Bem, tou lá deitadão no quarto de hospital, com aquela roupa branca que
a bunda fica de fora, sabendo que iriam me operar ao amanhecer.
Entra a morena, de branco, a mais linda que vi na face da Terra, uns 35
ou 40 anos.
Olhei-a de cima abaixo: cabelos
negros, olhos castanhos como os meus, lábios carnudos em batom vermelho, lindo
rosto, cada peitão, as cadeiras, meu irmão, e que pernas! Mirei lá da cama e me
prometi: é eu sair daqui e vou procurar essa mulher, se for casada tiro do
marido, não quero nem saber. Ela entrou para reconhecer o terreno, em seguida
se mandou, eu fiquei me lambendo.
Lá pela meia-noite, só eu e minha mana carioca no quarto, me entra o
mulherão carregando uns equipamentos. A mana disse "Bem, me lembrei que
tenho que comprar umas coisinhas ali na avenida", e caiu fora.
Fiquei sozinho com aquela maravilha. Já fui dizendo: "A senhora, ou
senhorita, me desculpe, mas vá ser boa assim lá em casa". Ela sorriu e
disse: "Sou tarada sexual". Bah, meu olhos se iluminaram de amor e
respondi: "Considere-se casada comigo, como é teu nominho, meu
amor?".
Respondeu fulana, abriu mais um sorrisão e veio para o meu lado:
"Vire, neguinho amado gritando "Um dia tu me paga, sua cadela sem
vergonha, vou te devolver o favor de outro jeito!", e...". Epa, com
um trecão de borracha na mão, eu, hein, não põe no meu!
Nessas horas, ó irmãos de infortúnios, poucos, felizmente - os
infortúnios, pois os irmãos de caminhada são muitos -, é que a gente diz na
real: "Puta que pariu, me fudeu".
Eu gastei todos os palavrões que conhecia, me toquei que ela foi
encarregada de me fazer lavagem intestinal, antes já tinham me feito beber um
litro de um líquido nojento.
Deixa estar, vai ter volta.
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