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Bati no fundo do profundo
poço abandonado que eles pensavam seco, onde me atiraram depois de me
espancarem pelas costas. Uns trinta metros de fundura.
Tinha um metro d'água lá
embaixo, o poço não era tão seco. Caí em cima de um pneu velho sem
revestimento, apenas a borracha lá boiando. Por milagre só quebrei uma perna,
além de ganhar escoriações generalizadas pelo corpo, desmaiei por instantes com
o impacto.
Eles ouviram um barulhinho
de água e deram uns dez tiros para baixo, no escuro, não enxergavam o fundo do
poço, quando recuperei os sentidos. Os tiros passaram assoviando, um me riscou
uma orelha, levando metade dela, outro arranhou um braço, os outros tium na
água.
Com o cinto e a camisa
amarrei a perna, uma dor lancinante. Imaginei a alegria deles pela maldade, por
terem me assassinado, me atacando de bando. Fiquei lá umas seis horas, em dez
minutos tinham me dado por morto, mas esperei mais.
Olhava para cima, a pequena
claridade bem lá em cima, inatingível.
Não tinha jeito, salvo um.
Foi quando um bicho de raiva
se mexeu dentro de mim e comecei a escalar o poço com as unhas.
(...)
(...)
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