sábado, 10 de marzo de 2018

EU DEIXO

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Ao sair antes para comprar um presentinho pro meu priminho que amanhã completará cinco anos de idade, na volta vim por lá e dei uma parada no bar do Nadir, ali perto da igreja Sagrada Família na Rua José do Patrocínio. Tava superatolado de gente, digo, superlotado.

As mulheres de rodar a bolsa - umas novas na parada, ui, o pessoal do AAA da Igreja, estes tomando água mineral, os malandros, as travecas lindas e perfumadas, a turma da punga lá no Centro, todos pularam em mim aos beijos e abraços de corpo inteiro.

Salito, seu malandrão, onde andava por todos estes anos? Que saudade, eu era apaixonada por ti! E aí, camarada, conseguiu fazer a vida? Tinha 17 filhas, quantas tem hoje, maluco? E por aí vai, muitos choramos.

Todo mundo feliz. Respondi tou morto e a corvada em roda, mas sabem como é, a gente dá um jeito, ainda não precisei pegar em arma. As próximas dez cervejas são por minha conta, Nadir, exclamei feliz.

O que vocês estavam fazendo quando cheguei, amontoados lá no fundo? A gente tava vendo uma notícia na Internet, uma vagaba Carmen Lúcia, que mal sabe tocar siririca e chupar pau, livrou a cara de mais um ladrão podre.

Mudei de assunto. Alguém quer jogar sinuca? Há anos não pego num taco, dou a sete livre. O Julião da Maleva saltou: só a sete não tem graça, é covardia, Sala. Então dou a cinco, a seis e a sete. Uma das bonecas novas se escalou.

O Nadir trouxe a caixa de bolas, do às à sete. Ela encaminhou-se ao taqueiro, escolheu um taco enquanto dizia: é hoje que te como, fama tu tem, quero ver.

Eu vou deixar, pensei.
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