miércoles, 29 de febrero de 2012

De Jezebel, para Dilma: faz-me rir

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Não duvidamos de mais nada, acontece cada coisa. Jezebel, a eventual estenógrafa boêmia do Beco do Oitavo, que ainda sorve muito campari e que andava um tantinho desaparecida (visitando parentes na Suiça, foi o que disse, tem bisnetos por lá), faz a sua estréia musical no blog, pedindo e oferecendo música. 

Na sua carta, lembra "como se fosse hoje o tremendo sucesso da Edith Veiga com esse bolero", referindo-se ao bolero Me Da Risa, dos chilenos F. Yoni e E. Arias, gravado por Edith Veiga (15/2/1939, Juquiá, SP) em 1961, em versão de Teixeira Filho.

Dedica à presidente do Brasil. Que luxo, hein, Jêze? Aí vai.


Aproveita a missiva para transcrever parte de uma Nota emitida pela Presidência, hoje, dando conta de que o Marcelo Crivella assumirá o Ministério da Pesca: "...assume o senador Marcelo Crivella, representando o PRB, partido do inesquecível ex-vice presidente José Alencar. A mudança permite a incorporação ao Ministério de um importante partido aliado da base do governo. A presidenta está segura de que, à frente do Ministério da Pesca e Aquicultura, o senador Marcelo Crivella prestará relevantes serviços ao Brasil."

Diz que pode ser inesquecível para os sócios e os songamongas, mais ninguém, mas que não tem dúvidas sobre os relevantes serviços, e manda trecho da wikipédia que seu neto mais jovem colheu:

Marcelo Crivella é bispo da Universal. Foi investigado pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado, sob suspeita de ter enviado dinheiro ilegalmente a paraísos fiscais por meio das empresas Unimetro e Cremo, ligadas à Igreja Universal e Rede Record. Foi investigado também em processo contra as empresas Investholding e Cableinvest, por supostos crimes contra o sistema financeiro - o caso foi arquivado por falta de provas pelo STF em 2006.

Crivella é suspeito de agir como "laranja" da Universal, registrando em seu nome bens de propriedade da Igreja.[ Ele deixou de declarar à Justiça Eleitoral e à Receita Federal a posse de duas emissoras de televisão, retransmissoras da TV Record, que é ligada à Igreja.

Em ação da Polícia Federal de 2007, Crivella teve seu nome associado a um desembargador envolvido com venda de sentenças e com a máfia dos bingos.

Em 2008, teve o nome envolvido no episódio em que militares comandados por um tenente capturaram três moradores do Morro da Providência para serem torturados e mortos por uma facção de traficantes rivais. Crivella foi o senador que patrocinou a ida do Exército ao morro, para supervisionar obras do Projeto Cimento Social, de urbanização da favela, tendo submetido o projeto à análise do presidente Lula - que o aprovou. O assassinato dos jovens gerou grande polêmica quanto à legalidade da presença das tropas no morro, o que criou um impasse. Posteriormente, a Justiça Eleitoral julgou que o Projeto Cimento Social tinha conteúdo eleitoreiro, beneficiando Crivella irregularmente, e embargou as obras. Por consequência, o exército retirou do morro o seu efetivo.

Emergiu também, em 2009, uma suposta tentativa de praticar nepotismo cruzado envolvendo a filha de Crivella, Deborah Christine, e Renato Lobão, filho do senador Edison Lobão, através de atos secretos do Senado brasileiro.

Acho que entendemos, Jêze. Tanto que ilustramos a oferta do bolero com uma foto da sensacional palhaça suíça Gardi Hutter.
Abraço, saúde.
Salito.



A Charge do Dias

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Os boêmios do Beco do Oitavo, provocados pela obra do Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP), ainda estão debatendo um tema crucial, que pode ser resumido num "A que ponto chegamos..., como isso foi possível?". Com asco desenhado nas feições ao tratarem do assunto, os amigos não conseguem chegar a uma resposta convincente. Teria sido a conversão da turma do PT, de falsos mocinhos a bandidos de verdade, que precipitou a nojeira toda? 
Adolfo Dias Savchenko, o criador desta coluna, dizia que a qualidade da TV, da música, da escola, diminuiu a qualidade do povo, premeditadamente. Vá saber...



No Botequim do Terguino não houve tanta dificuldade, durante o processo de escolha da obra do Aroeira (O Dia, Rio de Janeiro, RJ).

Ao primeiro que levantou a questão do "A que ponto chegamos...", Terguino Ferro gritou lá detrás do balcão: "São tudo animal bruto sem-vergonha, só pensam em roubar!". Mr. Hyde ponderou que isso até as pedras do Beco sabem, é o medo - salientou - que os brutos sentem diante da vida que os torna predadores. O problema é outro, concluiu: É "A que ponto...", ao vermos que perderam os limites que na calada da noite nunca tiveram, mas agora em plena luz do dia... E seguem lá discutindo.




A senhorita Leila Ferro também anda com vontade de furar os olhos de alguns políticos. Hora destas enviaremos a esposa do nosso haitiano Aristide ensinar-lhe uns truques de vudu, vai que... 
Escolheu a obra do Frank, de A Notícia (Joinville, SC).


martes, 28 de febrero de 2012

Luiz Melodia - Laura

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O samba é de 1957, gravado originalmente por Jorge Goulart, de autoria dos fantásticos Alcyr Pires Vermelho e João de Barro (Braguinha).




(...)

Laura,
Que é da rosa dos cabelos
Laura,
Que é do vale sempre em flor
Ô Laura,
Que é do teu sorriso
Ô Laura,
Que é do nosso amor





Pawel Kuczynski

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João da Noite anda preocupado: em breve teremos eleições municipais, com as velhas cartas marcadas de sempre. Agora com uma moda inaudita: inimigos juntando forças para tomar as misérias do povo. Haja estômago.
Por alguma razão lembramos de uma das geniais obras do artista polonês Pawel Kuczynski.



Bill Gates, o predador, n'A Charge do Dias

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O Belo do Oitavo ficou com o Zope.




O Botequim do Terguino fechou com o Dum, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG).




Leila Ferro escolheu a obra do Aroeira. Hummm...

lunes, 27 de febrero de 2012

Os gorilas n'A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo escolheu a do Nani.



O Botequim do Terguino ficou com o Fani, de A Tribuna (Vitória, ES).




A senhorita Leila com a do Dalcio, do Correio Popular (São Paulo, SP).


domingo, 26 de febrero de 2012

Isaurinha Garcia

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Isaura Garcia (São Paulo, SP, 26/2/1919 - 30/7/1993). O samba, que nos lembra que certas mensagens não devem ser lidas, é de 1945, de Aldo Cabral e Cícero Nunes.

  

Maria Creuza

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Maria Creuza Silva Lima (26/2/1944, Esplanada, BA), com o clássico de Vinícius de Moraes e Hermano Silva, "Onde anda você".

A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo escolheu a obra do ZOPE.



O Botequim do Terguino com a do Mário Alberto, do Lancenet!




