jueves, 23 de marzo de 2017

TERCEIRIZANDO

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Não é bem a minha praia, mas parece que as implicações da Terceirização são muito mais graves do que vem se falando. Sei que é uma porcaria, todos sabem, tenho amigos altamente qualificados que são terceirizados, mas como donos de si, pessoa jurídica com nota fiscal, sem intermediário, o que perdem em férias, 13º, FGTS embutem no preço que cobram. Mas assim, dessa forma ilimitada, para todas as atividades, incluindo as mais modestas...

Isso é uma maldade inominável, só monstros sem coração e sem alma para sequer sentir remorso ao aprovar uma coisa dessas, ao contrário, defendendo o projeto sabendo da desgraça que trará, pois a maioria são mesmo burros, mas nem tanto que não possam entender o que um aspone lhes explique.

Estão friamente metendo o trabalhador no brete feito boi para o abate, e gostei da metáfora, já que frigoríficos estão na moda. Se tiver algo a reclamar, vai no sindicato, mas que sindicato? Que justiça de trabalho, se não é empregado? Aliás, um deles há tempos falou em extinguir a justiça do trabalho. De fato, perderá a sua razão de ser, a crueldade foi de cabeça pensada.

Pela consideração aos ofícios mais modestos, o Brasil era mais humanista (FHC tentou emplacar a lei e não conseguiu, se não me engano conseguiu passar pouca coisa), antigamente se tergiversava dizendo aos chacais, quando vinham com essa conversa de terceirização: "Esquece isso, meu chapa, terceirização é coisa de corno" (cuidado, Vampirubu), e os deputados, pela maioria, calçavam pé, não passava.

Aliás, convoco aos humanistas a fazermos um sacrifício, de touro e não de boi, e, digamos, namorarmos as mulheres dos chacais enquanto eles vão para os bordéis de Brasília, pois em casa não ganham ménage, suruba... interessante que esta palavra entrou para o rígido e elevado vocabulário dos atuais governantes, por que será?, sessão de espancamento, aquelas brincadeiras de queimar com cigarro, vela pingando, de arrebentar a socos até mandar pro hospital como fazia aquele senador, coisinhas simples de sadismo, masoquismo, elas ou a maioria não curtem, eles não ensinam as esposas, Deus o livre, a queridinha casada de papel.

Coisa estranha, falo em cabaré de Brasília e lembro de propina. Bem, continuando.

Na verdade eles nem tocam nas queridas esposinhas, que ficam lá num calorão danado em noites de outono, enquanto os dignos representantes do... povo, comemoram a aprovação de projetos divertindo-se com jovens coquetes, estas desde sempre terceirizadas.

Eu ia propor quebrarmos a pau as caras deles, mas para começar assim está bom, primeiro com carinho vamos gigolear as madames esposas, eles as terceirizarão sem saber. Quanto às senhoras deputadas..., bem, sobre isso falo com a turma outro dia.

Salvo funcionários públicos estáveis, não celetistas, uma discussão à parte que outros saberão explicar, possivelmente teremos uma onda de demissões terrível. 

O desemprego já está pela hora da morte, prejudicando a todos mas em um aspecto facilitando para os donos de tudo, na escolha entre o lucro e o empregado, já viu... agora vai piorar mais ainda: demite um que custa dois ou cinco mil para admitir um terceirizado por menos, mesmo que os empregados sejam técnicos especializados. O concorrente demite um bom lá, outro daqui, trocam de emprego, ambos ganhando menos. Obviamente que o cara altamente especializado constitui uma pessoa jurídica e vende a si mesmo, sem intermediário, mas a massa dos trabalhadores...

Em conversa muito informal o meu amigo Mário Eustáquio, que entende do riscado em terceirização, saiu-se assim:

"Discutir a Reforma da Previdência daqui para a frente, aprovar ou não, é chover no molhado, é malhar em ferro frio. O regresso aos métodos de trabalho do século XVIII já irá vigorar mediante a assinatura daquela mão ressequida. Acabou a CLT. Será a lei da chibata: reclamou, vai pro tronco. Depois das chibatadas, sem camisa, desnudo, um banho de salmoura e secagem ao sol.

Sei como é o esquema de "terceirizado". Se o terceirizado do terceirizado ver erros ou falhas de projeto/montagem que coloque em risco as instalações e pessoas, se quiser continuar trabalhando terá que fazer "vista grossa", consertar o que for possível ou será sumariamente dispensado sem direito a nada. Eu sei porque passei por tal experiência numa empresa que está indiciada na Lava Jato. Outra coisa: se adoecer e não puder trabalhar, foda-se, não trabalhou não recebe. Simples assim.".

E estamos assim. Correr para onde? O normal seria cada cidadão e cidadã - inclusive os que foram enganados e bateram panelas pela deposição sem crime da presidente eleita - se armar de pedaços de pau e quebrar tudo no cabaré maior, a cara deles também, mas o povo fica na dúvida, indeciso: "O nosso exército atiraria em nós para proteger a ordem e progresso dos chacais?".


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Post Scriptum: Passei muito trabalho nesta vida, como tantos companheiros, esperava ir desta para outra vendo um país melhor, lutei por isso, e o que vejo? Golpe de estado, bandidos cometendo horrores... então não pude abordar o assunto acima, seríssimo que a mim toca fundo, sem usar de alguma irreverência, de outro modo não conseguiria. Relevem-me.

Post Scriptum 2: Os traidores do povo. Alceu Moreira (PMDB), Cajar Nardes (PR), Carlos Gomes (PRB), Danrlei de Deus Hinterholz (PSD), Darcísio Perondi (PMDB), Jerônimo Goergen (PP), Jones Martins (PMDB), Luis Carlos Heinze (PP), Mauro Pereira (PMDB), Renato Molling (PP) e tu, Yeda Crusius (PSDB).
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