Bar
fechado. O Terguino se mandou pro mato em férias sem data para voltar, mas a
gente sabe que foi para escapar do bicho que chamamos de Covil-69, que era o
nome de um apartamento em que morei com quatro alegres mulheres. Baseado nisso
é que a turma resolveu convencer o Portuga de que cinco é bom, não dá problemas
com as autoridades sanitárias, imploramos que abrisse o botequim. O Portuga
andava aborrecido por ficar trancado em casa e encarou o batente. Mas com o bar
de porta e janela fechadas, para todos os efeitos não tem ninguém lá dentro, é
residência particular, e não deixa entrar mais de cinco. Então por sorteio
formamos quatro grupos de cinco boêmios e boêmias. A gente se reveza: num dia
vai o grupo 1, no outro o grupo 2 e assim por diante até o grupo 4, somos em
20. Depois mudamos a composição dos grupos, para ninguém se perder de vista por
muito tempo. O Portuga lá atrás do balcão, ouvindo os papos e dando opinião.
Serve as mesas quando a gente pede algo e volta pra lá.
Chega a ser engraçado: um sentado em cada mesa, estas dispostas a três metros umas das outras, de um modo mais ou menos circular, uma das mesas no meio, esta com a cadeira de rodinhas. Obviamente que quando está presente quem ocupa a do meio é o Rei da Cidade Baixa, Bruno Contralouco. E ficamos lá, bebericando e jogando conversa fora.
Na sinuca lá nos fundos tem três mesas oficiais. Afastamos duas para um canto e ficamos com todo o salão para a mesa que julgamos melhor, com espaço para a gente se movimentar sem passar uns pelos outros a menos de dois metros. Temos regras: se alguém espirrar, tossir seco ou molhado, tá fora, pode ir embora e não volte mais. O Bruno vive se queixando de febre ao chegar, mas rindo. Um vai vai dar a tacada e os outros ficam cada um no seu canto, bebericando enquanto espera a sua vez.
Somos todos apegados, mas parece que em tempos ruins a gente se aproxima mais, sai cada papo... Outro dia, entre um trago e outro lá nas mesas da frente, falou-se de humanismo e de nazismo. Eu, num atraso daqueles, pensava em mulher.
Chega a ser engraçado: um sentado em cada mesa, estas dispostas a três metros umas das outras, de um modo mais ou menos circular, uma das mesas no meio, esta com a cadeira de rodinhas. Obviamente que quando está presente quem ocupa a do meio é o Rei da Cidade Baixa, Bruno Contralouco. E ficamos lá, bebericando e jogando conversa fora.
Na sinuca lá nos fundos tem três mesas oficiais. Afastamos duas para um canto e ficamos com todo o salão para a mesa que julgamos melhor, com espaço para a gente se movimentar sem passar uns pelos outros a menos de dois metros. Temos regras: se alguém espirrar, tossir seco ou molhado, tá fora, pode ir embora e não volte mais. O Bruno vive se queixando de febre ao chegar, mas rindo. Um vai vai dar a tacada e os outros ficam cada um no seu canto, bebericando enquanto espera a sua vez.
Somos todos apegados, mas parece que em tempos ruins a gente se aproxima mais, sai cada papo... Outro dia, entre um trago e outro lá nas mesas da frente, falou-se de humanismo e de nazismo. Eu, num atraso daqueles, pensava em mulher.
- Se
eu tivesse uma máquina do tempo, entraria nela e iria para Brasília, em 1º de
janeiro de 2003, dar uns conselhos pro Lula, começaria dizendo pra ele liquidar
com a Vênus Platinada, que a cobra iria picá-lo um dia, ela já tinha feito isso
com Getúlio, com Jango e com ele próprio. - Disse o decano Aristarco.
- Se
eu tivesse uma máquina do tempo mandaria o Bozo para Berlim em abril de 1945. -
Respondeu Bruno.
- Em
1946 eu o mandaria para Nuremberg para ser julgado. – Disse Luciano, que estava
de pouca conversa.
- Se
eu tivesse uma máquina do tempo em 1964 iria para Paris, conhecer o Alain
Delon, quem sabe ter um caso. – Disse Jussara.
Aí
tomei conta do campinho: - Eu iria para a Alexandria, em 30 a.C., no início de
agosto, direto para os aposentos da Cleópatra, já chegaria esmagando a cabeça
de uma naja chamada Globo, aquela tinha um veneno mortal, depois me empernaria
com a rainha, logo mataria todos os romanos e viraria faraó.
A
turma ria muito da ideia de cada um. A conversa tomou outro rumo, mas fiquei
matutando sobre as mulheres da História. Meu Deus, a máquina iria rodar mundo,
eu salvando as damas só para depois vê-las peladas. Em 48 d.C. comigo por perto
ninguém tocaria num fio de cabelo da Messalina. Em 1793 eu os faria engolir a
guilhotina e fugiria com a Maria Antonieta. Tantas... De repente voltaria a 45
d.C para levar um lero com a Salomé... pensando bem, melhor não. Não apenas
para admirar a nudez das mulheres, antes de tudo por um abraço e um beijo de
amor. Absorto custei a perceber que me chamavam lá para a sinuca, ia sair uma
matadinha a dez pilas. Puf, meus sonhos de amor viraram fumaça.
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