Uma feliz sexta-feira aos
amigos, no que resta dela, 17:35h do dia 21 de outubro aqui em Kabuletê.
Já contei em algum lugar,
esta não é ficção. Era num boteco-mercearia desses (idêntico), lá na rua
Francisco Ferrer defronte ao Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, que eu
tomava trago com o seu Manga, então goleiro do Inter. Eu habitava uma pensão
naquela rua, o seu Manga um apê que o Inter lhe cedeu quando chegou do Uruguai.
Ídolo uruguaio. O Nacional
de Montevideo teve seus grandes momentos com Manga no gol. O seu Manga tinha
esquecido o português, só falava em espanhol, mas esta é outra história. Foi aí
que o Internacional começou a sua trajetória de melhor do mundo, trazendo Manga e
Figueroa, passando a espinha dorsal com auxílio da meia-cancha que eram também
atacantes, muitos como Carpegiani, Batista e Falcão, com Valdomiro e Lula nas
pontas, para completá-la, à espinha que tudo medeia, com um centroavante
matador, Flávio em 75, Dario em 76.
Onde tem homem não morre
homem, ué.
Quer dizer, eu tomava uma
cervejinha vez que outra, quando tinha uns trocados, pois a vida não era fácil,
vivia duro, ouvindo os mais velhos, de boca fechada nos meus 22 ou 23 anos, só
abria a boca quando pediam "O que tu acha disto ou daquilo, piá?".
O seu Manga botava o liso de
pinga atrás da balança, para os clientes e passantes não verem; mas quando
pegava com aquela mãozona era taiaiau, tudo numa sentada. O dono da mercearia,
seu amigo, discretamente servia outro lisão e botava de novo atrás da balança.
Eu ao lado do Manga, aquele
homenzarrão, gentil e amoroso como só, me sentia o máximo, imaginem, um guri
pé-de-chinelo amigo do grande Manga?!
Saudades, seu Manga.
(Haílton Corrêa de Arruda, mais conhecido como Manga - Recife, 26-4-1937)
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