jueves, 26 de marzo de 2015

Quinta-feira, 26 de março, aniversário de Porto Alegre.

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Às sete da manhã aterrissei no laboratório de análises clínicas com um copinho de plástico ainda quente nas mãos. Logo uma morena de parar o trânsito me tirou umas dez cápsulas de sangue da veia esquerda, a melhor. Coisa boa ter 60 anos (em outubro fechei 62, mas minto 60, gosto de número redondo), o sujeito fica mais solto. A moça disse:

- O senhor quer um copo d’água?

- Não, obrigado, moça, estou muito bem, a tontura é por tua causa, vá ser gostosa assim lá em casa.

Ela riu com gosto. Viram? Coroa pode. Bem que na saída me levou até a porta, com um sorrisinho de tomara que ele me morda e, deixa pra lá. Amanhã pego os resultados e jogo em cima da mesa do maldito médico:

- Toma, pega pra ti e vê se não me incomoda mais. (na cuca é “e vê se não me incomoda mais, seu viado”, mas verbalizarei apenas até o “mais”)

Tenho pavor de médico, aquele arzinho de sabe-tudo que aplica pra cima dos coiós. Houve época em que de vingança me profissionalizei em mulher de médico, antes de começar com as mulheres dos políticos. Não gastei o, bem, o verbo por pouco.

Essa frescura de exames e médico é coisa das minhas irmãs, sempre preocupadas com a saúde do único irmão espada, só porque não vou a médico há oito anos. Pombas, três dias de abstinência de tudo, tudinho mesmo. Bem, passou, agora onze da manhã, há meia hora estou namorando aquela garrafa vermelha, umas dez doses antes do almoço cairão bem.

A primeira irá inteirinha para o santo, para que não dê zebra nos exames. Se der, a culpa é deles, então dou uns cascudos no senhor medicinal pós-graduado, volto lá e incendeio o laboratório, a morena tiro antes.


Bem, vamos às amenidades. Pelo jeito que as coisas estão se encaminhando, com o criminoso boicote econômico prestes a acabar, em contrapartida ao afrouxamento do regime, desde que a ilha não volte a ser o bordel dos mafiosos americanos, acho que vou para Cuba, afinal uns e outros vivem me mandando fazer isso. Ou para a Criméia (Ucrânia?). Ao menos até que passe o fedor de idéias redentoras que ando sentindo.
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