalingrado.

Outras são as circunstâncias de nosso tempo, mas a Insanity fair parece a mesma. Se a Palestina é muitíssimo mais indefesa do que era a Tchecoslováquia de Benes e Hocha, o Irã é sempre a Pérsia. Ao não reagir contra as perspectivas de um conflito, os europeus de hoje, como os ingleses de Eden e Chamberlain, parecem desejá-lo. Talvez suponham que possam associar-se aos norte-americanos no governo do mundo. Mas o tempo de Baruch passou. Hoje, se os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França — e até Israel — dispõem de armas nucleares, a Rússia, a Ucrânia, a China, o Paquistão e a Índia também as têm.

Os arsenais do Pentágono dispõem de armas para destruir o mundo, mas não de recursos humanos e bélicos para a conquista e domínio do planeta. É bom, no entanto, anotar uma das profecias de Reed, ao analisar o Plano Baruch, e associá-lo ao sionismo. Segundo Reed, haveria uma Terceira Guerra Mundial, com a criação de um governo planetário, a ser imposto e exercido pelos sionistas. É uma profecia perversa e, como podemos supor, improvável. Primeiro, porque surgem em Israel e nos Estados Unidos vozes de bom-senso, que advertem contra esses arquitetos do apocalipse.

Quando Meir Dagan, ex-dirigente do Mossad — a agência de espionagem e contra-espionagem de Israel, mais eficiente do que a CIA — diz, em palestra na Universidade de Tel-Aviv, que um ataque ao Irã é “uma ideia estúpida”. Dagan advertiu que qualquer iniciativa militar contra Teerã conduzirá a uma guerra regional, com gravíssimas consequências para todos. É sinal de que alguma coisa muda em Israel. Mas não apenas em Israel.

Nos Estados Unidos, alguns chefes militares também tentam convencer o presidente Obama — a cada dia mais servidor dos belicistas do Pentágono — de que um ataque ao Irã poderá levar a uma nova guerra mundial, e de resultados imprevisíveis.

Em artigo publicado pelo New York Times de 14 deste mês, o general John.H.Johns deixa bem claro o perigo, ao afirmar que um ataque ao Irã seria repetir a aventura do Iraque, com mais dificuldades ainda, e que o país dispõe de meios militares para rechaçar qualquer ataque. Opinião semelhante é a do general Anthony Zinni, outro respeitado chefe militar. Como sempre ocorre, ele e Johns são hoje oficiais reformados.

Informa-se também que chefes militares da ativa estiveram recentemente com Obama, a fim de demovê-lo de apoiar qualquer iniciativa bélica de Israel contra o Irã. Obama balançou os ombros.

A principal mudança, no entanto, é a tomada de consciência de grande parte dos cidadãos dos Estados Unidos e de Israel de que o inimigo não está fora de suas fronteiras, mas dentro delas. As desigualdades sociais e a angústia em que vivem, em estado de guerra permanente, levam o povo às ruas. Em Israel, cerca de 500 mil pessoas foram às ruas contra o desemprego, a corrupção e o enriquecimento de poucos, diante das crescentes dificuldades da maioria. Os protestos nos Estados Unidos aumentam, apesar da repressão violenta.

E é nesse quadro geral que os Estados Unidos buscam uma aproximação maior com a Argentina, com o propósito bem claro de reavivar a antiga desconfiança entre aquele país e o Brasil. Não é a primeira vez, embora esperemos que seja a última, em que Washington atua em busca da cizânia entre os dois maiores países da América do Sul. Não parece provável que obtenham êxito. Nos últimos anos, argentinos e brasileiros começaram a entender que estão destinados a viver em paz, e unidos na defesa de seus interesses comuns, que são os do continente.

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(Acrescentamos a foto de Teerã à noite. Esperemos que não haja o terrível espetáculo da luminosa chuva de bombas sobre as crianças persas, como a insanidade ocorrida, impulsionada pela mentira das armas de destruição em massa, na milenar Bagdad, patrimônio da humanidade)

Santos, Santos, Santos!

