lunes, 23 de abril de 2018

O que eu nunca soube fazer (3/4)

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Pela madrugada falei para uma dama paraense ou cuiabana, ou seria paulista?, que ela tem as pernas mais lindas do mundo, quase digo que vá ser boa assim aqui em casa, e já todo musical acrescentei que sou desse tipo de gente que diz o que sente, que olha o que vê, e que azar se esse é o jeito que tenho de não ter ninguém, abracei o Sérgio Bittencourt que me dizia calma, moço, não adianta reclamar da vida.

Segui falando, agora com uma ucraniana loura e uma mineira semi-loura que eu queria para morarem junto comigo. Em troca de elas me ensinarem boas maneiras eu lhes ensinaria sacanagem, apesar da suspeita de que de sacanagem elas sabiam tudo. Estavam prontas a me dizer Sim, palavra linda, mas demoraram, pensaram muito, no nome a zelar e em outras bobagens de que vão se arrepender um dia. Droga de filhos, droga de ex-maridos, droga de vida.

Repisados delírios, mas desta vez acho que foi acordado. Agora sim dormi, bêbado de tristeza.

Dei um tiro na cara de um nazista que desfilava pela Avenida Paulista, outro no empresário que vinha atrás o empurrando. Um estouro na rua, tiro ou pneu furado, e de um salto sentei na cama.

Olho para os lados e nada de ucraniana, nem de paraense, cuiabana, carioca, mineira, paulista, catarina, nada, nem gaúcha. Todas com estranhos neurônios, nunca vem, nunca, e eu morto de tesão. Vão com os outros, as abobadas.

Passou, não foi nada. Vamos em frente, quem sabe amanhã o sonho chegue a um bom final.

Um dia elas me pagam, nuas de conchinha.
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