martes, 25 de febrero de 2014

Rascunho apressado de Nervos de Aço, com Paulinho

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"Roberto Jefferson está preso, finalmente.
Ex-deputado, que delatou o mensalão, deve cumprir no Rio de Janeiro pena de sete anos e 14 dias de prisão".
(Manchete do jornal O Povo, de Fortaleza, Ceará).

Esqueçamos o jornal, só foi uma idéia da maioria, pois o mesmo jornal, no golpe militar de assassinos civis e militares, já disse assim em primeira página:

"A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”

(Editorial de O Povo - Fortaleza - 3 de Abril de 1964);

Em frente, queremos mesmo é falar de um samba.

O criminoso, criminoso há décadas, mas só um e nunca o maior, amigão de gatunos que estiveram no poder desde sempre, não me surpreendeu. Admito que ele e seus maus sentimentos ajudaram a democracia, ao desandar o horror dos bastidores.

Entendo. E vi mais, então só queria que ele, como o esquema gigantesco de proteção mútua (e ainda há, protegem-se, os que ainda não foram presos e seguem ativos... aí se alguém entregar os que vinham de antes.... ai meu Dem, digo, Diós), esse sujo de malas em hotel e seus cupinchas morressem. Fim. Só queria que morressem. Sei dos sacos de grana, das imensas fazendas que compraram, sei da grana depositada no exterior, no total 600 bilhões ou mais. O “pemedemismo”. Vejo nos aeroportos suas putas analfas e ricas nas intermináveis filas para Orlando, em Guarulhos dá vontade de chorar, ou matar, para darem a bunda para o Mickey com dinheiro roubado, mas Mickey é só um brinquedo, alguém explique a essas damas sem cérebro que isso não existe, pois nesse passo seus filhos serão uns bostas ladrões, insossos como os pais, e casarão com insossas... Não vai adiantar, ninguém diga.

Aceito que sejam assim, mas com o nosso roubado, chega, enjoei, e as crianças que morrem silenciosas, já contei que a fome no fim tira a voz, né? Pretendo pegar em armas, e não só pegar, insuflar a turma. Já sei: serei terrorista procurado, só por dizer isto, sem nunca ter pego num punhal para matar um sujinho desses. Certo, entendo.

Por isso o Jeff está tão tranquilo, cadeia será hotel de luxo, telefonará, receberá mulheres, bem, mulheres não, por... deixa pra lá, mas terá tevê de gelatina enorme na parede, assistirá as mentiras de jogos de inverno nas Sochis, aquele horror de mentiras que custa a vida de tantos, pela CNN, os de verão na Tonga da mironga, rirá aquele riso gutural de felicidade, encherá a pança até comitar com comida trazida dos melhores restaurantes. Lá será protegido, não haverá rebelião que lhe corte a cabeça. Ele e os canalhas que denunciou comprarão também o PCC, será amigo dos guardas, como os outros detentos especiais, pagará por proteção, sai no mijo, com os outros, corrupção é com eles, ah, o dinheiro... 

Mandam matar desafetos na hora em que quiserem.

Enfim, será feliz, porque sua vida era uma prisão, otário broxa mentindo diariamente. Como a um outro louco que mudou o rosto. Agora estará solto, lá dentro, enquanto os vagabundos lá fora comerão as suas supostas mulheres, elas escondidinhas para não perderem a grana, essa a parte ruim, mas faz parte, já que não comia mesmo, de repente respirará aliviado porque pararam de incomodar com aquele papo de estou com tesão, vem meu amor, me coma pelo amor de Deus.

Pausa. Preciso relaxar, dois dedos de canha. Bem... quatro.

Perdôo o brutal desgraçado, desde que morra na cadeia, do coração ou do que quiser. De preferência no mesmo instante em que os canalhas de cara cortada que denunciou, também presos. Mais os outros que ainda o serão. Eu vi criança morrer de fome, e quando cheguei não dava tempo de salvar, seus... seus...

Perdôo por tudo, torno a dizer, seus maus sentimentos ajudaram a democracia que recém nos aparece, só o vulto da dama, não ainda plena, longe disso. Graças a ti, Jeff, o povinho viu o vulto dela, em vermelho, azul, verde, branca... multicolor em transe dançando na penumbra deste túnel sem fim.

Tudo perdôo, mas nunca ao mal às crianças, e à miséria que paga toda essa riqueza mal havida, ah, isso não perdôo. A nenhum de vocês. E os pegarei um dia, ou os que ficarem depois de mim pegarão, senão vocês, seus mortos-vivos, aos zumbis que vocês pariram e serão iguais.

Haja nervos.

E não o perdoô, Jeff, por sair pelas noites de Brasília com o meu, e pelos inferninhos de vagabundos se dizendo cantor e assassinando Lupicínio, muitas vezes acompanhado por artistas que de artistas só tem a mentira, não são, artista cuida do seu povo. Isso não perdôo. Lupicínio Rodrigues não merecia. Nem eu. Tu é um bicho, Jeff, canta mal, sem melodia, erra na letra, um fiasco, mas, pagando, certos bares finos, aqueles, o toleravam. Finos para animais, como são a maioria, de restos humanos como tu e de donos de bares, uns criminosos, salve boate Kiss, é assim em todo lugar, uns lixos bem vestidos, e impiedosos quando estão por cima de um povinho que freqüenta esses lupanares de luzes e alegria fingida, se soubessem passavam direto pela frente, firmando a mão da namorada sem olhar para dentro.

Um dia contarei sobre os bares da Cidade Baixa de Porto Alegre, hoje em dia. Vai faltar fígado pra moçada ler até o fim. Sem querer o cara entra no boteco onde, por trás dos panos o dono é o Maluf, ou um nazista do agronegócio do veneno químico das múltis, um do RS. Outro dia conto.

Esqueçamos isso. Voltemos ao título. Nervos de Aço. Haja, mas relaxo.

Um marceneiro chamado Paulinho pode cantar o samba-canção, só nos engrandece, lindo. 

Com o perdão que já vou pedindo, não é bem assim, seu Paulinho, pelo menos no meu tempo (posterior a esse senhor querido de que falas? Não creio). No meu tempo recente o regional já entrava matando, coisa que só aparece, pouco quase nada, no finzinho do teu show. Um dia lhe explico, mas adianto que era como gravaste na primeira, só que sem as paradinhas, e outros músicos, faltou o regional, as paradinhas do tam-tam~tam-tã até entravam, não a paradinha somente, ela e o preparo que a antecedeu, mas com regional. Bom é regional pegado, Paulinho, sem invenção, tu sabe, ao menos em abolerado gaúcho.

Bem, agora o papo é outro, Paulinho da Viola: um brasileiro como poucos em honestidade e bravura, profissão, músico. Em casa, é ou foi marceneiro.

Glória nacional e exemplo de humildade, para citar o principal atributo de um homem de bem. Salve, seu Paulo!


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