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João da Noite: as turmas do Beco e do Botequim já providenciaram o telão e encomendaram os barris de chope, em contagem regressiva para o possível confronto entre Santos e Barcelona, lá no outro lado do mundo neste dezembro, cinco anos depois do Internacional de Porto Alegre ter conquistado o mundial FIFA em cima dos espanhóis (também diziam que o time deles era uma seleção imbatível).

Todos oram para que o Neymar acabe com o jogo, 3 x 0 neles! O Brasil em festa!


A charge do Dias

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Pelo Beco, o grande Nani.



Pelo Botequim do Terguino, Benett, da Gazeta do Povo (PR).



Adolfo resolveu dar uma generalizada, com Clayton, de O Povo (Fortaleza, CE). Com tristeza temos que admitir que é bem isso.


domingo, 27 de noviembre de 2011

Mareu

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Outro dia apresentamos o inFernando. Ficamos devendo uma foto da consultora de lunfardo do blog, a Maria Eugênia (26/12/1990). Salito é suspeito para falar dessa moça. Brava como só (a fruita não cai longe do pé, como dizia a mãe do Patinho, a Iracema), mas também doce, doce, doce.

Amor da minha vida. Sociológica, quando ela sai da faculdade e passa pelos bares sorrindo, todos vamos ao céu de felicidade.  Sinto orgulho sem fim de ser seu amigo do peito (tudo mentira que eu ensinei a ler, a nadar, a beber, a rir, a sonhar, eheheh).

Besos, amada.


A charge do Dias 2

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Adolfo veio de Lute, do Hoje em Dia (Belô, MG). Aproveitamos pra dizer que o problema não são os lalaus que a cercam. O problema é a dívida que ela tem com o careca da Carta de Recife, o sindicaleiro profissional, amigo dos caras do mensalão do hoje Partido dos Trabolas.


eito

A luz do entardecer em Porto Alegre

.e
Bem, como sei que Salito (Salve Peñarol!) vai me matar mesmo, por outras, então abuso. Tem a charge do Adolfo, que ainda não botei, estou atravessado sem drumir, bebendo, agora não posso, não posso.  O gol, o gol, o gol luminoso do chileno Elias! Sim, sou colorau! Eu era gurizinho, Salito, eu estava lá, o pai junto, o pai quase morreu, me perdoe,  me perdoe.
Goooooooooooooooooooooooooool.



A charge do Dias

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Depois do que Salito disse, desde Bujumbura, não sei o que dizer. Eu, João Adalberto, que assumo a conta agora e por pouco tempo.

Saíram do hospital os loucos. Os que não foram os esperavam ansiosos, se amontoando na porta do Hospital São Lucas.

Todo mundo feliz, uns por terem sobrevivido, outros pela alegria de não perdê-los.

E o Botequim do Terguino, que ama futebol, virou uma festa, todos queriam pagar a conta, se abraçavam, ai que bom, estamos vivos. Só tem um gremista na turma, os 14 colorados presentes o abraçavam, de pena, e foram unânimes, com o Newton Silva, do Jangadeiro Online.

Pois saiba, seu Niuton, que deu 7 a 7. O voto de minerva ficou com o gremista, o Mário, um amor de sinceridade, o único homossexual declarado do ambiente. Votou no Véio, por saber que o grande Cruzeiro é lindoooooo,  primeiro titulo nacional do Inter, em 1975, com o luminoso gol de cabeça do Figueroa.

sábado, 26 de noviembre de 2011

Música no Bulevar da Liberdade


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Acabadas todas as tarefas do dia, três e picos da matina (acho que onze e pouco da noite no Brasil), pelo janelão deste décimo andar vemos a madrugada avançar, cinzenta, no Bulevar da Liberdade, no centro de Bujumbura (é o máximo que posso lhe dizer, Mr. F. Febraban, logo não estarei mais aqui). O angolano Miquirina Segundo sentado no parapeito da sacada, pernas para fora, fumando. Advirto: caia, negro, que não sobra nada. Ele ri. Os festejos dos bares abaixo se transformaram em murmúrios. Indo para casa sozinhos, naquela de não peguei ninguém, alguns bêbedos descornados soltam imprecações feias, francês enrolado de negritude kirundi, mas aos poucos a noite se acalma. Desce a paz.