Miss Leila Ferro, a esperta menina, soltou um gritinho e exclamou: "Oba, uma de OVNI e de famiglia!", e fechou com o Samuca, do Diário de Pernambuco (Recife, PE).





sábado, 25 de febrero de 2012

Pery Ribeiro

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Pery Ribeiro (Peri Oliveira Martins), o filho do Herivelto e da Dalva, morreu ontem no Rio de Janeiro. Hoje não temos mais que isso a dizer.

Eduardo Suplicy: a indignação de todos nós

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Dois vídeos. Um trazendo a inconformidade de um grande homem, o senador Eduardo Suplicy, o outro com cenas do terror em Pinheirinho, em São José dos Campos.





Jane Fonda

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Um bom começo, apenas isso, para se pensar no assunto.

A Charge do Dias

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Neste sábado os artistas - luminares do traço e do pensamento - vieram arrasando, todos juntos. Muitos estavam na praia, curtindo férias, bebendo loiras geladas, os espertinhos. Um passarinho nos disse que, nas curtas férias, as mulheres dos chargistas escondem lápis e tudo que possa permitir um traço, nem batom escapa. Ainda assim, volta e meia os malucos são surpreendidos pela família desenhando com o dedão do pé na areia, pensamento longe. "O que é isso, Oreco, tu não prometeu...?". Nada, querida, nada, só fiz uma Lua..., responde, já apagando com o pé.

Esse grupo numeroso de artistas, mais a presença do sábio Adolfo Dias Savchenko, o eterno chefe da seção A Charge do Dias, amoleceu o coração da coordenadora Leila Ferro. Claro, pela presença de Adolfo, a reunião dos pinguços foi conjunta, hoje todos no Beco do Oitavo, churrasco na rua, em andamento, e tal.

Quem pode, pode: Adolfo escolheu três obras, por insistência dos boêmios.

Iniciou com o futebol dos pampas, prova incontestável de que lá da Argentina mestre Adolfo acompanha tudo o que se passa no Rio Grande do Sul. A escolha gerou ríspidas discussões entre os boêmios, que quase saíram no pau. "Esse cara é boleiro", disse um. "O terror das manicures, o vagabo", gritou outro. "Aí tem coisa, rachid com políticos!", berrou, espantando a todos, o moderado Terguino Ferro. Adolfo apenas sorria, com o Amorim. A maioria dos gremistas não gosta do elemento. "É um bosta afrescalhado, mesmo", disse o colorado Janjão. Menos, gente, menos. Como diz o Claudião, é tudo calúnia.




A seguir, um giro de 180º, com o Cláudio, do Agora S. Paulo (São Paulo, SP). Quase acabou com o apetite dos boêmios, que pediram bebidas reforçadas diante do lixão a céu aberto.



Por fim, veio com o Newton Silva, do Jangadeiro Online (Fortaleza, CE). Lúcio Peregrino, retardatário que chegava, pegou o bonde andando e exclamou enojado: "Me dá uma purinha, Leiloca, rápido". Depois contou que quem escreveu a Carta aos Brasileiros, a maldita carta de Recife, foi o Delfim Netto, tendo como menino de recados o Antonio Gato Gordo Gatotti.  




Miss Leila Ferro, que sempre é a última a escolher, atravessou a vez, tentando desanuviar os espíritos dos rapazes. Com o Cazo, do Comércio do Jahu (Jaú, SP).



A turma do Botequim ficou com o Alecrim.



Os pinguços do Beco, após empolgado discurso de boas vindas a Adolfo, proferido por Mr. Hyde e com múltiplos apartes de amor, fechou com o Brum, do Jornal de Hoje (Natal, RN).



El Reloj - Los 3 Caballeros

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Agora, que um trago ao lado do nóti foi inevitável,  com o disco que me roubaram. O vinil era único. Vivos ainda, Los Tres, nesse antigo filme. Ai que vida, prisionero...


El reloj

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Para El Reloj, do Roberto Cantoral, precisaremos mais tempo. Tanto a dizer.

Nesta madrugada começamos com versão. Com o célebre Trio Irakitan, de Brasil.

viernes, 24 de febrero de 2012

A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo escolheu o Dum, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, BH).



Os boêmios do Botequim do Terguino ficaram com o Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).



A senhorita Leila Ferro optou pelo Sponholz, do Correio da Manhã (Ponta Grossa, PR).


Erika Krautz: La noche de anoche

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Citei o bolero do René Touzet y Monte (Havana, Cuba, 8/9/1916 – Miami, Florida, USA, 15/6/2003), e fiquei pensando, e logo procurei, procurei...

Encontrei. Escolhi com Erika Krautz. La Krautz en vivo.

A América do Sul ainda ama. Bolero é amor puro, tanto que temos bolero jazz.

Adiós (2)

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[Dolores, desde Barcelona, já saudosa do sul do mundo, lembra de algo que "estou há séculos para te dizer e sempre esqueço". Pede para republicarmos postagem antiga, "mas sem briga, não adianta, Salito, coloque só detalhes da música". A Postagem é de 12/6/2011.
Atendo. Somente repito que jamais esquecerei a genialidade de Philadelfo Menezes, com a sacada: "Clichets, goma de mascarar, sabor mental".]


Em 1931, no mesmo ano em que Ira e George Gershwin compunham Somebody from Somewhere, Blá blá blá e mais uns três sucessos, para revigorar com amor La Gran Manzana, e Seymour Simons e Gerald Marks se saíam com All of Me, e Herman Hupfeld com As Time Goes By, enquanto Isahm Jones também explodia nas paradas com Stardust, enquanto os Estados Unidos tentavam sair do atoleiro dos seus partidos corruptos, mafiosos, como o nosso Brazil de agora, 80 anos depois, enquanto isso...

No mesmo ano de 1931, o espanhol Enric Madriguera (Rodon, Barcelona, Cataluña, España, 17/2/1904 - Danbury, Connecticut, EUA, 7/9/1973), compôs um mambo com um letrista chamado Eddie Woods (não achamos referência na rede mundial, aliás, encontramos muitos Eddies Woods, mas não ele, a quem souber rogamos que nos envie). Ia passando nas nuvens, na cabeça a música com o singelo e direto título: Adiós.

Um mambo, pode?

Que naquele ano bateu a tudo e a todos em todas as paradas de sucesso dos Estados Unidos.

Não precisava, mas é mais uma prova cabal que de música até bandido gosta, quando é boa.

Meninos... gurias.

Como falamos sobre o bolero argentino Vete de Mi em relação a Cuba, onde até os recém-nascidos sabem cantarolar e assoviar, a composição de Madriguera e Woods, Adiós... não há em todo o mundo quem nunca tenha ouvido. Most Famous Song na terra do Tio Sam.

Adiós já foi gravada como fox-trot, rumba, bolero, cha-cha-cha, salsa, rancheira, tango... rock pauleira duvido, é coisa que jamais vi alguém assoviando.

Mas é mambo.

Madriguera aos 20 anos, em 1924, era o principal violinista da Sinfônica de Boston. Logo, logo, grande maestro. Soltou-se. Em 1946 liderou a Sinfônica de Cuba, viajou pelo mundo, fez o diabo, sendo o Embaixador da Música para as Américas. É dele a melodia de Adiós.

