Felizes somos nós, que as
temos, em todas as formas, como sobrinhas, como adotadas, como supostamente
próprias, do jeito que Deus quiser, desde que tenhamos amor pelas criaturas.
Dia de Criança é todos os dias.
Dia de Criança é todos os dias.
Às minhas meus sentimentos passarão despercebidos, mas elas olharão e ouvirão um dia, pois a elas vai
uma música, já nem sei se posso, afinal talvez não seja do dominador ingreis,
ah, deixa pra lá, vou botar sim.
Salvo o início, vai meio
fora de ordem de nascimento, sei mas agora não vejo razão alguma para me
esforçar, lembrar, andei bebendo.
Carmen Matamoros, Maria
Helena Mendonça, Regina Lemos, VivIane Moreira, Karina Martins, Dione de Jesus,
Jucilene Quiroga, Sônia Sem Nome, Catarina dos Santos, Maria Sem Nome, Luciana
Dal Vitta, Vilma Conceição, Zilda Rodrigues, Lunera Paraguas, Lunera Aflición,
Julia de Rosário, Carolina Herrera, Natividad Ferreira, Silvia da Silveira,
Libertad del Rio, meu deus, onde botei as certidões das outras meninas, deixei
na outra caixa?
Todas com o sobrenome Luna.
Se não fui o pai que deveria ter sido, jamais deixei faltar comida, tentei
ensina-lás a viver, a dançar rindo com o paizinho o bolero La Barca, troquei suas roupinhas,
passei paninho úmido nas partes, cresceram, falei para se cuidarem com
malandrinhos malcriados, comprei livros, música boa, ah, Mozart, e botei a cara
e o corpo por elas com os olhos arregalados quando preciso, de punhal ou pau de
fogo na mão. Dei tudo, fiz o que pude.
Todas, negras, morenas, malaias, brancas, me saíram e eu vi ao nascer, de olho azul. Gen recessivo, seu moço de olhos castanhos, me disse uma cientista quando uma duvidosa mulher - dos seus atos - foi atrás para saber: todas minhas, DNA. Que pouco me importava, eu criei, seriam minhas ainda que o exame dissesse outra coisa.
Tem gente que pensa que é, mas não é o cara, não se pode tudo, nossos filhos não são nossos, como disse o outro.
Todas, negras, morenas, malaias, brancas, me saíram e eu vi ao nascer, de olho azul. Gen recessivo, seu moço de olhos castanhos, me disse uma cientista quando uma duvidosa mulher - dos seus atos - foi atrás para saber: todas minhas, DNA. Que pouco me importava, eu criei, seriam minhas ainda que o exame dissesse outra coisa.
Tem gente que pensa que é, mas não é o cara, não se pode tudo, nossos filhos não são nossos, como disse o outro.
Alguém da família, volante
que encarreguei, me disse que elas, todas, em suas diferentes vivendas, choram
ao ouvir o bolero. Lembram de mim.
Mal sabem, as crianças, que
foram elas que me salvaram a vida.
Obrigado, minhas filhas.
(Não acho fotos... opa, achei duas)
Natividad Ferreira, doce amor.
E Carolina Herrera, esta num desfile em Saigon, peguei de uma revista quando bati os olhos, epa, está é minha.
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