Miquirina Segundo se equlibra bem, já postamos foto dele aqui.
Carlito Dulcemano Yanés está no Bairro Asiático, (nada a ver com a foto, que mostra os negros  albinos perseguidos aqui, pela não-cor, um dia a bruxa te pega, Bolsonaro, da pior maneira, um neto gay e a morte) tomando umas e outras e assistindo a um espetáculo de danças tradicionais de um grupo de mulheres da Líbia. Ontem estive lá, então sei que, de dentro do chapéu que lhe cobre metade dos olhos castanhos, Carlos está inclinado a ceder aos olhares de uma libiana de olhos azuis do deserto. Linda de morrer, a dançarina, e parece mulher séria. Mulher de 30. Já o nome nos agradou: Aisha. Se tudo correr bem, amanhã comerá churrasco gaúcho feito no caminho que nos levará ao Congo.


Carlito anda meio nervoso, mas não me preocupa, não saiu sozinho. Alguém aí do outro lado já viu Carlito Dulcemano "meio nervoso"? Não queiram.

A melhor parte: Betsabé neste momento voa para o Burundi, quer discutir a relação. Para Carlos não há mais relação, muito menos o que discutir. Por uma "questã" de educação vamos recebê-la daqui a pouco, na ausência de Carlito, que pela manhã se desloca para Gatumba, com Kafil e mais dez homens. Se ele souber que a tigresa está vindo periga matar por lá até os que não devem (tem um político que não deve, em cinquenta, parece até um país que conheço, lá a um por mil). Periga não, modo de dizer, pois Carlito põe o corpo para proteger os bons.

O diabo é que a gente não consegue consertar tudo, isso dói, machuca, tira o sono de Carlito. Eu superei, mais ou menos. Deveríamos estar na Praça Tahrir, no Cairo, mas com mil homens. Não dá, os tentáculos do monstro estão em todos os lugares. Vamos por partes, como dizia Jack. Um dia chegaremos nos repressores da Praça. Vamos pegá-los em casa, em festa de aniversário. Um por um.

Betsabé perdeu Carlito, não se trata de só uma briga. Salito também não quer mais Frida Von Allerborn, não fará muita diferença de 26 passar a ter 25 mulheres. No Congo emplacaremos 30 (Égua!, como diria Newton Silva). Ainda bem que a palafita de Porto Alegre é grande.

Por trás da chacina ocorrida recentemente em Gatumba está Mr. F. Febraban, o monstruoso ser de muitos tentáculos, assas... Abre parêntese:

(some aí, Bet, os banqueiros e seus parceiros, políticos e traficantes de armas, traficantes de tudo o que é ruim, e pergunte ao Fernando Henrique, que se achava lindo com aquele carão, porque vendeu o Brasil. Se estiver na hora da morte, onde não se pode mentir, dirá que foi o F. Febraban. Votou nesse cara? Eu votei no Lulla, o menor dos erros, não tinha para onde correr, votei noutro deslumbrado. Estava junto, elle, ao José Dirceu quando trouxeram para o seu lado o velho empresário mineiro, aquele...).

... assassino de crianças, pela fome, doenças ou pelas horrorosas classes armadas. Pois amanhã os chefetes do Febraban vão cair, cairão os seus tentáculos daquele local, cortados rente, à facão. Aos rebeldes nativos deixaremos o prazer final, em praça pública. Antes das execuções estaremos viajando para o Congo, não gosto de ver como gritam de pavor os bandidos covardes.

Um carro passa embaixo, com alto som, um bolero da terra que se perde com a velocidade. Miquirina dorme no sofá, tadinho, de chapéu e casaco, com as duas armas sob as axilas. Em janeiro, ou março, vai tirar férias.

Eu viajo...

