lunes, 30 de julio de 2018

A DIREITA EM ZUGZWANG

.

(Fragmento)

Certos jogos são para homens e mulheres de alma nobre, de palavra, fibra e respeito. Assim é o xadrez, como também é o por extensão chamado de “xadrez da vida”.

Na imagem a posição após o lance 83 das brancas, na célebre partida entre José de Jesús Nogueiras Santiago e Maikel Gongora Reyes, jogada em 4 de abril de 2001 em Las Tunas, Cuba, no torneio de onde sairia o campeão nacional. O tabuleiro é visto pelo ângulo de visão das brancas de Santiago, como é praxe nas imagens de livros sobre o jogo-ciência.


As negras estão em zugzwang, que no xadrez diz-se da posição em que qualquer movimento feito pelo bando a quem cabe jogar é perdedor. No caso é mortal, pois as peças negras tem apenas um lance possível, perdedor: leva o xeque, mais um lance e a resposta é fatal, xeque-mate.

Como no Brasil em muitas ocasiões e principalmente agora. Esquerda x Direita. A Direita atual (Fiesp, Fascistas, Judiciário, Banqueiros, Agronegócio, Mídia, Entreguistas, etc., EUA como pano de fundo), ciente de que com Lula levaria um histórico xeque-mate dos humanistas e nacionalistas, gritou “Não jogo mais com essas regras!” e derrubou o tabuleiro violentamente, impedindo o final da partida de modo legal, com a plateia do mundo todo estupefata.

Fugiu da batalha com as calças caindo, rasgando o contrato social, apelando para um “xadrez” infame, abjeto, torpe, lance desesperado pensado também num 4 de abril, executado dia 5. É muito difícil, mas talvez perca igual com qualquer regra que imponha, o tempo não para, a ferida não sara e os ludibriados à força aglutinam energias.

Naquele ano de reis em Las Tunas Maikel Gongora Reyes foi homem, não um covarde traiçoeiro: deitou o seu Rei, admitindo a derrota: “Abandono. Gens una sumus”, e apressou-se a apertar a mão do adversário.

No xadrez da vida, quando não há perfídia, traição nem maldade, os erros não são tão grandes que não possam ser corrigidos. Reyes iria procurar melhorar o seu desempenho, errar menos, com honra, para no futuro... quem sabe?
.

No hay comentarios.:

Publicar un comentario