lunes, 29 de abril de 2013

Declagação de renda, n'A Charge do Dias

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Marquito Açafrão e Wilson Schu jogavam xadrez no botequim, um final complicado de uma Siciliana. Toda a turma acompanhava, atentos, em silêncio sepulcral, como é de lei. Clóvis Baixo entrou no bar e sentou-se com eles. Acompanhou o fim da guerra, onde depois dos últimos peões eliminados restaram Rei, Cavalo e Bispo contra Rei, aí Marquito não teve dificuldades para cercar o Rei negro no canto, com o método dos triângulos. Acabada a partida, Clóvis falou:

- Desconfio que a Virgínia anda querendo me dar uma letra, acho que por causa de ontem à noite, quando tomei todas e me meti a fazer strogonoff de filé, a irmã dela estava nos visitando. Nem foi pelo campo de guerra - como ela diz - em que a cozinha se transformou, é que andei misturando os ingredientes e a comida saiu um mingau com gosto de vodka. Pediram pizza por telefone, enquanto eu pegava no sono lá no quarto. Olhem o que ela deixou em cima da mesa hoje, antes de sair para o trabalho, vou ler pra vocês, o Poema do Bêbado.

Eu tinha lá em casa dez garrafas de cachaça da boa, mas minha mulher obrigou-me a jogá-las fora.
Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.
Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.
O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.

- No finzinho o PS: Meu querido, na próxima vez comece pelo fim.

Os empinantes estão rindo até agora, não ficam nem vermelhos.

E se vieram com as charges, possuem muitos créditos com a Leilinha. Estranhamente, hoje, além dos ladrões, incluíram futebol, coisa rara os boêmios escolherem esse tema.

Com o Fausto, do Olho Vivo (Guarulhos, SP). Um achado, ensinando aos ídolos a dar bom exemplo ao povo que os enriqueceu.




Outro achado, do Bruno, do Vale Paraibano (São José dos Campos, SP). Está tudo ali.



O também grande contista Newton Silva, de Fortaleza (CE), com a sua obra Declagação de Renda. Pior...



E chegaram nos ladrões. Com o Jardim.





Idem, com o Zop. Dez a zero, vai para a parede do bar (obra que tenha boteco, por alguma razão, é sucesso certo no botequim).



Ibidem, com o Laílson.



De volta ao futebol. Alguns boêmios andaram por Santa Catarina, já falamos aqui, Floripa é a cidade do encanto. A tranquilidade do Centro à noite, com seus barzinhos de boas comidinhas, moçada sentada na rua, o teatro, os bares da velha guarda, maravilha... Andaram em outras cidades também, como nós andamos, primeiro mundo. Para entender o futebol, entretanto, é complicado. Quer dizer, entender é fácil, o que não entra na cabeça de ninguém é de onde os cartolas tiraram um sistema assim ridículo. Exemplo: ganhou o primeiro turno do campeonato catarinense e levantou a taça, com volta olímpica e tudo? Ótimo, torcida feliz. Ganhou o segundo turno, o mesmo time, nova taça, nova volta? Beleza. Porém não vale nada, o mesmo clube pode ganhar os dois turnos, significa pouco mais que nada. O campeão pode vir a ser o quarto colocado em algum dos turnos. O César, do Notícias do Dia (Floripa), matou a pau.




Miss Leilinha Ferro poderia escolher duas, escolheu uma, alegando que a sua outra opção (Bruno, ali em cima) já tinha sido escolhida. Ficou com o Elvis, do Correio Amazonense (Manaus, AM). De chorar mesmo. Leila. Oba, falar em bom gosto, hoje partiu Paulo Vanzolini. Tintim, seu Paulo, valeu.



 A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que.., bem..., se fundiram  no ano passado (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.


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