Para Carlito, meu mano louco: eu deveria repetir o bolero La Mentira, que escancara a simplicidade das moças, a traição pela burrice (ai eu era muito nova) e tudo o mais, uma vez flamengo, inter até morrer, as pobres defesas do bicho muito aquém da Sinceridad.  Pero como sei que talvez ainda a tua vida mude com a Betsabé (afinal ela viaja meio planeta para discutir), vai  Brigas (Evaldo Gouveia/Jair Amorim).

Com ele. Altemar.

Besos, mano meu.

Música na noite

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Altemar Dutra de Oliveira (6/10/1940 Aimorés, MG, BR - 9/11/1983 Nova York, EUA ) partiu muito novinho, num palco como esse, aos 43 anos, cantando na boate La Tanquera, na "Gran Manzana", como nosotros chamamos Nova York. Simplesmente parou e caiu para trás, sob aplausos. Como prova de que os brasileiros não são burros, sua gravação de "Brigas" figura entre as cem melhores da MPB de todos os tempos, outro dia rodaremos aqui.

Alguém imagina um modo mais abolerado de partir?

Saudades, o Amor perdeu muito.




Boêmios em depressão, n'A charge do Dias

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Sábado estranho, como há muito não se via. Graves desentendimentos entre as turmas do Beco e do Botequim, Adolfo tornou-se pequeno, lá de dentro do seu 1,85 m, para contornar discussões vazias, no fundo muitos dos amigos estavam no limite.

Alguns boêmios foram hospitalizados ainda pela manhã. Não, nada de agressão física, foi por depressão mesmo, desgosto, súbita perda da vontade de viver, de continuar, ninguém mais suporta a tolerância da Dilma com ladrões declarados, a artilharia começa a se voltar para ela.

Desde Bujumbura aconselhamos a turma a pegar mais leve, diminuir o trago, visitar as crianças (sei que foram ontem e vão todos os dias, mas que repitam, vai agora, fale mais, se abra, criança entende se falar na língua dela), levar um lero com as ex-mulheres, nestas alturas já se tocaram que aquele pica dura não passa de um sujinho, a vida é maior, que caminhem a solas pelo parque. Mensagens particulares, uma para cada um.

O Brasil é mesmo uma casa de tolerância, precisamos manter os nervos, nervos de aço, temos crianças para criar, e crianças limpas neste mar de sujeira. E os netos, que logo vão pintar, ah...

Sabemos o quanto é triste e pesado lidar com isto. Os astros das caricaturas e charges, das idéias, também o sabem, muitas vezes choram aos gritos ao ver a própria obra terminada, mas há que se ter coragem, de frente para o combate. Lembrem-se de que o pior está por vir, quando a imprensa se equipar de técnicos e entrar no Ministério de Minas e Energia, lá negociatinha é de bilhão.

Adolfo Dias Savchenko, desde Buenos Aires, assume temporariamente o encargo das obras do dia, encargo que é seu, aliás. Como o blog é meu, Salito, apenas ponderei que não deveria jamais usar o Jair Bolsonaro, o elemento que sente forte coceira naquele lugarzinho, porque não queremos fazer propaganda desse tipo de gente, ali o caso transcende a uma simples cadeia, envolve outros valores, o melhor que podemos fazer, por enquanto, é manter silêncio diante do horror.

Supondo que o Beco do Oitavo gostaria (quem mora na aldeia conhece os bugres), vem de Samuca, do Diário de Pernambuco.




Pelo Botequim do Terguino, Adolfo sugere o grande Pelicano, no Bom Dia São Paulo.






Para além dos patifes da vez, Adolfo, por si mesmo, vem de César, do Jornal da Manhã (Floripa, SC).


Ele e Ela

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Para quê!, a música de antes, que idéia bem bobinha. Ai... meu coraçao aqui mirando a capital...

Não deu outra, oba!: Ju Betsabé telefona desmaiada em sonhos. Claro que enviamos champanhes e flores pelos seus 38 anos. Menininha de amor. Carlito deve ter enviado algo, daqui da África, mas não sei.

Mas, sei lá, ela tem dúvidas. Nem sonho em explicar que todos as temos.

