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Naquela vez, como em outras, o Zanchi,
zagueiro de exuberante categoria, além de excelente amigo, que era o
titular ao meu lado, não estava, não lembro a razão, e o nego Tazico foi
de novo meu companheiro de zaga, eu pela direita, ele pela esquerda.
Na época pela direita era zagueiro-central; pela esquerda, mais adiantado para o primeiro combate, na cobertura quando a meia-cancha e a lateral-esquerda fossem vencidas, era quarto-zagueiro. O central era o último, cobrindo a lateral-direita e a matar na proteção do goleiro. A formação era 4-2-4, nada de retranca.
Mas a gente jogava lado a lado, um passeio, meninos passeando, por vezes brabinhos, por vezes sorrindo.
Um jogo ardido, 2 a 2. Escanteio a nosso favor pela ponta direita, onde tínhamos o Gilba, excepcional ponteiro, e com uma paulada no pé que sai da frente. Ele foi bater o escanteio.
No centro da área grande inimiga, sabíamos, aquele agarramento de defensores com atacantes, cansei de zombar dizendo que deveriam ir para um motel, ora, ali era futebol, e isso que era quase nada diante dessa galinhagem que hoje em dia enoja, na cara de juízes cegos.
Daí que estava combinado com o Gilba: eu iria para a área deles caminhando normalmente, sem que eles percebessem, e ficaria a três metros da área grande. Ele daria a paulada para o risco da área e eu entraria a milhão.
Com um sinal de cabeça disse pro nosso centromédio, acho que era o Tide, pra ficar cuidando as nossas costas, e falei pro Tazico:
- Vamos a passito pra lá, sem acordar os gansos, fazer o gol e decidir logo este jogo, negão.
O agarramento lá começava quando começamos a andar, silenciosos. O Tazico se posicionou a um metro da risca, eu quatro metros atrás. O Gilba, que demorava a bater esperando eu chegar, tomou distância.
Aí o negão gritou:
- Cruza que te furo a "brusa"!
Puta que pariu, denunciou que a gente foi lá pra fazer. Deu vontade de lhe dar uma porrada.
Tirou a concentração, mas o Gilba já corria e bateu, não veio por cima, como o combinado pra fazer de cabeça, veio queimando à meia altura exatamente para o risco de cal extremo da grande área. Grande Gilba.
Quando ele bateu me movimentei, avancei e meio voando consegui pegar de lado, peito do pé, explodiu no meio do travessão deles, voltou quase no meio de campo.
Depois eu dizia: nego fiadaputa, errei por culpa tua.
Ele se finava de rir. O Tazico, além de bom de bola, era um piadista natural.
Na época pela direita era zagueiro-central; pela esquerda, mais adiantado para o primeiro combate, na cobertura quando a meia-cancha e a lateral-esquerda fossem vencidas, era quarto-zagueiro. O central era o último, cobrindo a lateral-direita e a matar na proteção do goleiro. A formação era 4-2-4, nada de retranca.
Mas a gente jogava lado a lado, um passeio, meninos passeando, por vezes brabinhos, por vezes sorrindo.
Um jogo ardido, 2 a 2. Escanteio a nosso favor pela ponta direita, onde tínhamos o Gilba, excepcional ponteiro, e com uma paulada no pé que sai da frente. Ele foi bater o escanteio.
No centro da área grande inimiga, sabíamos, aquele agarramento de defensores com atacantes, cansei de zombar dizendo que deveriam ir para um motel, ora, ali era futebol, e isso que era quase nada diante dessa galinhagem que hoje em dia enoja, na cara de juízes cegos.
Daí que estava combinado com o Gilba: eu iria para a área deles caminhando normalmente, sem que eles percebessem, e ficaria a três metros da área grande. Ele daria a paulada para o risco da área e eu entraria a milhão.
Com um sinal de cabeça disse pro nosso centromédio, acho que era o Tide, pra ficar cuidando as nossas costas, e falei pro Tazico:
- Vamos a passito pra lá, sem acordar os gansos, fazer o gol e decidir logo este jogo, negão.
O agarramento lá começava quando começamos a andar, silenciosos. O Tazico se posicionou a um metro da risca, eu quatro metros atrás. O Gilba, que demorava a bater esperando eu chegar, tomou distância.
Aí o negão gritou:
- Cruza que te furo a "brusa"!
Puta que pariu, denunciou que a gente foi lá pra fazer. Deu vontade de lhe dar uma porrada.
Tirou a concentração, mas o Gilba já corria e bateu, não veio por cima, como o combinado pra fazer de cabeça, veio queimando à meia altura exatamente para o risco de cal extremo da grande área. Grande Gilba.
Quando ele bateu me movimentei, avancei e meio voando consegui pegar de lado, peito do pé, explodiu no meio do travessão deles, voltou quase no meio de campo.
Depois eu dizia: nego fiadaputa, errei por culpa tua.
Ele se finava de rir. O Tazico, além de bom de bola, era um piadista natural.
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