Não há músico, que mereça esse nome, em Nova Iorque que não chore em fim de noite, bebendo com os amigos, ao lembrar Enric Madriguera, por ver, ouvir ou ouvir falar. Amigo e confidente da "doida" Anaís Nin, por toda a vida.

O mundo não o esquece. E à sua orquestra, onde sua mulher Patricia Gilmore era uma das cantantes. Olhem só a composição: Nilo Menéndez (pianista), Carmen Cavallaro (pianista), Helen Ward (1933, cantante), Tito Rodríguez (cantó y tocó los bongos en 1941), Jane Greer (1943, cantó en una temporada que la Orquesta estuvo en el Club del Río de Washington), Joe Loco (pianista, este dos nossos), René Touzet (1945-1946, pianista). René é o autor de Me Contaran de ti e de La noche de Anoche. E muitos mais, tantos...um melhor que o outro.

Com a sua Enric Madriguera and his Orchestra, naqueles anos somente competiam a Orquestra Siboney e a de Xavier Cugat. Competiam, bem entendido, pois Xavier Cugat era seu grande amigo, se não o melhor dos poucos que tinha.

Lalia Madriguera, sua filha, anda ainda pelo mundo, centelha impagável de amor, saiu ao pai.

A melodia embalou muitos filmes e peças teatrais.

Mas fico com a consciência pesada, e o letrista (letra ao final), cadê Woods?

Letra curtinha, simples, mas que Madriguera aceitou porque tinha o espírito do que o impeliu ao elaborar a música.

Onde quer que esteja, saiba que diria de ti igual que falei de Enric. Eterno.

Preferiria colocar como mambo mui caliente, mas, neste Dia dos Namorados, vai com a famosa pianista, única, Carmen Cavallaro (Nova Iorque, 06 de maio de 1913 - 12 de outubro de 1989), que abrilhantou, como todos os demais músicos, a orquestra de Madriguera em certo momento de sua vida.

Adiós. Dá o que pensar. Pensemos muito, mas muito, pesemos nossos atos, antes de dizer essa palavra, ela no Brasil tem ares de nunca mais.

Na letra do Woods, é um Até já, meu amor, me vou, aos pedaços de saudade, e temeroso.

Adiós.



Me voy linda morena lejos de ti,
el alma hecha una pena porque al partir
temo que tú olvides nuestro amor;
hermosa flor, mi alma cautivaste
con la fragancia de tu candor.
Tú eres toda mi ilusión
tú eres mi dulce canción.
Adiós,
me voy linda morena lejos de aquí,
a llorar mi tristeza lejos de ti.


Ray Conniff, o último e maior Big Band (ninguém o reconhece, mas foi o maior), com suas 8 vozes, 4 femininas e 4 masculinas, e todos os instrumentos do mundo... não deixou passar em branco.


 



jueves, 23 de febrero de 2012

O despertar de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco

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Cem anos depois da sua morte, tempo que o legendário Barão do Rio Branco  (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1845 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1912) fixou para que fossem divulgadas as suas memórias, começam a vir à luz os pensamentos e verdades, que à época não podiam ser ditas, do Patrono da Diplomacia brasileira, pelas mãos do diplomata Paulo Roberto de Almeida (clique no nome e cai no seu espetacular blog) a partir de manuscritos do Barão. Aqui nos emocionamos muito em alguns trechos.

Vai uma primeira leva. Tomamos a liberdade de ao final negritar algumas passagens.

Pronto! Acabo de confirmar ao Senhor Presidente, que me havia interrogado a esse respeito, que o Brasil participará das comemorações do assim chamado “centenário da independência argentina” (com aspas, comme il faut), neste próximo 10 de maio, com uma delegação normal, isto é, por meio do nosso próprio ministro em Buenos Aires, e não com alguma embaixada especial ou enviado extraordinário. A decisão, é bom que se diga, foi só minha, e a considero plenamente justificada, como expliquei ao Senhor Presidente. Meus auxiliares, todavia, me dizem, desde já algum tempo atrás, quando, refletidamente, tomei tal decisão, que se trata de um erro monumental. Alguns deles, inclusive, parecem ter ficado abalados com o que chamam de descortesia gratuita de minha parte, enfim, mais uma demonstração de birra pouco diplomática vis-à-vis nuestros hermanos...

Curiosa essa menção a erro, porque isto me lembra de uma frase à propos, que já ouvi há muito tempo, de um desses nuestros hermanos justamente, mas já não sei dizer de quem, de onde ou quando: He cometido un error fatal! Y el peor es que no sé cual...

Talvez eu também tenha cometido algum erro fatal, mas não sei dizer exatamente qual, embora minha impressão sincera é a de que o equívoco está com eles, não comigo. O erro, terrível, no dizer de meus auxiliares – que se desesperam com esta minha decisão – teria sido representado pelo fato de não termos enviado nenhuma delegação especial, representando a nação brasileira, às comemorações oficiais do centésimo aniversário do 10 de maio argentino, quando tantos países o fizeram. Muitos outros países, justamente, designaram plenipotenciários especiais, alguns a nível de ministros de relações exteriores, uns poucos até com o deslocamento de seus chefes de governo, o que me parece um pouco exagerado, mais laissons cela à leur critère. Chacun est maître de ses décisions...

Descarto qualquer erro de minha parte, mas como não posso externar minha opinião au grand large, o faço aqui para a posteridade (e a devida fidelidade a esta musa sempre tão conspurcada que atende pelo nome de História). A sinceridade é uma dessas virtudes que, infelizmente, poucos homens públicos podem externar em todas as circunstâncias.

Qual erro cometi, afinal, já que não vejo nenhum em minha decisão de não ver nesse dia nada de realmente extraordinário? Seria o 10 de maio uma efeméride suscetível de mudar dramaticamente o curso da História, na mesma categoria dessas de que me ocupei largamente no passado? (É bem verdade que me ocupei também, nas efemérides, de fatos corriqueiros, mas isso foi mais por distração do que por verdadeiro culto a essa musa, que no entanto respeito e venero, como uma das minhas preferidas, ao lado daquela que comanda aos prazeres da mesa, se por acaso existir uma tão gourmande quanto eu...)

Os argentinos estão festejando, com orgulho indevido em minha opinião, o 10 de maio de 1810, que é quando nossos vizinhos acreditam que “conquistaram” a sua independência da Espanha (ou de Napoleão, sejamos mais claros). O fato, absolutamente verdadeiro, é que no 10 de maio de 1810, não foi proclamada nenhuma independência argentina. Nada aconteceu nesse dia, a não ser o reconhecimento, pelo cabildo de Buenos Aires, de algo absolutamente fáctico, tão evidente que sequer havia necessidade de qualquer proclamação em torno disso: o trono de Espanha, o legítimo, tornou-se obviamente vacante – mas não foi nesse dia – em função da “destituição”, de seu real cargo, de um desses Bourbons que os próprios franceses tinham se esforçado para colocar no trono de Espanha um século antes. Mais uma querela dos Pirineus...

