lunes, 11 de mayo de 2015

Alô, sou eu, mãe

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Feliz Dia das Mães! Estou lejos mas me sinto aí junto da senhora.

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Sim, mãe, prometo ficar calminho doravante, ontem foi a última vez que me incomodei pra valer, mas a senhora sabe que faz tempo que não ando armado, então não deu nada, pois não sou moleque para andar de briga de mão. Quem lhe contou isso?

Tinha que ser aquele otário, vai me pagar.

Sim, entreguei todas as armas pros palhaços do desarmamento, bem..., sim, todas. O quê, a Marília viu uma automática? Só uma? Deve ter sido esquecimento, amanhã mesmo entrego aos palhaços, junto o silenciador que é proibido para pobres, como as armas o são, eles podem...

Não tive culpa, a senhora me conhece: primeiro foi aquele vizinho corno, depois uns abobados naquele teatrinho nojento do São Pedro, antro de gigolôs do povinho, depois aquele médico asqueroso, pedófilo, no Beco do Oitavo.

Estou calmo, mãe, é que dá raiva só de lembrar. O quê, por me conhecer? Manhe, eu mudei, sou adulto, e aquela gente merecia um tiro. Óbvio que não vou mais.

Sim, tou dizendo, não entro mais em baile de cobra. Como? Ora, mãe, essa estória de ter 26 mulheres é brincadeira com os amigos, no meu apartamento nem caberiam tantas.

Claro que estou procurando namorada, mãezinha. Sei que já estou moço, 62, hora de criar juízo com uma boa companheira, a senhora me diz isso todos os dias.

Sim, uma mulher culta, sincera.

Peraí, essa parte, se vai ser alemoa, nega ou marciana, eu é que resolvo.

Tá... me cuido sim, meus créditos vão acabar, de noite ligo de novo.

Beijos, a senhora é a luz da minha vida. Carpe diem, nunca esqueça que o Toninho lhe ama. Ó, espera, não esqueça de tomar os remédios!
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