viernes, 9 de agosto de 2013

Tarde fria na capital, n'A Charge do Dias

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Chuva fina e tarde cinzenta na capital da América (Porto Alegre, para os paquistaneses que nos acompanham). No botequim a turma vai enxugando vinho, de leve. Há pouco Bruno Contralouco levantou uma Vida acumulada em dois mil, na mesa principal lá da sinuca, o homem é fúria com um taco na mão.

Chupim da Tristeza reclama do Internacional, dessa mania de perder ou empatar com lanternas e times pequenos, e cita primeiro o Grêmio: "O empate com aquele timinho vai nos custar caro mais adiante, viram ontem? O Coritiba deitou e rolou na areninha deles", isto para provocar o Portuga, claro, que faz que não ouviu.

O Contralouco beberica seu vinho e vai contando a gaita, separando as notas, as de cem, de cinquenta, de vinte e de dez. Segurando as de cem e cinquenta diz: "Isto merece uma comemoração, acho que à noite vou pegar um pastor evangélico, ando com saudades de encher um viado desses de porrada. O bom seria pegar um gerente de banco, mas estes são mais difíceis de encontrar".

Clóvis Baixo, o tinhoso, resolve contar uma piada. 

- Lá vem ele com suas piadas frias - diz Carlinhos Adeva.

- Casualmente é sobre um colega teu, advogado - responde Clóvis. E diz:

O sujeito chega no escritório de seu advogado: - Quero falar com meu advogado. A secretária responde: - Seu advogado morreu...

O advogado Carlinhos levanta-se e vai para a sinuca, dizendo putz, essa é mais velha que a pedra. O Clóvis segue:

... No dia seguinte o sujeito volta e diz novamente: - Quero falar com meu advogado. - Já falei que seu advogado morreu! - responde a secretária. No dia seguinte, a cena se repete e a secretária perde a paciência: - Quantas vezes vou ter que dizer pro senhor que seu advogado morreu? - Desculpe, dona, mas é que eu adoro ouvir isso!

A turma ri com gosto. 

Luciano Peregrino furunga no notibuc. Lê em voz alta a notícia da condenação de um senador criminoso. Casualmente um que mereceu a atenção do sábio João da Noite no ano passado. Na época, em 2 de março de 2012, o blog transcreveu suas palavras:

"Certos 'aliados' do Lulalalé chegam a dar nojo. Falando a um general, eis o que disse Ivo Cassol, um senador (sabe-lá onde comprou o mandato) múmio daquilo chamado PP: 'De pessoas que só querem ganhar salário, não querem produzir, nós já estamos com o saco cheio. Então, por isso nós precisamos que vocês atuem, como atuavam na época da ditadura, e dê-lhe tiro e dê-lhe grito, mas com solução'. Nós quem, cara-pálida?"

- Pois é, segue Luciano, foi em Rondônia que o sujeito..., bem, adquiriu o mandato de senador. Agora o STF lhe meteu 4 anos e 8 meses de cadeia por fraudar uma licitação. Uma que pegaram. Os vossas excelências seus pares decidirão, em voto secreto, se o marginal perde ou não o mandato.

- Esse cara é ruraralho? - pergunta Jussara do Moscão.

- Parece que é agropecuaralho - responde Luciano.

Novamente aos amigos do Paquistão: ruraralho é uma mistura de ruralista com um primo do passaralho. Obviamente que agropecuaralho é agropecuarista com o mesmo.

Segue Luciano:

- Outra: esses americanos de merda não criam vergonha mesmo. Para justificar a invasão de privacidade mundial inventaram o risco de iminentes atentados no Iemen e outros  países. Não duvido que eles mesmos explodam algo para parecer terrorismo. Pensam que alguém é criança...

- Mais uma: manifestantes tornam a invadir a Assembleia no Rio de Janeiro...

O Contralouco interrompe bruscamente: - Putz, e eu perco essa, tomara que quebrem tudo!

- ... e expulsam os jornalecos da Globo, permitem somente a presença do pessoal da mídia Ninja.

- Tem que quebrar tudo aquela bosta da Globo! - exalta-se novamente o Contra.

Nicolau Gaiola se mexe impaciente: - Pronto, já chega de nojeiras. Pombas, não tem notícia melhor aí nessa geringonça?

- Bem, a melhor notícia não está nos jornais: hoje à noite o João da Noite, nosso querido futuro prefeito de Porto Alegre, estará presente às festividades aqui no botequim, já está na cidade, alojado na palafita do Salito. Sugiro que todos tragamos algum presentinho para surpreendê-lo.

- Hummm... tragamos, bueno, então vou trazer um de tragar, tenho uma garrafa boa lá em casa, marafa de Minas - diz Tigran Gdanski.

E a tarde ia se esvaindo com conversas moles quando Leilinha Ferro intimou-os a escolher as obras do dia, em dose dupla para compensar os dias anteriores. Chegaram os retardatários Zilá, Silvana Maresia, Cícero do Pinho e Wilson Schu. O ambiente se alegrou, correu vinho e puseram mãos à obra.

Aqui na palafita fazemos uma pausa enquanto escolhem. Abrimos uma garrafa de vinho, a tarde está mesmo convidando a um cabernet. João da Noite e Carlito Dulcemano Yanés já estão na terceira, falam de Jaime Roos. No prato um vinil com Canario Luna cantando Brindis por Pierrot. É hoje.

Os amigos podem ouvir pelo youtube.


(...)

E se vieram. 

Aroeira.




Nani.




Morettini.




Bira.




Paixão.




Zop. - Olhaí o âncora da Globo! - exclamou Jussara. - Não, é o Bial! - disse Ain. - São todos eles - encerrou Wilson Schu.




A senhorita Leila Ferro ficou com o Dálcio




e o Pelicano. Eta guria porreta.




A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que.., bem..., se fundiram  no ano passado (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.

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