Eles, os argentinos, que nisso são equivocadamente seguidos por meus auxiliares, acreditam que sua independência começou nesse dia – eles comemoram, na verdade, duas ou três datas, dependendo da utilidade – quando ela só se firmou, de verdade, muito tempo depois, mais até do que seu orgulho nacional o permitiria. Ela de fato só ocorreu, e mesmo assim de maneira passavelmente confusa, depois que San Martin andou fazendo valer o que de fato vale na vida das nações: a crítica das armas, não as armas da crítica. Estas, como grande parte do palavrório dos diplomatas, se traduzem muitas vezes em declarações chorosas, que falam da “opressão dos invasores”, ou da “usurpação do trono”, enfim, essas frases ocas, em que comprazem nossos colegas de carreira.

Todas essas construções intencionais, de uma pré-ciência de “momentos históricos”, de fato delineados a posteriori, servem apenas para alimentar os mitos nacionais, quando a realidade é que a soberania e a independência de uma nação só se garantem na ponta dos sabres, como afirmava o velho Bismarck, ou numa eventual carga de cavalaria, como parecia preferir seu colega de conquistas, o general Moltke. Seja como for, esses nuestros hermanos, siempre tan hermosos, inventaram o mito do 10 de maio apenas para ter precedência sobre nossa própria independência, e querem que acreditemos nisso. Sinto muito, mas não caio nessa peta!

Se me permito aqui parafrasear o general Roca, nosso amigo sincero – dos poucos que temos naquele país de arrogantes gaúchos que se creem ingleses dos pampas – eu diria que muitas coisas nos unem, mas algumas nos separam (mas isso eu não posso afirmar de público). Já não me refiro ao esporte bretão, que parece começar a empolgar multidões dos dois lados do Prata, mas sim a interesses concretos, com destaque para o equilíbrio de nossas forças navais, cruciais na nova conformação dos fatores de guerra que teve início pela construção dos primeiros dreadnoughts pela Royal Navy. Não acredito que possamos levar muito longe essa insana competição por encouraçados cada vez maiores e poderosos, inclusive porque o nosso pobre orçamento não o suportaria (e esta é uma das poucas razões pelas quais apoio esse difícil pacto ABC, quando preferia ter apenas o Chile como aliado constante e fiel, junto a nosso grande irmão do norte, um pouco inconstante, este).

Os argentinos são, sem sombra de dúvida, muito mais ricos do que nós; aliás, mais até do que vários europeus (e, ouvi dizer, até mais do que os franceses, que cunharam a frase, muito frequente em suas operetas, de riche comme un argentin...). Nossos vizinhos podem, portanto, se permitir essas loucuras com seus orçamentos militares, ainda que a quebra do Barings – quando eu começava a me ocupar, justamente, do nosso conflito em torno de Palmas – comprove que, mesmo assim, nem tudo é possível de se fazer com o dinheiro alheio. Os pobres venezuelanos, aliás, sabem muito bem disso, ao terem tido de suportar o peso de canhoneiras estrangeiras, porque um desses coronéis malucos que frequentemente se apossam do poder naquele confuso país andino e caribenho se recusou a cumprir com suas obrigações financeiras, algo que nosso Império, sempre tão endividado, jamais chegou a cogitar. Se tivemos de negociar nosso último funding loan em termos que não foram certamente os mais flâteurs para nossa dignidade nacional, foi porque um bando de bárbaros do sertão nos obrigou a levar uma guerra frustrante, em quatro sucessivas expedições, que consumiu nossos parcos recursos do café, como antes já tinha ocorrido com a maldita guerra contra o ditador Solano Lopez.

Pois bem, voltando às “comemorações do 10 de maio”, imagino que um dos meus críticos argentinos – me refiro ao inacreditável Estanislao Zeballos – possa estar agora falando de mim: “Maldito barón” – com b minúsculo, para me diminuir um pouco mais – “siempre depreciando a nuestra patria, como si Brasil no fuera una porqueria, un cambalache, yá lo sé...”. Foi ele mesmo que nos levou a esta situação absurda de competição naval, com sua agressividade militarista tão desproporcional quanto às supostas ameaças do Brasil e do Chile, que o próprio presidente José Figueroa Alcorta teve de demiti-lo em meio ao seu mandato. Zeballos nunca engoliu o que continua a chamar de “desmembración” do território argentino, mas que foi apenas um laudo impecável do presidente americano, em face de meus argumentos absolutamente fundamentados na história – e na nossa boa cartografia lusitana – em defesa do nosso pedaço das Missões. O mesmo belicoso Zeballos, quando ministro, queria controlar nossas aquisições de fragatas na Europa, e até “dividi-las” com eles (o absurdo!), mas nunca hesitou em exigir de seu próprio presidente aumentos fabulosos das compras militares argentinas, como tampouco se eximiu de propor a preparação de suas forças navais para eventualmente ocupar o Rio de Janeiro pela força.

Como querem, agora, que eu conceda em enviar uma delegação de alto nível a um país que falseia sua história, que mantém sonhos ridículos de grande potência e que, além do mais, reincide num protecionismo renitente, que prejudica nossas legítimas exportações de açúcar e de algodão? Como querem meus auxiliares que eu me disponha a assinar um acordo de comércio preferencial com nossos vizinhos – concedendo-lhes as mesmas vantagens que eu concedi às farinhas americanas – se eles continuam a comprar quantidades ínfimas do nosso precioso café? Não! No que depender de mim, não haverá acordo comercial de nenhum tipo com os argentinos, até que eles nos reconheçam como uma nação tão merecedora de consideração como aquela que eles estão sempre tão dispostos a conceder à velha Albion, que eles, também ridiculamente, estimam ser o seu modelo a imitar, ainda que não exibam toda a pompa e circunstância da Corte de St. James.

Sei que o dileto amigo Julio Roca sempre propugnou por uma estreita união dos dois países, afirmando, ao nosso Campos Salles que, ao desenvolver “laços da mais íntima amizade”, Brasil e Argentina, juntos, seriam “ricos, fortes, poderosos e livres”. Pode ser que, um dia, de fato cheguemos a essa situação, de sólidos vínculos entre nossas duas economias, mas não antes que nuestros hermanos abandonem sua ideia de preeminência militar, mesmo que continuem mais ricos do que nós por certo tempo ainda. Atualmente, eles quase se igualam à riqueza americana, mas essa situação pode não perdurar, e o Brasil chegará a ser também, um dia, rico e poderoso, se para tal lhe ajudarem o descortino e a capacidade intelectual de nossos líderes, hoje, infelizmente, tão carentes de educação econômica e tão pouco propensos a educar o povo, como preconizou para a Argentina, tão justamente, o genial Sarmiento. Quando teremos um intelectual como ele, entre nós?

Esse dia chegará, estou seguro, mas certamente não será do meu tempo; talvez dos meus netos, mas sobre isso falarei um outro dia...

