viernes, 29 de julio de 2011

Se gritar pega ladrão



Outro dia comentamos a estranheza de um jornalista espanhol à falta de reação dos brasileiros diante de tanta roubalheira. Certo, em todo lugar há roubalheira, bandidos e máfias. Há até países que assaltam as finanças e os recursos naturais dos outros impiedosamente, na maior cara de pau, pela força dos canhões, embora o Tio Sam tente ser o único assassino "legalizado" pela lei da força que impõe. Auxiliando os estrangeiros a achacar o nosso País, a tal "elite" brasileira. Traidores, elite de gatunagem.

Mas aqui no Brasil é demais. Uma minoria se apropriando de tudo, vergonhosamente, e nós, os otários, assistindo a tudo, amortecidos pela cachaça que nos dão na veia pela tevê dos próprios bandidos. Muitos atribuem a submissão à "herança" portuguesa, os nazistas à miscigenação, tem explicação para todos os gostos e delírios. E o tema segue dando o que pensar, principalmente agora, quando ventos de libertação ameaçam varrer do planeta fortunas obtidas ilicitamente.

Alguém vá remexer direitinho na construção de qualquer fortuna, incluindo a do tal Eike Maravilha da moda, será que vai encontrar somente "competência"? Mas que competência, cara-pálida, vai ver se não teve mãozinha e tal. São hijitos de papi com furtivas colaborações que deveriam envergonha-los, se homens fossem; ou criminosos mesmo, na base da violência. Bem, desde que o mundo é mundo as fortunas se constroem pela violência ou pelo furto, quando não por ambos, desmedidos.

O povão sabe, sim, e como! Seriam somente as "classes armadas" pela tal elite que nos desestimulam a reagir? Ou o investimento que eles fazem em analfabetismo e desinformação é que funciona (inclusive nas classes armadas)? Cremos um pouco de tudo, mas acima desse tudo a ignorância, a péssima educação, não por acaso.

Seria engraçado, não fosse triste: dezenas de milhões de pessoas sabem, "sentem", que são assaltadas pela "elite" e seus políticos, e nada é feito.

Em 1980 o portelense Ary do Cavaco (Ari Alves de Souza, Rio de Janeiro, RJ, 17/2/1942), com seu camarada partideiro Bebeto de São João (Carlos Alberto dos Santos, São João de Meriti, RJ, .../7/... - .../7/2010) compôs um samba que já deve possuir umas cinquenta gravações: Reunião de Bacana.

O povo brasileiro cantou junto o refrão, desafogando a raiva de modo pacífico: pinga e samba.

Pelo jeito, no governo atual - muito pior nos anteriores -, em qualquer reunião, seja ministerial ou de aspones menos aquinhoados, se gritar pega ladrão...

Não fica um.

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