viernes, 20 de noviembre de 2015

Depois de tudo, la Envidia

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Peguei um nojo, em certo aspecto, mesmo aqui neste bar, da envidia. Sei como se diz em português, mas em espanhol me parece mais cruel, como sempre foi. Só o que vi na minha vida, la envidia, logo seguida pela ingratitud, era para ter morrido de desencanto.

Sou eu e a minha vida. Nem santo nem diabo, menos ainda no luxo, e nem estou, como nunca estive, "me achando", como disse um imbecil que foi amigo de infância, há 48 anos, e nunca mais me viu, nem quis ver, se soube o que passei não se apresentou para dividir um prato de comida, se ele o tivesse, e o tinha.

Burgueses são vocês, diria a esses senhores imitando Martinho, eu não passo de um pobre coitado.

Quando eu, entre outros abobados, entre estes muitos religiosos sem interesse algum a não ser ajudar, nada a ver com pastores da tevê e tipinhos assim, esses criminosos, e sim gente de bem, eu longe deles, cada um na sua, não falo com religiosos, eles que me procuraram depois de me ver muitas vezes lá dentro, ã, visitava o Asilo Padre Cacique, os velhos disputavam quase a tapa: é o meu filho que veio, outro gritava não, é o meu. Ao nos olharem viam suas filhas e filhos.

Eu, não sei as outras almas que lá iam, tava ganhando bem, só ia levar umas coisinhas pros velhos esquecidos, bater um papo no pátio, duas ou três horas em dias de visita. Como vai, minha mãe, melhorou? Meu pai, o guarda parou de lhe importunar? Vou botar uns cigarros no seu bolso, olhe pro outro lado.

Acabávamos dizendo a todos, Sim, meu pai, sou o Carlos. Sim, minha mãe, sou o Roberto. Eu vim lhe ver, como no mês passado.

E as "creches" muquifas de crianças pequeninas abandonadas, e os presídios onde a maioria roubou um bombom ou uma galinha?

Eu não hesitaria em queimar com tiro no rosto 3/4 do Congresso Nacional, que o povo elege a cada ano abaixo de grana, povo corrupto, classe média desgraçada, mas não posso. Se todos nós, que somos poucos, fizermos isso, depois de nos matarem eles colocarão os desvalidos e abandonados em câmaras de gás.

Esses caras que abandonam os seus em asilos ou onde seja, e esquecem, não merecem ser chamados de humanos.

Ah, história comprida demais. Aqui não é o lugar.

Conheço os abandonadores, outro dia conto o tipo e classe social que faz isso. Outro dia nada: é a maldita classe "mérdia". Os ricos miau não fazem porque não precisam, os pobres não fazem porque a pobreza os une.


Por essas e outras me chamam de Contralouco.

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Breve relato da ilustração (wikipedia):
Jeroen van Aeken, cujo pseudônimo é Hieronymus Bosch, e também conhecido como Jeroen Bosch ('s-Hertogenbosch, c. 1450 — 9 de Agosto de 1516), foi um pintor e gravador Holandês dos séculos XV e XVI.
Muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólica complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo.

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