Rio de Janeiro, 2 de Maio de 1910

O grifo vai em reflexões que não conseguimos deixar para outro dia. Um desabafo sofrido do Barão do Rio Branco, há mais de cem anos! Como disse Merval Pereira: "em abril de 1909, ele deixou claras as razões que o levaram a recusar",

..."de maneira peremptória, firme e irrevogável, o generoso oferecimento de uma candidatura, praticamente vitoriosa, à Presidência da República, certamente o cargo mais honroso que um homem público pode desejar, em qualquer país, em qualquer época".

"Confesso, tanto intimamente, quanto aos que lerem estas linhas em algum tempo do futuro, que não tenho a menor vontade (...) de assumir um cargo que me obrigará a tratar com os mesmos políticos que, no íntimo, eu desprezo, que considero particularmente medíocres ou que julgo incapazes e incompetentes para conduzir um Brasil atrasado à posição que ele mereceria ocupar na cena internacional."

"Minha aspiração - sem pretender chocar os que lerem estas minhas memórias desabusadas, algumas décadas mais à frente - é a de que o Brasil possa dispor, no futuro, de homens políticos mais bem preparados para o cargo, tribunos competentes e educados, estadistas comprometidos com a dignidade das causas nacionais, sem essas nódoas de corrupção que nos maculam internacionalmente, sem o peso da ignorância abissal que infelizmente ainda marca muitos dos aventureiros e oportunistas que procuram cargos públicos, alguns inclusive por razões inconfessáveis".

 
Se o Barão visse o que os canalhas do governo FHC fizeram com os bens nacionais. Se visse agora, uns que se diziam esquerda e... Bem, neste texto citamos apenas homens de direita, extrema-direita, exceto pelo Barão, que não sabemos, por incultos. Sincero o foi, ao menos com a posteridade e nas memórias de acima.
 
 













A Amazônia, a empreiteira, o jornalista e o judiciário

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Por enquanto o que podemos fazer é divulgar e pedir que todos divulguem o texto, de todos os modos possíveis, inclusive por correio eletrônico. O Ricardo Kotscho já perguntou onde andam as entidades patronais de mídia, a OAB, a CNBB, isto é, gente que pode influir de modo decisivo. Também perguntamos.
Não deixem de assistir ao vídeo que vai ao final, com entrevista do Lúcio Flávio a Alberto Dines.
Alberto Dines, aliás, uma glória nacional, que acaba de completar 80 anos (Rio de Janeiro, 19/2/1932).

O GRILEIRO VENCERÁ?

Por Lúcio Flávio Pinto, no Observatório da Imprensa

Como já é do conhecimento público, em 1999 escrevi uma matéria no meu Jornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná. Embora nascido em Óbidos, no Pará, Cecílio se estabeleceu 40 anos antes no Paraná. Fez fortuna com o uso de métodos truculentos. Nada era obstáculo para a sua vontade.

Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.

Os 5 milhões de hectares já constituem território bastante para abrigar um país, mas a ambição podia levar o empresário a se apossar de área ainda maior, de 7 milhões de hectares, o equivalente a 8% de todo o Pará, o segundo maior Estado da federação brasileira. Se fosse um Estado, a “Ceciliolândia” seria o 21º maior do Brasil.

Mala suerte

Em 1996, na condição de cidadão, atendi a um chamado do advogado Carlos Lamarão Corrêa, diretor do Departamento Jurídico do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), e o ajudei a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros das terras usurpadas por C. R. Almeida, com a cumplicidade da titular do cartório de registro de imóveis de Altamira e a ajuda de advogados inescrupulosos. A ação foi recebida pelo juiz da comarca, Torquato de Alencar, e feita a averbação da advertência de que aquelas terras não podiam ser comercializadas, por estarem sub-judice, passíveis de nulidade.

Os herdeiros do grileiro podem continuar na posse e no usufruto da pilhagem, apesar da decisão, porque a grilagem recebeu decisão favorável dos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Cabral Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado. Deve-se salientar que essas foram as únicas decisões favoráveis ao grileiro nas instâncias oficiais, que reformaram a deliberação do juiz de Altamira.

Com o acúmulo de informações sobre o estelionato fundiário, os órgãos públicos ligados à questão foram se manifestando e tomando iniciativas para evitar que o golpe se consumasse. A Polícia Federal comprovou a fraude e só não prendeu o empresário porque ele já tinha mais de 70 anos. O próprio poder judiciário estadual, que perdeu a jurisdição sobre o caso, deslocado para a competência da justiça federal, a partir daí, impulsionado pelo Ministério Público Federal, tomando rumo contrário ao pretendido pelo grileiro, interveio no cartório Moreira, de Altamira, e demitiu todos os serventuários que ali trabalhavam, inclusive a escrivã titular, Eugênia de Freitas, por justa causa.

Carlos Lamarão, um repórter da revista Veja (que chegou a ser mantido em cárcere privado pelo empresário e ameaçado fisicamente) e o vereador Eduardo Modesto, de Altamira, processados na comarca de São Paulo por Cecílio Almeida, foram absolvidos pela justiça paulistana. O juiz observou que essas pessoas, ao invés de serem punidas, mereciam era homenagens por estarem defendendo o patrimônio público, ameaçado de passar ilicitamente para as mãos de um particular.

De toda história, eu acabei sendo o único punido. A ação do empreiteiro contra mim, como as demais, foi proposta no foro de São Paulo. Seus advogados sabiam muito bem que a sede da ação era Belém, onde o Jornal Pessoal circula. Eles queriam deslocar a causa por saberem das minhas dificuldades para manter um representante na capital paulista. A juíza que recebeu o processo, a meu pedido, desaforou a ação para Belém, como tinha que ser. Hoje, revendo o que passei nestes 11 anos de jurisdição da justiça do Pará, tenho que lamentar a mala suerte de não ter ficado mesmo em São Paulo, com todas as dificuldades que tivesse para acompanhar a tramitação do feito.

Denúncias ignoradas

A justiça de São Paulo foi muito mais atenta à defesa da verdade e da integridade de um bem público ameaçada por um autêntico “pirata fundiário”, do que a justiça do Pará, formada por homens públicos que deviam zelar pela integridade do patrimônio do Estado contra os aventureiros inescrupulosos e vorazes. Esta expressão, “pirata fundiário”, C. R. Almeida considerou ofensiva à sua dignidade moral e as duas instâncias da justiça paraense sacramentaram como crime, passível de indenização, conforme pediu o controverso empreiteiro.

Mesmo tendo provado tudo que afirmei na primeira matéria e nas que a seguiram, diante da gravidade do tema, fui condenado, graças a outro ardil, montado para que um juiz substituto, em interinidade de fim de semana, pela ausência circunstancial da titular da 1ª Vara Cível de Belém, sem as condições processuais para sentenciar uma ação de 400 páginas, me condenasse a pagar ao grileiro indenização de 8 mil reais (em valores de então, a serem dramaticamente majorados até a execução da sentença), por ofensa moral.

