domingo, 23 de diciembre de 2018

COLEGAS SE ENTENDEM

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- Alô, quero falar com o dono.
- Não é possível agora, senhor.
- Como não é possível? Ele morreu?
- Não, é que nesta madrugada a nossa empresa foi assaltada e tá uma confusão.
- Nossa empresa? Tu também é dona?
- Não, sou telefonista, só trabalho aqui.
- Entendi, escrava. Aqui é o chefe dos assaltantes, me passe a porra do dono.
- Sim senhor.
- Alô, é o dono dessa fábrica de merda? Aqui é o Castilhos, chefe dos caras que te assaltaram o cofre.
- Pois não, seu Castilhos...
- Seguinte, malandro: peguei trezentos mil reais gelol, mais uns cinquenta mil dólares, mas vieram umas coisinhas do cofre que não me interessam.
- Sim, notei a falta...
- Te devolvo os documas e gravações se tu tirar os ratos da minha cola, ou tu vai pra cadeia, li tudo aquilo, ouvi, assisti... Eu pego cinco anos, tu trinta. E em dois dias tu morre na penitenciária, sabe como é, os caras lá são meus.
- Concordo com o senhor, Sr. Castilhos, um gesto muito elegante de sua parte me telefonar.
- Feito, vou fazer cópia de tudo e te devolvo os originais, em troca de uma modesta quantia mensal, não demora outro cara vai fazer contato.
- Muito obrigado, Sr. Castilhos.
- Para de me chamar de senhor, bundão. Ah, tem outra coisa, gostei de um fogão industrial aí na tua fábrica, mas não tinha como roubar, muito grande, pesado, só fui pegar o cofre, tu me entende, né?
- Claro que compreendo.
- Tu me dá um de presente?
- Com muito prazer lhe darei, Sr., ahn, amigo Castilhos.
- Tá, alguém vai passar aí pegar na semana que vem, deixe pronto, ou mando dizer o local de entrega, tu manda entregar. Ah, e diga aos ratos que o assalto foi coisa do mbl. Abraço.
- Abração.
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