Acalme-se, moça, a palafita atende ao seu pedido.

(Ei, Carlinhos Lyra, onde anda você? Saudades)

Besos. Y así pasan los dias.




Música na manhã de Bujumbura

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Esta música já foi tocada aqui neste blog. Mas a saudade do Brasil...

Eles.




viernes, 25 de noviembre de 2011

A charge do Dias


Eu, João, o tecladista de turno. Ó, irmãos, que vontade de quebrar a cara de alguns criminosos. Mas esse é o quadrado de Carlito Yanés, que está se reorganizando.

Hoje o Botequim do Terguino foi um pandemônio, mas a maioria ficou com o Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR). Seguinte, amizades: se alguém tornar a chamá-lo de "fachista", vai se ver com Adolfo Dias (que hoje não compareceu aos butecos, enviou de longe a sua escolha).



O Beco do Oitavo veio de Luscar.



E Adolfo Dias Savchenko, de lejos, optou pelo Tiago Recchia, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) numa obra genial. Serve tanto a este como àqueles. Se o autor permitisse, a batizaríamos de "A lascívia do predador".


jueves, 24 de noviembre de 2011

Clara Nunes e Roberto Ribeiro - Lindos

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Depois da capivara do João, música.

Ela, Clara Nunes, com Roberto Ribeiro, em Coisa da Antiga (Nei Lopes - Wilson Moreira).

A Capivara do Supremo Tribunal Federal

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Por João da Noite

Capivara no jogo de xadrez quer dizer o tolo que se acha esperto, o chato que joga muito mal, nervosamente, atrapalha o adversário e vive de contar vantagem.

Na gíria dos Ratos (por alguma razão esse populacho ignorante assim chama a uma das classes armadas), significa a ficha completa do elemento (pobre, necessariamente) detido ou investigado.

Os habitantes dos butecos usam para indicar a mulher bunduda, coxuda e muito safada, destruidora de lares, enfim, pode nem ser bunduda e coxuda, mas é uma vagaba gostosa. A tevê está assim dessa raça.

Capivara também é a trepadeira Aristolochia, uma fedorenta do Nordeste brasileiro, não... não é parente da coxuda airosa, é uma planta, cujas raízes são usadas contra veneno de cascavel.

No dicionário, primeira acepção, é o bicho, do tupi kapii' guara, "comedor de capim". Obviamente, o bicho, que é o maior roedor do mundo, alimenta-se de capim, como é moda entre dondocas.

Daí que quando ouvimos, en passant, que uma capivara tinha invadido o Supremo Tribunal Federal, ficamos a nos perguntar: qual delas? O que pretenderia aprontar para cima dos nobres causídicos embecados?

A bunduda não era, os caras que frequentam o circunspecto local não surfam nada, segundo nos informou a D. Stanislava Perkoski (a famosa Polaca), mera suposição da onça velha, mas calcada firmemente nos seus muitos anos de experiência com broxuras, data venia.

Pensamos na hipótese mais agradável, a trepadeira, diante da possibilidade de haver algum povinho mordido por cascavel naquele verborrágico espaço.

Mas era só o pobrezinho do bicho, que, pensando bem, corria perigo, pois vai que naquele momento por lá estivesse alguma cobra graúda, como o Daniel Mendes, que o engolisse vivo...

As classes armadas (outras) a salvaram. Esperamos que não tenha virado churrasco de capincho.

O Aroeira não deixou passar em branco:






Os cegos comprados, n'A charge do Dias

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No Beco do Oitavo foi unânime: Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR). Essa mulher ainda vai nos tirar do sério.




O Botequim do Terguino ficou com o Newton Silva, do Jangadeiro Online (Fortaleza, CE).



Adolfo Dias Savchenko homenageia os "merdinhas politiqueiros", como chama os dirigentes estudantis que envergonham os meninos que fomos. Com o Zop.


miércoles, 23 de noviembre de 2011

Sonia Delfino

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Uma grande cantora brasileira de quem pouco se fala, Sonia Delfino (Sônia de Campos Veras, Rio de Janeiro, 23/11/1942), foi a Cantora Revelação de 1960. Poucos anos depois, no auge do sucesso, casou com um diplomata e largou a vida artística, indo viver no exterior. Como se sabe, a vida é feita de escolhas.