A sentença foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em agosto de 2008; mesmo que seus sucessores ou herdeiros não se tenham habilitado; mesmo que o advogado, que continuou a atuar nos autos, não dispusesse de um novo contrato para legalizar sua função; mesmo que o tribunal, várias vezes alertado por mim sobre a deserção, tenha ignorado minhas petições; mesmo que, obrigado a extinguir a minha punibilidade, arquivando o processo, haja finalmente aberto prazo para a habilitação da parte ativa, que ganhou novo prazo depois de perder o primeiro; mesmo que a relatora, confrontada com a arguição da sua suspeição, que suscitei, diante de sua gravosa parcialidade, tenha simplesmente dado um “embargo de gaveta” ao pedido, que lhe incumbia responder de imediato, aceitando-o ou o rejeitando, suspendendo o processo e afastando-se da causa; mesmo que tudo que aleguei ou requeri tenha sido negado, para, ao final, a condenação ser confirmada, num escabroso crime político perpetrado pela maioria dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará que atuaram no meu caso, certamente inconformados com críticas e denúncias que tenho feito sobre o TJE nos últimos anos, nenhuma delas desmentida, a maioria delas também completamente ignorada pelos magistrados citados nos artigos. Ao invés de cumprir as obrigações de sua função pública, eles preferem apostar na omissão e na desmemoria da população. E no acerto de contas com o jornalista incômodo.

Debate público

Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer).

Mas o presidente do STJ, em despacho deste 7/2, disponibilizado no dia 10/2 e a ser publicado no Diário da Justiça do dia 13/2, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: “falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos”.

Recentemente, a justiça brasileira impôs novas regras para o recebimento de agravos, exigindo dos recorrentes muita atenção na formação do instrumento, tantos são os documentos cobrados e as suas características. Podem funcionar como uma armadilha fatal, quando não são atendidas as normas formais do preparo.

A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Participei pessoalmente da reunião dos documentos e do pagamento das despesas necessárias, junto com minha advogada, que é também minha prima e atua na questão gratuitamente (ou pró-bono, como preferem os profissionais). Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização que me foi imputada, mais uma, na sucessão de processos abertos contra mim pelos que, sendo poderosos, pretendem me calar, por incomodá-los ou prejudicar seus interesses, frequentemente alimentados pelo saque ao patrimônio público.

Desde 1992 já fui processado 33 vezes. Nenhum dos autores dessas ações teve interesse em me mandar uma carta, no exercício de seu legítimo direito de defesa. O Jornal Pessoal publica todas as cartas que lhe são enviadas, mesmo as ofensivas, na íntegra. Também não publicaram matérias contestando as minhas ou, por qualquer via, estabelecendo um debate público, por serem públicos todos os temas por mim abordados. Foram diretamente à justiça, certos de contarem com a cumplicidade daquele tipo de toga que a valente ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, disse esconderem bandidos, para me atar a essa rocha de suplícios, que, às vezes, me faz sentir no papel de um Prometeu amazônico.

Momento difícil

Não por coincidência, fui processado pelos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Duarte, o primeiro tendo como seu advogado um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, à frente de uma das mais conceituadas bancas jurídicas do Distrito Federal. O ex-ministro José Eduardo Alckmin, que também advogava para a C. R. Almeida, veio a Belém para participar de uma audiência que durou cinco minutos. Mas impressionou pela sua presença.

O madeireiro Wandeir dos Reis Costa também me processou. Ele funcionou como fiel depositário de milhares de árvores extraídas ilegalmente da Terra do Meio, que o Ibama apreendeu em Altamira. Embora se declarasse pobre, ele se ofereceu para serrar, embalar e estocar a madeira enquanto não fosse decidido o seu destino. Destino, aliás, antecipado pelo extravio de toras mantidas em confinamento no próprio rio Xingu. Uma sórdida história de mais um ato de pirataria aos recursos naturais da Amazônia, bem disfarçado.

Apesar de todas essas ações e do martírio que elas criaram na minha vida nestes últimos 20 anos, mantenho meu compromisso com a verdade, com o interesse público e com uma melhor sorte para a querida Amazônia, onde nasci. Não gostaria que meus filhos e netos (e todos os filhos e netos do Brasil) se deparassem com espetáculos tão degradantes, como ver milhares de toras de madeira de lei, incluindo o mogno, ameaçado de ser extinto nas florestas nativas amazônicas, nas quais era abundante, sendo arrastadas em jangadas pelos rios por piratas fundiários, como o extinto Cecílio do Rego Almeida.

Depois de ter sofrido todo tipo de violência, inclusive a agressão física, sei o que me espera. Mas não desistirei de fazer aquilo que me compete: jornalismo. Algo que os poderes, sobretudo o judiciário do Pará, querem ver extinto, se não puder ser domesticado conforme os interesses dos donos da voz pública.

Vamos tentar examinar o processo e recorrer, sabendo das nossas dificuldades para funcionar na justiça superior de Brasília, onde, como regra, minhas causas sempre foram vencedoras até aqui, mesmo sem representação legal junto aos tribunais do Distrito Federal.

Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém nem para extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e chocou, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo. Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente. [Belém (PA), 11 de fevereiro de 2012]


A Charge do Dias

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O Beco do Oitavo ficou com o S. Salvador, do Estado de Minas (Belo Horizonte, MG).



O Botequim do Terguino com o Thomate, de A Cidade (Ribeirão Preto, SP).




A srta. Leila Ferro escolheu a obra do Jarbas, do Diário de Pernambuco (Recife, PE).




La Barca con Lucho

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Nos confins do youtube há, sim, cantores com jeito e voz de homem. Nada a ver com preferência sexual, mas não se pode cantar, se me entendem, Ave Maria se rebolando.

Aflora à mente - é hoje - aquele ex-cineasta hijito de pápi, babaca ao cubo, que virou mandalete da Grobo, como era o nome dele... espera... a memória aqui demora mas busca nas catacumbas. Hummm... Não veio. Quando menos se espera, salvo o nomezinho. Bem, o cara deu uma dentro! Disse algo assim: "Sou do tempo em que as cantoras gostavam de homem". Pois é, basta inverter e dá na mesma.

Jacque gosta. Enviou agora há pouco. Lucho - de los boleros - Gatica.

Lucho terá direito a programa especial aqui no blog, mais adiante.


miércoles, 22 de febrero de 2012

La Barca

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Por motivos de espetos enfiados, desajeitadamente (sempre é assim, ninguém enfia com jeito, quando sorriríamos ao morrer), em nosso coração, voltamos ao clássico  do espetacular compositor Roberto Cantoral García (México: Ciudad Madero - Tamautulipas, 7 de junho de 1935 - Toluca, 7 de agosto de 2010), do fantástico Los 3 Caballeros.

Na última contagem aproximada, La Barca tinha mais de 1.000 versões em todas as línguas e dialetos do mundo, em disco. Deve ser bem mais. Há quem afirme que outra de suas composições, El Reloj, é a mais tocada de todos os tempos, concorrendo com a sua La Barca. Nenhum presidente do Brasil o recebeu de braços abertos, porque sabemos quem manda aqui na colônia, porém presidentes do México, Iugoslávia, Estados Unidos, Itália, e muitos outros, o fizeram. Um homem modesto, educado, simples. Em seus 75 anos de vida, 313 composições. 313 clássicos.

