jueves, 7 de julio de 2011

Wilson Batista - Louco

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Hora do recreio. Esqueçamos a bandidagem. Lembremos o grande Wilson Batista de Oliveira (Campos, RJ, 3/7/1913 - Rio, 7/7/1968), com seu Louco (Ela é seu mundo), que compôs com Henrique de Almeida.

Do Wilson, diz Ricardo Cravo Albin no seu monumental Dicionário da MPB:

(...) Nesse ano (1933), Sílvio Caldas gravou na RCA Victor o samba "Lenço no pescoço", que iniciaria uma famosa polêmica musical travada com Noel Rosa. Com letra que fazia a apologia da malandragem, o samba traçava o retrato perfeito do malandro carioca daquele período: "Meu chapéu de lado/ Tamanco arrastando/ Lenço no pescoço/ Navalha no bolso/ Eu passo gingando/Provoco desafio/ Eu tenho orgulho de ser vadio/ Sei que eles falam desse meu proceder/ Eu vejo quem trabalha andar no miserê". Também nessa época, atuou como crooner de um conjunto de subúrbio, a Orquestra de Romeu de Malaguta. Nesse período, era um assíduo freqüentador da "Esquina do Pecado", reduto dos sambistas em início de carreira, uma espécie de Café Nice dos pobres. Ele era um sambista da vertente da malandragem, da vadiagem, da orgia, da gandaia. Os freqüentadores do Café Nice representavam o sambista respeitável, boêmio, mas, profissional. (Veja mais AQUI).

Por falar no Café Nice, o dos "ricos", Mário Lago dá uma ideia da irreverência da figura: conta que, na época, o famoso poeta Orestes Barbosa, autor dos versos de Chão de Estrelas, "... pisavas nos astros distraída", e de tantos clássicos, era habitué do Nice, como todos os boêmios de ponta. O Orestes, respeitável, serião, tinha uma corcovinha, e Wilson não teve dúvida, tascou-lhe o apelido de O Corcunda de Notre Nice. O próprio "malandro" Mário Lago ri muito ao lembrar (há vídeo na rede, veja AQUI, vale a pena, Mário Lago é único).

Da sua célebre polêmica com Noel Rosa, estranhamente só as músicas de Noel eram gravadas, as respostas do Wilson apenas tocavam ao vivo em rádios, quando tocavam, e em butecos.

Segundo nos conta Luiz Américo, "Em 1956 a Odeon presta uma homenagem ao dois grandes compositores e convida dois intérpretes que faziam muito sucesso na época, Francisco Egydio e Roberto Paiva, para juntos gravarem todas as músicas da famosa polêmica, mais o samba canção de Noel Rosa "João ninguém" - erroneamente atribuído a uma referência a Wilson Batista. Tudo foi reunido num esquema de revezamento, como se um tivesse realmente respondendo ao outro e obedecendo a cronologia das canções. O disco fez um enorme sucesso e resgatou para o grande público as músicas que não haviam sido gravadas na ocasião e que eram desconhecidas da grande maioria das pessoas. Os arranjos obedecem fielmente os padrões da época da feitura das músicas, e o disco ainda traz na capa um belo trabalho de Antonio Nássara, um dos maiores caricaturistas brasileiros, que atuava também como compositor e que ainda assina o texto na contra-capa".

Aqui com o Samba do Baú.



2 comentarios:

  1. Mto Bom... Vc é um crítico de música dos melhores

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  2. Tu viu o moço do trombone, lá atrás escondido? De cinema, minha irmã.
    Besos. grato pelo recado.
    Salito.

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