martes, 15 de noviembre de 2011

Vanja Orico

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Vanja Orico (15/11/1929 Rio de Janeiro, RJ). Atriz, cantora, cineasta e ativista política.

Vanja Orico estreou no cinema em 1950, em “Mulheres e Luzes”, dos mestres Alberto Lattuada e Federico Fellini, quando estava na Itália estudando música. De volta ao Brasil, estréia no cinema brasileiro no clássico “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, premiado no Festival de Cannes e sucesso internacional. Como fala vários idiomas, Vanja Orico participa de várias produções e co-produções estrangeiras. Outra marca forte da sua trajetória no cinema é sua presença em vários filmes do Ciclo do Cangaço, do qual é uma das musas.



“Não atirem, somos todos brasileiros”. Vanja Orico imortalizou essa frase e seu gesto ao ajoelhar-se frente ao exército durante passeata contra o cruel regime militar. Enfrentou os assassinos de mãos limpas. Os pobres coitados que a forçam, na segunda foto, não sabiam o que faziam, tal a lavagem cerebral promovida pela matriz, os Estados Unidos. Nos porões afogavam nenês em latrinas, para a mãe falar o que não sabia, dessa ela escapou pelo gesto de coragem-revolta, disposta a morrer de frente, não em calabouços sob infame tortura, gesto que tomou o mundo.



Como cantora, O Dicionário Cravo Albin resume bem:

Seu primeiro LP foi gravado no Rio de Janeiro em 1954, para a gravadora Sinter. Neste disco, interpretou entre outras: "O uirapuru" (Waldemar Henrique) e "João valentão" (Dorival Caymmi), além de sua primeira música composta, "Confissão", arranjada pelo então iniciante Antonio Carlos Jobim. Seu segundo disco foi gravado na União Soviética, na época em que fazia uma turnê por dez repúblicas soviéticas, e nela cantou as músicas de "O Cangaceiro", especialmente "Muié rendeira", grande sucesso por quase toda Europa.

No início da década de 1960, gravou dois LPs. Por essa época, apresentou-se no Carnegie Recital Hall, de Nova York. Em 1964, lançou pela gravadora Chantecler seu terceiro LP. Neste disco, apresentado por Ary Vasconcelos, interpretou diversas composições inéditas, que mais tarde foram sucessos nas vozes de outros intérpretes: "Opinião" e "Acender as velas", ambas de autoria de Zé Keti; "Afoché" (Dorival Caymmi) e "Dandara", de autoria de Jorge Ben. Ainda neste disco, constaram duas composições de Catulo de Paula: "Canção da tristeza" e o "O nordeste não se rende", temas do filme "Lampião, o rei do cangaço".

Na década de 1960, morou mais tempo no exterior, sempre fazendo espetáculos em que defendia com persistência o melhor da canção não comercial do Brasil. Em Paris, onde mantinha sua residência, gravou diversos 45 rpm para a Philips francesa, que os distribuía para o mundo inteiro. De 1957 a 1962, gravou em discos temáticos de filmes, entre eles: "O império do sol" e "Os bandeirantes", este último de Marcel Camus.

No ano de 1969, gravou várias músicas de Marcos e Paulo Sérgio Valle, entre elas "Viola enluarada", cuja versão em francês fez grande sucesso em países europeus. Em 1981, lançou mais um LP pelo selo Seta, no qual incluiu "Lamento de um homem só" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), "Varandas antigas" (Kleidir Ramil e Fogaça), "Quem dá mais" (Noel Rosa) e "Acorda, Maria Bonita", adaptação do folclore brasileiro por Marcus Vinícius. Ainda neste disco, apareceu um texto de Antônio Houaiss sobre a cantora: "Ninfa, mito, espera, verdade, beleza, certeza. O fato é que ser Brasil chegou em você a um ponto de cristalização que, se alguém fizer uma equação Brasil - Vanja - Mulher, estarei aí de coração."

Ainda na década de 1980, criou o projeto Rio Boa Praça, com música, teatro e outras artes, desenvolvido na Praça do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro. Por essa época, gravou o disco "Te quero, Brasil", no qual incluiu "Sodade, meu bem, sodade" (Zé do Norte), "Jogo perigoso" (Tom da Bahia e Zé do Maranhão) e a faixa título "Te quero, Brasil", de autoria de Taiguara e Sérgio Napp, com participação especial de Taiguara interpretando ao seu lado a canção, e depois, gravou um CD reunindo vários de seus sucessos em uma compilação lançada somente na França.

Em 1997, lançou no Brasil o CD "Vanja Orico e Quinteto Violado", no qual interpretou "Manhã de carnaval" (Luiz Bonfá e Antônio Maria), "Chaquito" (Geraldo Vandré), "De chapéu de sol" (Capiba) e uma composição inédita de Carlos Lyra: "Amarga vinha". Em 2002 iniciou a filmagem de um video sobre sua vida e carreira, dirigido pelo cineasta Luiz Carlos Ribeiro Prestes.

Em 2007, foi lançado o DVD "Vanja vai Vanja vem" com roteiro e direção de Luis Carlos Prestes Filho, e o CD "Mexe com o corpo", produção da cantora Lucina que fazem um retrospecto de sua carreira. Como parte do lançamento do CD apresentou-se no Espaço BNDES no Rio de Janeiro com o show "Mexe com o corpo" acompanhada por Mario Paris no violão e voz, Caroline Sant'Anna na zabumba e voz, Luiz Fernando Graciano no acordeom e voz, Maiara Branco no contrabaixo, e Sérgio Monteiro, na percussão, apresentando o repertório do disco: "Mulher rendeira" e "Sôdade meu bem sôdade", de Alfredo Ricardo do Nascimento, "Meu limão meu limoeiro", de José Carlos Burle e Carlos Imperial, "O samba nasceu no morro", de Xangô da Mangueira, "Mandou maravilha", de Sonia dos Prazeres e Lucia Helena Carvalho e Silva, "Te quero", de Taiguara e Sergio Napp, "Zabelê", de Gilberto Gil e Torquato Neto, "Flor do campo", de Alfredo Ricardo do Nascimento, "Latiniana", de Mario Paris e Jesus Chediack, "Salve Amazônia", de sua autoria, Pedro Lopes, e Cesar Caetano, "Mexe com o corpo", de Osvaldo Orico, e "Mulher rendeira", com arranjos de Alfredo Ricardo do Nascimento.

Feliz Niver, Vanja!







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