domingo, 11 de septiembre de 2016

LIVRE

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(Da série "As bobagens de nosotros") - Em construção.
LIVRE
Tem melhor opção do que arrancar a cabeça ou a ideia, vão por mim, ó nobres leitores, tem sim. Hoje falo para homens, guris, os melhores deles, os sentimentais: vi pela internet um troço de mulheres falando que nem arrancando a cabeça mudam de ideia.



Dá cadeia, malandro, se decapitar a onça com a faca maior, a afiada que ela nunca toca, com que fazes comida pra ela, carne gaúcha, ou se meter-lhe um ferro de passar com a toda a força na cuca.
Ela merece, eu sei. Mas não mesmo, nada de prisão, nada de sujar a biografia por um momento de loucura. Todos merecemos viver bem, em liberdade, sei do que falo, muito visitei presídios de jovens que perderam a paciência. Choram de arrependimento lá naquele horror gelado onde aprisionam os errados, de esperanças por uma nova chance.
Tudo passa. Tem vida lá fora, apesar dos Temer.
O amigo aí, vivido ou lutando para ser vivido, vivendo, em silêncio junta as suas roupas essenciais, as mais novas, e soca numa malinha velha, e em silêncio sai.
Na cabeça bailando um "Até nunca mais, juro, por tudo o que me é mais sagrado". Lá de dentro, descendo as escadas, ouve os insultos proferidos pela sabe-tudo que não muda de ideia nem arrancando a cabeça.
Acreditem, maninhos: vai aparecer um malvado na vida dela, e ela vai amar. Temos que respeitar.
Sai pela rua sem ter nem saber para onde ir, em duas horas andando a raiva já passou, agora segue misturando sentimentos de desgosto, tristeza e revolta.
Lá quarteirões adiante ouve música vinda de um bar, mas está sem dinheiro. Segue caminhando para algum lugar que não sabe, sem dinheiro, sem casa que deixou para ela, sem nada, mas começa a sorrir.
Livre, enfim.


Sei do que falo, pois escrevo aqui da Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas.
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