Achei Johnny Alf! Ufa, depois de
duas horas folheando capas, não sei quem vem aqui e deixa tudo em desordem, é a
Nana Caymmi dentro do Scarlatti, o Emílio Santiago descapado, a Luciana Souza
dentro do Jamelão, o Jamelão dentro do Nelson Gonçalves, que foi visitar o Nei
Lisboa, que não tava em casa e deixou em seu lugar o Lucho Gatica, que cedeu
sua moradia para a Elizeth Cardoso, a Elizeth que emprestou a casa para o Telmo
de Lima Freitas, que cedeu seu rancho para o Adoniran Barbosa, o Roberto
Ribeiro e a Clara Nunes espremidos dentro do Mozart, que está desaparecido com
suas concertantes, não me surpreende, esse é louco de atar.
A
Libertad Lamarque se mudou para o Nat King Cole, adiante o João Nogueira
reclama que assim não dá, ele e mais cinco apertados num álbum de jazz, um
deles o Luiz Melodia, que exclama que loucura, isto parece a cabine 103 do
hospício do Engenho de Dentro, a seguir ouço um choro de menina e vejo a casinha
da Nilze Carvalho abandonada,
isso não se faz, o Zeca é outro que tomou chá de sumiço, deve estar sorvendo
uma gelada no bar da esquina, o seu Cartola deu uma saidinha junto com a
Jovelina, encontro a Lia de Itamaracá aborrecida num disco que não é meu, o
Arthur Moreira Lima emputeceu e meteu o pé na estrada, uma confusão danada, o
Lúcio Cardim se instalou na residência do Lupicínio, bem, esses se entendem,
mas o cara que mexe nos meus discos parece que bebe, só falta ter-me
arrebentado a agulha, a última.
Encontrei um maço de cigarros com
o Aldir Blanc, de uma marca que eu fumava, ah, Vida Noturna, depois vou botar.
Miro a imensidão de discos que não cheguei a folhear, só duas horas, e imagino
o trabalhão que terei para organizar, uma semana, por baixo.
Hoje Johnny Alf completaria 87
anos. Abro uma gelada em sua memória. Tintim!
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