Retornou aos palcos somente em 1983, de leve, passando a fazer shows em casas famosas, como Rio Jazz Club, Au Bar, Vinícius Bar e Mistura Fina, no Rio de Janeiro, e Tobaco Road, em Miami.

Aqui com Billy Blanco (além de grande compositor, também um belíssimo cantor, como se vê), cantando Encontro com a Saudade (Billy Blanco/Nilo Queiroz).

(Em 02/11/2013: vejo que os filhos da puta tiraram da rede. Vou tentar achar outra, se houver acho).




Sempre foi romântica, a Sonia. Ouçamo-la em 1960, com Guarda che Luna (1959, Walter Malgoni - Bruno Pallesi).


Caras-de-pau, n'A charge do Dias

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Pelo Beco, é do Frank, de A Notícia (Joinville, SC).




Pelo Botequim, Aroeira, em O Dia (RJ).

martes, 22 de noviembre de 2011

Marlene

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Marlene (Vitória Bonaiutti De Martino, 22/11/1924 São Paulo, SP). Uma glória nacional.

A charge do Dias

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Tem gente fazendo festa com o derramamento de óleo da mentirosa múlti americana, pensa que agora consegue respirar, saindo do foco do noticiário. Somando ao "anúncio" da miséria que chamam de salário-mínimo...

De fato, é nisso que apostam Dilma e os múmios que a cercam.

A charge é do Cazo, do Comércio de Jahu (SP).


domingo, 20 de noviembre de 2011

Usina Hidrelétrica de Belo Monte

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Walter Schumacher nos envia um vídeo onde alguns artistas brasileiros se unem contra o absurdo da Usina de Belo Monte. Assinamos há tempos, e abrimos a boca AQUI e AQUI neste bloguinho. Quem ainda não viu nem assinou, veja e assine.

Uma questão de confiança

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O pensador Mauro Santayana (foto abaixo), com a sua habitual, natural e despretensiosa erudição, hoje toca de modo crucial num dos problemas que afligem o Brasil. No seu décimo parágrafo menciona um "nada a ver", na aparência. Com a sua licença, seu Mauro: tudo a ver.

UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA

Por Mauro Santayana


O senador Pedro Tacques, ao falar ontem, durante o depoimento do ministro Carlos Lupi, foi ao ponto, ao separar, no exame dos fatos, o problema jurídico do problema político. O Senado não é órgão policial; não lhe cabe saber se as leis penais foram, ou não, violadas pelos servidores públicos, entre eles os ministros de Estado. Desse cuidado se encarregam os órgãos próprios, como a CGU e a Polícia Federal. O Senado é instituição política e deve zelar pelo cumprimento do contrato social de que a Constituição é a ata, para lembrar a curta definição de Frei Caneca.

A partir dessa premissa, Taques, que é um homem novo na política e no Senado, mas servidor público curtido no combate ao crime, como membro do Ministério Público Federal, recomendou a seu partido que deixe de integrar o Poder Executivo federal. O senador Cristovam Buarque, seu colega de legenda, acompanhou-o nesse raciocínio. Ambos, como recomenda a boa norma, não fizeram o julgamento moral de Lupi, ao contrário: ponderaram que mantêm, até o momento, sua confiança no ministro.

Ao adotarem a postura prévia de separar uma coisa, a ação política, da outra, a denúncia sem provas concretas, de atos criminosos atribuídos a Lupi, os dois parlamentares impuseram regras éticas e lógicas ao debate.

Sentiu, o senador Taques, que a permanência de Lupi no ministério, por mais méritos tenha o político fluminense, enfraquece o governo. A conclusão do senador Cristovam Buarque, que falou em seguida, é a mesma. Há, na atitude dos dois senadores, à parte a natural preocupação ética, boa sabedoria política.

