viernes, 18 de abril de 2014

Estou chegando, muçulmana, com outras lágrimas

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Como todos os amigos sabem, quando fugi de Palmeira dos Ervais, fugi virgem. Isso mesmo, virgilino da silva, sexo só em sonhos. Claro, não vale besteiras de crianças, nem atividades solitárias, como os padres diziam, eles que eram campeões em, deixa pra lá. 

Também não vale aquela vez com a dama que encarou doze de nós, meninos de quatorze, cada um entregando seus trocados, pois no sorteio fui o último da fila e não suportei o cheiro, nem suportaria se fosse o primeiro, a boca de cigarros e aquele riso nojento, gozei na mão dela, a um toque, tal o nervosismo.

Quis dizer virgem de amor. Transar com amor, ela me ama, eu a amo, ai, guria, me beija..., deixa..., assim, tira, vem... ah, felicidade. E isso que fugi com vinte anos de idade, um velho pouco esperto. De curioso ia na zona olhar, até cantar cantei no cabaré, com Evódio na gaita, mas, namoro de ir aos finalmentes, jamais. Por bobo, preferia assistir de longe a comédia, ainda não sei se por insegurança ou porque as putas eram de fato assustadoras, pela vulgaridade, as pobres. Era a vulgaridade, pois chegava em casa e me masturbava pensando nelas, mas sem pegar.

Amei duas professoras. Uma alemã e outra árabe, em momentos diferentes da vida. Soube recentemente que a árabe está bem viva. A alemoa morreu com 430 Kg e deixou 19 filhos, todos ciumentos que votam no DEM. Ufa, Deus existe, ela gostava de mim, mas pegou um alemaozão porque eu era criança.

Só por saber que a arábica senhora está viva, e gentil, amorosa, feliz lá com seus céus, eu daqui dos meus infernos achei um samba que fala da professorinha. Ela era uma menina, ensinava línguas, poucos anos mais que eu, quatro, cinco se muito. Não lembro da língua dela, mas espanhol não era. E bailava escrevendo no quadro negro, era negro ainda, linda, uma escultura dançando o giz, meu deus, que corpo. Pelo seu nome francês, seria marroquina? Ou argelina? Vá saber, nunca falei com ela pessoalmente, mesmo tendo sido minha professora ela nunca me olhou no rosto, pensava nos velhos, ai que ciúme.

Vai para ela. "Que saudade da professorinha, que me ensinou o beabá...". Vai não, é muito velha. E não me ensinou nada. 


Vai nada, uma otária. Outra música vai para a Sahlah, que já mora comigo. Da Palestina, árabe de verdade.

Agora poderá ensinar, uma muçulmana de parar o trânsito, poderá me ensinar o que andei perdendo pelo caminho.

A ela dou o melhor do meu coração: um bolero. Se ela em sonhos pensar em abraços de amor, eu..., eu...



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