domingo, 9 de noviembre de 2014

MAMÃE ME ENSINOU A REZAR ANTES DE DORMIR (27)

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E também ao acordar, nobre Senhor Jesus, querido Senhor Deus, ahn... todo mundo aí de cima. Desculpem por não ter rezado antes de dormir, é que eu tava desguampado de saudade daquela mulher do Rio de Janeiro, a contraprima da Sindia, que vive me botando chifres, e tomei um fogo daqueles, de faltar gente para ver, nem Van Gogh me pintava, não parava quieto, sabem como é, né, já andaram por aqui e entendem de dor de corno. Desprezei os discos da Chavela, de machorra ando cheio, e lasquei o velho Altemar para toda a cidade ouvir Veja só que tolice nós dois brigarmos tanto assim, corno é corno, fica acreditando que ela ainda o ama.

Não briguei com ninguém, opa, não senhores, sou controlado, segurei no moral, não matei nenhum político, nenhum concessionário de telefone nem de ônibus, o vizinho do sexto andar que gritou com Mariana faleceu ontem mesmo, nao se deixa pra amanhã o que se pode fazer hoje, mas não fui eu, só mandei, evitando deixar rabo. Os outros hei de pegar outro dia.

Apenas fiquei ouvindo música e aporrinhando as chinocas, de modo que sei que estou em paz com o Senhor, enfim, com vocês, que não sei direito quantos são.

O pileque foi tão grande - e assim explico porque não saiu rezaiada - que apaguei sobre a mesinha da sala, de barriga pra cima, com os gatos dormindo em cima de mim. Ai que dor, mesinha dura pra caralho, e embaixo tinha os cacos de um vaso de flores que alguém deve ter quebrado, a haitiana Sybille não vai gostar, gastou os tubos pra trazer o troço do Haiti, com taxas de importação e tudo três mil dólares, sai do dela, ganha bem na boate, chamo de boate mas é um puteiro, vocês sabem, dos dez por cento dela, o resto é meu, esta casa tem chefe, ora -, eu assinei a papelada, ela não pode porque está irregularmente no país, um vaso negrão, lindo, cacos que me furaram as costas.

As mulheres se chavearam dentro do quarto da cama de que me orgulho: 60 metros quadrados, me isolaram. Frida botou um cartaz na porta: "Fica na tua, Sala, estamos com medo de ti, crie juízo, onde já se viu, cinco armas de fogo, e o que foi aquilo, brincando com granada. Te amamos, mas amanhã".
Tolinhas, como se eu fosse tirar o pino.

Assim que ao acordar agora, três da tarde, ajoelhado elevo uma prece: Por favor, leve, ou levem, para o inferno todos os donos de banco, para mim inatingíveis, os vagabundos andam de helicóptero, quando no chão com cinco mil seguranças, não tenho condições financeiras de pegá-los. Perem um pouquinho: Mariana!, cansei de dizer pra não passar pelada pela janela, quer que eu mate outro vizinho?Anda fazer uma caipirinha pro teu amor, e cadê o resto do chinedo?! Onde andava? Ah: ou me arranjem uma bazuca para abater os helicópteros lá do alto de algum prédio da Av. Paulista. Enfim, permitam-me, ó imensa felicidade, matar aqueles filhos da puta.

Os gerentalhas que mamam o tico deles deixe pra mim, ou deixem, esses cagões pego de punhal. Uma enfiada na jugular e adeus tia chica,

Grato, com muito amor. Entreguem um abraço ao querido bêbado, viadão e guampudo Santo Onofre.

Em nome do Pai, da Mãe, da Tia, da Vó, do Vô, Bisavó, Bisavô, tri, etc.
Saravá.
Salito


PS: Peço permissão aos amigos aí de cima para comer a Tatiana, lá da fruteira da Getúlio Vargas, esposa do cara, a morena me deu nos nervos, me olha daquele jeito de estou doida para chupar picolé até o finzinho, saboreando a parte branca, coco com leite, ai meu Deus, digo, ai vocês. Muito nova, uns 29, mas cada peitão, uma boca, e que bunda... Obrigado, tinha certeza de que concordariam, hoje mesmo encaminharei as tratativas para o confronto.
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