Se o partido insiste no apoio incondicional a Lupi, responsabiliza-se pela possível negligência do ministro em viajar em aeronaves cedidas por A ou B, e, mais ainda, em fazê-lo na companhia de “donos” de ONGs, como o senhor Adair Meira é identificado pela imprensa.

Se o dirigente da Pró-Cerrado foi o responsável ou não pelo aluguel da aeronave, pouco importa. Ministro de Estado, em missão oficial, viaja em aviões de propriedade pública ou com aluguel pago pelo Erário. Ao não ter em mãos os documentos de apoio a suas explicações, o ministro pode ter sido inocente, mas lhe faltou vigilância sobre a equipe responsável pelos aspectos logísticos da agenda e das viagens.

Se a direção nacional do PDT acompanhar a sugestão dos dois senadores — personalidades da mais alta responsabilidade no partido que Brizola fundou — o ministro, que se vem defendendo das acusações com firmeza, estará autorizado a deixar o cargo, sem qualquer desgaste moral em obediência ao partido, que o indicou; se não quiser exonerar-se, convencido de que essa é a melhor atitude, e contar com o assentimento da chefe de governo, terá que deixar o partido, dentro das regras costumeiras da política. O melhor, para ele e para o partido, será acatar a sugestão: o partido renuncia à sua participação no Poder Executivo, e o ministro, disciplinadamente, deixa o governo para cuidar de sua defesa nas instâncias próprias.

Não se pode, no entanto, desprezar a advertência do senador Inácio Arruda, a de que as acusações não visam a atingir particularmente o senhor Lupi mas, sim, a desgastar a autoridade da presidente da República. Ao acossar o governo e pedir a demissão de ministros, o propósito da oposição é o de levar à opinião pública uma imagem da presidente como hesitante e cercada de corruptos, alguns mais e outros mais ou menos.

Daí o conselho de Arruda, a nosso ver equivocado, de que Lupi deve resistir em seu cargo. A sua permanência, ao contrário da percepção do senador pelo Ceará, concorrerá mais para as críticas à presidente, do que a sua saída. A exoneração, a pedido ou não, dos outros ministros, não debilitou o governo; fortaleceu-o. Não consta que a troca de ministros tenha reduzido o apoio parlamentar ao Planalto.

Aparentemente nada a ver, mas como vivemos em mundo a cada dia menor, vale lembrar uma frase do jornalista grego Takis Theodoropoulos, publicado por Le Monde na edição de 12 deste mês, a propósito da grave situação de seu país: “O sentimento de injustiça, fundado sobre a imunidade da classe política e de sua clientela privilegiada, reforçado por uma magistratura preguiçosa, quase sempre corrompida e perdida no labirinto de uma produção inflacionária de leis e de decretos, ameaça o contrato social, já corroído pelo empobrecimento violento da classe média”.

A descrição é dramática, e muito próxima da realidade brasileira, da que estamos nos distanciando — a partir da eleição de Lula e de nossos esforços — a fim de nos livrarmos do neoliberalismo.

Recorde-se que a Constituição de 1988 foi a mais democrática da nossa história, mas com ambiguidades que a tornaram vulnerável à ação depredadora do governo de Fernando Henrique com suas emendas adquiridas — e o verbo é esse mesmo — de um Congresso que, não obstante o testemunho da resistência de uma minoria, já não representava a sociedade mas, sim, as grandes corporações econômicas e financeiras. Assim, ele conseguiu romper o compromisso republicano da não reeleição dos presidentes em exercício e, mediante a mudança do conceito de empresa nacional, entregou aos estrangeiros setores estratégicos da economia brasileira.

Não se atribua hesitação à presidente: ela não pode, é evidente, governar em obediência aos jornais e revistas. Mas, tal como faziam — e continuam fazendo — os governantes responsáveis, não pode deixar de saber o que diz a imprensa, e de buscar explicações. Não as tendo, atua em consequência. A cada mudança de ministro, ao contrário do que possam esperar seus adversários, fortalece-se o governo e, com ele, a figura da presidente da República. Queira ou não queira a oposição.