lunes, 16 de noviembre de 2015

Guri-bomba

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Amanhece no Oriente. O menino de doze anos sai para buscar água na fonte a um quilômetro de casa, sua mãe disse ontem, era a sua vez. 

Lá na fonte se dobra e enche o primeiro cântaro. Começa a encher o segundo e uma explosão o estremece, derruba o pote na fontezinha.

O lado de onde veio o barulhão fez algo se acender em seu cérebro, um temor, não pode... Larga tudo e volta correndo para casa, sôfrego, mal respirando. Já a cem metros um medo terrível o toma, as pernas ameaçam amolecer mas segue firme em velocidade.

Quando chega não tem mais casa. Tem um buracão. Foi-se a casa, a mãe, o pai, as duas irmãzinhas. Uma bomba dos Estados Unidos levou tudo. Vê o tio, que correu antes vindo do outro lado, desconsolado com as mãos no rosto.

O que ele fará, logo que tiver idade para tanto?

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