domingo, 11 de septiembre de 2016

POR EL CAMINO

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A caminho do Uruguay parei em Santa Vitória do Palmar, de saudade de pisar na tristemente famosa Praia do Hermenegildo, uma lindeza que sempre amei. Fui lá.

Parei o auto, tirei os sapatos, tirei quase tudo, fiquei só de cuecas, umas cuequinhas de viado que as mulheres me deram de presente em Itaguaí, no Rio. Pisei de pés descalços na areia, renasci. Entrei correndo na água.

Até que está linda a Hermena, recuperada, para quem a ama como eu está boa demais.

Depois, a caminho do Chuí, chovia a cântaros por el camino. Reduzi a velocidade, muita chuva. Parei no acostamento quando o pára-brisa ficou cego.

De umas moitas vi se alevantarem, cobertos de plásticos pretos, humildes índios que vendem cachaça e docinhos na rodovia. O índio levantando as cachaças de litro, a índia com os doces e uma cabaça nas mãos. O indiozito de uns oito anos com um cartaz manchado escrito Fora Temer.

Desci sob chuva, me abrigaram debaixo dos plásticos. Comprei a cachaça, a cabaça e os doces. Gastei poucos trocados para o meu bolso, por enquanto. Para eles muitos.

Conversamos, nos abraçamos. Foi fácil o entendimento, somos humanos com as mesmas reclamações.

Agora rumo meio acelerado para o Chuí, mas tomando cuidado. No Chuí vou estacionar e tomar um trago no bar La Cueva, do outro lado, no Chuí uruguaio, cantarei um tango com o pessoal. Depois sim, alta madrugada, pegarei o auto e entrarei no Uruguay a mil, me vou abaixo d'água, a chuva não pára, pegarei estradas sem asfalto, sei que vou ficar bem.

Preciso ver uma mulher em La Tablada, está me esperando há 50 anos, a bruxa que diz que precisa muito falar comigo em sonhos.

Para o menino prometi na volta de La Tablada lhe trazer um cartaz novo, só um não, mais de um igual aquele.
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