viernes, 18 de febrero de 2011

Pois é, seu Nei Lopes

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O samba dito pelo autor é outra conversa.

Moço, mais uma aqui na mesa 8, por favor, já que a 1 está ocupada por mulheres que nunca vi (tomara que a morena coxuda me olhe). Leve essa dúzia de vazias, que agora seu Massareti empunhou o violão. Vai, Massa!

Para blancos y negros. Que não se percam sem ser por amor. Taí, a mesma... mas não, foi o jeito de deixar rolar o que vem depois.

Olha, senhora liberdade,  dentro dos meu olhos...  meus cabelos... vê...

Pois é, Nei Lopes. Mal se retribui como? Com indiferença? Com ódio? Com vingança?

Sei que não, seu Nei. Retribui-se com canções, com o derramamento público de sangue, amor puro, como o senhor fez e faz, como Paulinho da Viola aprendeu o que já sabia desde menino. Lidar, compreender, deixa pra lá a burrice, o chafariz dos infelizes, espertos pelo desespero, e na noite que entra... o riso das desgraçadas. O aprendizado. Olhemos para o outro lado, a limpidez dos sorrisos do Asilo Padre Cacique pela manhã. Não briguem, gurias, sou o filho de todas vocês, que nunca as esquece, minhas mães, hoje aqui retorno mais feliz. Trouxe batom para todas, calma, vão ficar ainda mais lindas.

Aqui no covil-palafita a gente tenta.

Sangue vertendo de incompreensão é ignorância. Samba é amor, na única vidinha que temos, dias contados, mas a vendemos caro, a morte há de chorar quando vier nos buscar toda sem jeito, já arrependida por ter que fazer o que é preciso, e virá nua, corpo de mulher no cio, morenaça, aí nem precisa me dizer que eu vou, de sangue doce.

Ah, esta vida que vai e vem. Agora vai.

Saravá, seu Nei!




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