sábado, 24 de septiembre de 2016

O QUE FAZ A BEBIDA

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A última antes de capar o gato para o aeroporto de Confins. Agora sei que estava com saudades antecipadas da cidade, no fundo não queria voltar para Porto Alegre, não agora. Ontem não sabia disso e aprontei. Morro de vergonha, mesmo depois de duas caipirinhas, mas conto.

Comecei ali pelo pelo meio-dia: tomei doze cervejas de casco, 600 ml, num boteco do Mercado Central de Belo Horizonte, isso depois de três ou quatro rabos-de-galo. Saí pelas três da tarde, levando os números de telefone de algumas changas Uai que me deram trela, e fui pra outro boteco encontrar um camarada lá pros lados da Lagoa da Pampulha. Lá tomamos trinta, eu umas vinte e ele dez, sou um gambá voraz, bebo rápido. Esqueci de almoçar, claro.

Havia combinado de encontrar duas doces amigas do Facebook à noite, a Arlete (Rio de Janeiro, de passagem por Belô) e Luíza (Belô) no Pedacinhos Do Céu, amo aquele bar musical, o templo do choro. Cheguei atrasado, pelas nove e meia da noite, o Ausier lá do palco só me olhou, eu sem camisa, com a indumentária superior numa sacola, corri ao banheiro fazer pipi (depois de tanta cerveja era toda hora a vontade) e vestir a célebre amarela e preta do Peñarol de Montevideo, por cima uma preta social e depois o paletó. Deu tudo certo e voltei à procura das senhoras, estavam numa mesa do fundo.

Uma festa, tiramos foto e tudo. Lá pelas tantas, depois de mais seis cascudas, me deu uma euforia imensa e as pedi em casamento. A Arlete disse rindo: - Tudo bem, mas com qual de nós quer casar?

- Com as duas. Ué, o que tem de mal?

Aí elas sentiram o drama. Foram ao banheiro, mulheres indo juntas ao banheiro é fatal, malandro, tu tá frito, falam mal de ti, consideram a situação brasina e tal... Na volta pagaram a conta e se mandaram, lembraram de outro compromisso às onze da noite, com toda a gentileza.

Restou-me sair com o Pepê do violão, quando a música acabou e o bar iria cerrar as portas, fecha cedo, a uma da matina prum boteco vagabo da Dom Pedro, para tomarmos a penúltima.

Não recordo como cheguei aqui na pensão da Rua Rosinha, tenho a impressão que era de manhã, sol alto.
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