Todos os países sul-americanos o receberam e ovacionaram, à exceção do Brasil, o estranho do continente, e novamente lembramos: não por nós, mas pelo poder do invasor, que não permite a entrada de alemães, ucranianos, poloneses, italianos, nada de música, só o seu lixão, somos propriedade da águia que bebe sangue. Com a ajuda dos eternos vendilhões da patria, sim, sem estes isso não seria possível. Aliás, além do lixão, estranhamos que esses mesmos seres que exploram o Povo da Escuridão ainda não tenham inventado a Mulher-Sambiquira (bife já há, segundo as notícias dos múmios dos jornalões), para embalar os sonhos das meninas do subúrbio. Mania de mudar de assunto.

Esse negócio de espetos, modo brincalhão de dizer, nem foi conosco, diretamente, é coisa de vem de lá e vai de cá entre humanos, ninguém se escapa, não há inocentes. 

Aflora à mente o fato de que, certa vez, estavam os maiores pensadores do mundo reunidos para encontrar uma explicação para as diferenças nos modos de sentir e ver a vida, e para aspectos mais profundos que somente a visão e o sentir. A reunião era na África: os países desenvolvidos do planetinha construíram uma cidade do futuro, para que seus deuses da inteligência pudessem pensar, pensar... Por um erro de cálculo, de lá se podia ver, de luneta, crianças morrendo de fome e de aids sem nenhuma interferência, nenhum bombardeio dos ianques. Mas as lunetas foram rapidamente desaparecidas.

Teses magníficas brotaram. Após 152 anos de estudos, de sangrentos embates, chegaram a um meio-termo. Assim-assim. Nessas alturas, os intelectuais estavam divididos em muitos grupelhos, cada um defendendo ardentemente, até com armas, os seus pontos de vista.

Para divulgarem a compreensão do problema, que ia do amor à ingratidão, pelos múltiplos estágios de vida dos animais do nascer-comer-beber-morrer daqui da Terra, enfim elucidando o maior problema dos grãos de areia que andam por este planeta grão de areia, uma disfunção que envolve todas as áreas do conhecimento, todos exaustos por varrerem a Biblioteca da Alexandria e os céus buscando respostas... quando acharam que já tinham as principais conclusões, negociadas, perceberam que necessitariam de 200.000 tomos de 500 páginas cada um.

Aí um gajo ia passando na hora da saída da última reunião de cúpula dos sabes-tudo. Garrafa na mão, exclamou: "O mundo é um ônibus lotado; querendo ou não, a gente sempre pisa no calo de alguém".

Todos os seus queixos caíram na calçada da fama. Morreram lá, ridículos, cabeças enterradas na terra, de bunda para a Lua.

Tentemos relaxar, pois. A morte é a única certeza.

Alguns de nós, por razões de coração, passamos o resto da vida nos arrependendo mortalmente pelo involuntário pisão. Chegamos a esquecer a máxima (esta de outra reunião de pensadores, aliás, de um africano que ia passando na saída da inócua reunião), de quem ninguém erra sozinho.

O cantante é Luis Miguel Gallego Basteri (San Juan de Puerto Rico, 19 de abril de 1970), aqui parece que em show em Viña del Mar, de Colombia. No youtube não há grandes cantores para La Barca, há somente o Luís, mas sem o porte e a sensibilidade que gostaríamos. Na moda da frescura besta, tonterías. Um grande cantor, mesmo assim, a quem desejamos boa saúde e ainda mais sucesso.

O mundo, definitivamente, mudou. Meu coração não.

A Charge do Dias

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O senhor João da Noite será multado em muitos dias de prestação de serviços. Serviços mesmo, trabalho intelectual árduo, não a venda do templo à moda de ministros consulpones. Nada a ver com os garranchos que cometeu no blog, em parte aproveitáveis, e sim pelo absurdo desfalque nas bebidinhas da palafita, arrasou, não ficou pedra sobre pedra, ou, dizendo melhor, garrafa sobre garrafa.

Enfim, entramos em 2012. Na verdade, uma parte dos brasileiros, pois muitos só entrarão na segunda-feira. Alguns nem na segunda, pois sabemos que em Salvador e Recife a festa prossegue. Em Uruguaiana ainda nem começou.

O Beco do Oitavo escolheu a obra do Fernandes, do Diário do ABC (SP).



O Botequim do Terguino ficou com o Humberto, do Jornal do Commercio (Recife, PE).



Miss Leila Ferro, que em breve estará visitando parentes em Uruguaiana, aproveitando o carnaval tardio da bela cidade gaúcha, fechou com o Fausto, do Jornal Olho Vivo (Guarulhos, SP).


martes, 21 de febrero de 2012

A Terça Gorda na Charge do Dias

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Amigos, aqui deste lado, eu, João da Noite, o escravo de plantão, eheheh.

Na palafita desta vez abrimos a Terça Gorda oficialmente às dez da manhã, colocando no prato um velho disco que no século passado Salito ganhou de uma de suas irmãs: Noite Ilustrada, acompanhado de uns 12 malucos, de bandolim a saxofone: "Quando eu passo, pela rua, onde mora, aquela que eu perdi, numa noite de verão...". Mamma mia. Eu ouvi Sala dizer um dia, quando tocava esse "choro-samba-bolero", devagar nos mirando nos olhos, com calma febril, que agora não perde mais nada, porque já perdeu tudo, que agora aqui bate e volta, meninos. Era coisa com as espanholas azuis dele, alguns nomes a gente ouve, esparsos, nós bem quietinhos, que ninguém é bobo de atrapalhar o Cérbero do bem em um mau momento, mau é apelido. Os do mal, cães dos infernos, vive-se a dizer os nomes aqui no blog. Os artistas que esta seção homenageia sabem o que pensa Salito, e todos daqui. Epa, pera, é terça. GORDA! Tristeza longe daqui.

No Youtube não há gravação com o Noite, mas nada se perde, diante da jóia que encontramos, o grande Roberto Silva.

Meu sonho é você (Altamiro Carrilho - Átila Nunes).



No andar de cima, as mulheres e alguns homens preparam as fantasias da criançada - estas se metendo a todo momento - para o Carnaval de rua da Cidade Baixa, às 16 h (cedo demais, pessoal, a 40º...). A petizada estará lá, novamente, senhor Prefeito Miudinho Fortunati, última oportunidade que o senhor terá para se redimir, se é que isso será possível.

Uma manhã de sol esplendoroso em Porto Alegre, agora 33º, um dia daqueles de se respirar fundo e pensar "Ai, meu Deus, obrigado, como é boa a vida". Este vosso Juanito de la Nochecita entorna um coquetel de frutas, forte pacas.

E os artistas do traço e do pensamento vieram a... trilhão. Está certo, é agora ou nunca, eles sabem disso, o futuro é incerto...

Os boêmios estão desde às nove da matina nos seus respectivos butecos, felizes e agitados diante da avalanche de obras maravilhosas. Via celular (para não andarem a terrível distância de um quarteirão), se combinaram e resolveram escolher mais que as três  obras regulamentares, Leiloca Ferro ficou preocupada mas não teve como lhes tirar a idéia da cabeça. Ela enviou as obras, mas com a recomendação de ligarmos para Salito antes.

Para piorar, de melhorar, a situação, desde cedo o telefone convencional da palafita - o destinado aos boêmios - não pára de tocar, uns fazendo fofoca dos outros, os arriados.

Aqui ó que vou ligar pro Sala. Eu vou é postar tudo, de quebra deixando algum comentariozinho em algumas, outra irregularidade. Salito há de nos perdoar, conheço aquele coração. A lei do sangue não permitirá que ele castigue seu jovem priminho João, adorado, huahuahua... As frutas já estão me pegando.

Deixo de enrolação. Às obras:

O Beco do Oitavo começou se espantando em regozijo, com o grande PATER, de A Tribuna (Belo Horizonte, MG). Esses mineiros... Escolha do modesto João da Noite, via email de ida, que agora recebo de volta.



Leiloca enviou as obras pelo nóti do Lúcio Peregrino, direto do Beco. Segundo a Leila, o Lúcio indócil, longuinéqui na mão, dizendo: "manda logo a minha, linda, manda a minha...". Do GENILDO. Ei, Genildo, desculpe a ignorância, você é carioca ou capixaba?




Gustavo Moscão, espiando a rua para ver se a Jussara não vinha chegando, emendou a sua. Do GILSON Alvarenga. Filme queimado, Mosca?


Jucão da Sil Maresia e mais uma tropa brandiam a criação  do NEWTON SILVA, do Jangadeiro Online (Fortaleza, CE). Égua, mano!



O Contralouco alegre demais com aquele líquido de frutinha amarela, parece que butiá, furando a fila para chegar à Leiloquinha, sorriso batendo nas orelhas. Com o ERASMO, do Jornal de Piracicaba (Piracicaba, SP). Erasmo... que sacada!





Celularzinho endoidecido pelos telefonemas do Botequim do Terguino, inclusive do seu pai, o próprio Terguino Ferro, reclamando da sua demora, Leiloquinha se levantou, sob veementes protestos, dizendo que voltaria mais tarde: era a vez dos boêmios do Botequim. Levou o nóti com 3G, digo, 3g, do Peregrino, que só pega na Cidade Baixa, essas múltis mordedoras...

Os uivos lamentosos que ecoaram na cidade velha, na saída da Leiloca, tinham motivos. Antes, por telefone, os pinguços bateram boca, os ciumentos do Botequim ligavam e diziam algo assim: "Não me escolham a charge tal, seus putos, que já escolhemos aqui!". A resposta, depois do engolir em seco: "Vai até a esquina ver se me encontra, viadão". E riam desaforadamente, felizes, antes de bater o telefone na cara, para atender novamente em seguida, se fazendo, voz de antigo rato do dops: "Aqui é da 18º Delegacia, o que o senhor quer?, dar a bunda ou ser preso?". Uma festa.

Aconteceu o inevitável: algumas charges foram repetidas. Leiloca usou de todo o seu encantado tato, beleza e tudo, para contornar a situação. Passava as mãos nos cabelos dos malucos, em consolação. Eta menina boa.

No Botequim, Mr. Hyde estava com a sua pronta: uma maravilha do DUM, do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG). Preciosidade tocando em filme de terror. Só dá Dum!



Nicolau Gaiola e todo o seu grupo de teatro também estavam firmes. Honrando o fato de que são gente de palco, remeteram a um velho teatro de mau-gosto. Mau-gosto o teatro dos insensatos predadores, em mais uma obra sensacional de uma série do AMORIM, do Correio do Povo (Porto Alegre, RS). 




O nego Janjão do Bife, que já foi garçom, sentado em mesa de vinte na calçada com toda a sua patota - hoje levou até os meninos e meninas pro buteco, que mais tarde irão para a República, fantasiados de anjos de ébano, ai que lindo - fechou com o grande MARIANO. Levou um beliscão doído da Conceição, mas ela tava brincando, confia no seu nego. Assim até eu, Janjão.




Tigran Gdanski, o polaco que é pior que portuga quando vê uma nega, não tirava os olhos das cunhadas do Janjão na mesa ao lado, mas que anda numa dureza danada, se distraiu com a visão das morenas, saiu do carnaval e fechou com o ZOPE. O que faz a bebida... Já pensou, ganhar algum dedurando pelo bem?




A surpresa do Dias: toca o telefone, ele... Adolfo Dias Savchenko, desde Buenos Aires. Besos a todo mundo, lágrimas de todos os butequeiros, um minutinho de papo com cada um. Depois disse que está longe mas não é doido, e elegeu o valente, raçudo e divino mestre AROEIRA, em O Dia (Rio de Janeiro, RJ). O jornal O Dia nunca esteve tão bom, pelo talento de muitos homens e mulheres que o tocam, uma das primeiras leituras da palafita.




Miss Leila Ferro, a gatinha mais linda do mundo, no email em que nos enviou a seleção de obras, lá adiante lascou: "Tio Joãozinho, peguei umas boas porque escondi deles, mas aqueles putos escolheram muitas das minhas, dá vontade de largar tudo, só de aguentar o bafo daqueles coroas bêbedos todo dia, puta que pariu!". Tava bravinha, mas é só na hora, passa, ela gosta de todos, e todos a amam, ela sabe.

Respondi em seco: "E isso é linguajar de princesa, Leilinha?".

A resposta veio em cima: "Ah, Tio João, me desculpe, mas se tu visse o que eu ouço todos os dias, eles lá falando entre eles... alguns palavrões nem sei escrever e me repugnaria se tentasse, mas já passou, os viad..., os queridos me deram dez presentes agorinha!".

Tá bom. Eles adoçam a Leiloquinha, os malucos de amor e carinho. Epa, as frutas já me pegaram, caiu um pingo de cada olho.

A Leiloca enviou as que seguem (ué, a Srta. transgredindo? Não era só uma?).

Começou com o FAUSTO, do Jornal Olho Vivo (Guarulhos, SP). Ai que rostinho, né, Leila?



E o doido do PELICANO, do Bom Dia (São Paulo, capital). Já te disse que teus seinhos não são pequenininhos, menina, são bonitos, lembra, papai Terguino confirmou. Deixa estar, quando casar...




O DUKE, como o Cazo, Leiloca não dispensa jamais, é caso de amor, no  dia em que ele não colocar charge, ela busca uma antiga (olha a isenção, menina, Salito vê de costas). Esta é de hoje.





Por falar no DUKE, ela escondeu duas, ambas de hoje. Isso foi golpe baixo, doçura, vou contar aos boêmios. No Super Notícia (Belo Horizonte, MG).



Email de última hora da Leila: Marquito Açafrão e todo seu bando querem mandar suas escolhas depois. Ficaram no cais esperando a turma, ontem disseram a ele que iriam atravessar para Guaíba, ele foi para casa. Mudaram de idéia e não o avisaram. Deve estar chegando agora (14 h), quando coloco este último parágrafo. Que "briguem".

E assim passa... a terça gorda.
João.